ÁREA: Ensino de Química

TÍTULO: Um estudo preliminar sobre estágio e prática profissional no curso de licenciatura em química CEFET-PB

AUTORES: SILVA, M.G.L. (UFRN) ; CARNEIRO, S.O. (PPGECNM/UFRN)

RESUMO: Este artigo apresenta um estudo preliminar realizado no CEFET-PB com relação a dicotomia entre os termos "estágio supervisionado" e "prática de ensino", termos definidos nos documentos legais em 2002 para as Licenciaturas. Assumimos que as concepções dos professores influenciam na atividade formativa dos licenciandos. Procuramos identificar nos professores-formadores da Licenciatura em química desta instituição por meio de entrevistas, questionário e análise do projeto político pedagógico as concepções sobre estes termos. A análise dos resultados destes instrumentos forneceu uma visão caleidoscópica sinalizando para um desconhecimento sobre as normativas legais. A concepção equivocada com relação aos sentidos atribuídos a prática e ao estágio geram equívocos e abordagem formativa errônea.

PALAVRAS CHAVES: licenciatura em química, estágio, prática de ensino em química

INTRODUÇÃO: Os documentos legais brasileiros estão orientando a reformulação dos cursos de formação de professores (BRASIL, 2002a; 2002b). Em todo o país muitas instituições procuram se adequar a tais documentos. Por outro lado, outras já na implementação dos cursos procuravam se adequar as novas políticas públicas como é o caso do CEFET-PB que após um exaustivo estudo de mercado de trabalho identificou no Estado da Paraíba uma carência de professores de Química na rede pública de ensino. Com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores da Educação Básica, em nível superior, e no compromisso social da instituição, cria-se em 2004 o Curso de Licenciatura em Química no CEFET-PB, cuja organização curricular, atende as solicitações dos documentos legais. A pesquisa aqui apresentada faz parte de um estudo preliminar no Mestrado Profissionalizante que tem como objetivo conhecer como a proposta curricular para o curso de Licenciatura em Química apresenta a questão da relação entre o estágio e a prática de ensino no CEFET-PB afim de contribuir na reflexão sobre as representações dos professores formadores na implementação do curso. Os instrumentos utilizados análise do projeto político pedagógico, a entrevista com o coordenador do curso e com as duas professoras-formadoras da Licenciatura em Química teve como base as resoluções CNE/CP 1 E CNE/CP 2. Os resultados sinalizam para uma coerência do projeto político pedagógico e do discurso do coordenador do curso com os documentos legais, entretanto há um total desconhecimento por parte dos professores que efetivamente atuam com o estágio docente.

MATERIAL E MÉTODOS: Como parte da fase de aproximação do tema, foi elaborado um roteiro de análise do projeto político pedagógico do curso de Licenciatura em Química e um questionário com 3 perguntas fechadas e 7 abertas. Os instrumentos abordavam pontos como: a estrutura e carga horária do curso. Durante a estruturação do curso de Licenciatura poucos professores participaram entre eles os coordenadores do curso. Por se tratar de um estudo preliminar, uma fase exploratória procurou conhecer a opinião dos coordenadores, responsáveis pelo seu planejamento, para posteriormente, rever o instrumento e aplica-lo aos demais professores de química da instituição que participaram do planejamento do curso e responsáveis para ministrar algumas das disciplinas propostas. Assim, o instrumento foi aplicado a estes participantes. Posteriormente foi elaborado uma entrevista semi-estruturada procurando esclarecer alguns pontos das respostas do questionário. Entretanto tal etapa não foi totalmente finalizada, mas já sinaliza alguns aspectos importantes.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: As respostas foram organizadas em tabelas para facilitar a análise. Como resultado, observamos que já na sua implantação o curso seguiu as orientações das Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação de professores, constante nos Pareceres 009/2001,CNE/CES 1.303/2001 e Resoluções CNE/CP 1/2002, 2/2002 e CNE/CES 8/2002. Com relação ao entendimento de estágio e prática de ensino, observamos que não há um sentido claro para o termo estágio. Quer dizer, o estágio se dará a partir do 4o semestre sendo designada uma professora do CEFET-PB, que avaliará os licenciandos em reuniões quinzenais com o professor-tutor. Já a prática de ensino é entendida como disciplina sendo distribuída em todo o curso e avaliada pelos professores das mesmas. No questionário e entrevista, o coordenador entende a prática de ensino como as atividades relacionadas à prática docente. Cita que o licenciando deve ser introduzido em temas como experimentação, interdisciplinaridade e contextualização.Com relação ao lócus, o estágio se dará por meio de convênio com a Secretaria de Educação do Estado em suas escolas. A prática se dará nas disciplinas no CEFET-PB.Outro ponto que merece destaque é que no instrumento de pesquisa duas perguntas ficaram sem respostas o que precisa ser refletido.Apesar deste trabalho constituir em uma análise preliminar ainda em fase de aproximação do objeto de estudo, é possível apreender alguns aspectos com relação aos pontos abordados. A análise dos instrumentos observou-se que é necessário reformular 2 perguntas do questionário. Na entrevista pode-se observar que não há uma clareza nas respostas do coordenador do curso de Licenciatura em Química com relação a prática de ensino e ao estágio.

CONCLUSÕES: A partir destas primeiras aproximações em que procuramos identificar as opiniões sobre estas categorias: estágio e prática de ensino. Emerge, portanto, novos questionamentos que orientam a nossa pesquisa, assumindo que as opiniões dos professores influenciam na sua prática docente.
Esta inquietação dirige-se a procurar conhecer qual o entendimento do professor que acompanhará o estágio e daqueles que trabalharão com a prática profissional sobre estas categorias? Quer dizer, nosso entendimento é de que a pesquisa tenha continuidade ao constatar uma lacuna na compreensão de tais termos.

AGRADECIMENTOS: Ao CEFET-PB pelo apoio e colaboração no desenvolvimento da pesquisa; à CAPES e ao PPGECNM da UFRN.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: Brasil. Resolução CNE/CP no 1/2002. 2002a
______. Resolução CNE/CP no 2/2002. 2002b
______. Parecer CNE/CES no 009/2001. 2001
______. Parecer CNE/CES no 008/2002. 2002
______. Parecer CNE/CES no 1.303/2001. 2001