ÁREA: Ambiental

TÍTULO: IMPLANTAÇÃO DO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS LABORATORIAIS DA UTFPR / CAMPUS MEDIANEIRA

AUTORES: LOBO, V. S. (UTFPR) ; MAYER, I. (UTFPR) ; CARNEIRO, A. (UTFPR) ; MACEDO, D. P. (UTFPR) ; VAZATA, L. (UTFPR) ; ROCHEMBACK, S. (UTFPR)

RESUMO: O gerenciamento de resíduos laboratoriais de Instituições de ensino e pesquisa é necessário, mesmo que essas não sejam consideradas as principais poluidoras do ambiente. Assim, professores e alunos da UTFPR, campus Medianeira, tomam consciência das suas obrigações e necessidades, iniciando um projeto de tratamento dos resíduos gerados em seus laboratórios. Inicialmente, observa-se a necessidade de conscientização de todas as pessoas envolvidas direta ou indiretamente em seus laboratórios, a fim de obter informações quanto às substâncias produzidas. Essas substâncias devem ser caracterizadas e quantificadas em relação a um período de tempo para que seja possível traçar estratégias de tratamentos mais econômicos.

PALAVRAS CHAVES: tratamento de resíduo, laboratório, universidade

INTRODUÇÃO: Instituições de ensino e pesquisa representam um dos setores que mais geram resíduos, principalmente químicos e biológicos, oriundos dos seus laboratórios. Porém, nem sempre, estes possuem uma destinação adequada tornando-se um grande problema para a Instituição (AFONSO et al., 2003; ALBERGUINI et al., 2003; CUNHA, 2001; JARDIM, 1998; TAVARES e BENDASSOLLI, 2005). Não se pode admitir que locais destinados a gerar conhecimento e preparar profissionais para o mercado de trabalho sejam indiferentes aos passivos ambientais representados pelos rejeitos ali produzidos. Assim, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Medianeira, juntamente com seus professores, técnicos e acadêmicos do curso de Tecnologia de Gerenciamento Ambiental, possuem a consciência de que esses materiais devem ser tratados, reciclados e/ou destinados adequadamente. Portanto, o objetivo é implantar no campus da Instituição o gerenciamento dos resíduos laboratoriais gerados durante as aulas práticas e nos projeto de pesquisa. Por questões orçamentárias e por infra-estrutura, os conhecimentos não são colocados em prática, e muitos reagentes acabam indo para as pias, para os esgotos e, conseqüentemente, chegando e agredindo o meio ambiente. Isto causa uma controvérsia muito grande em relação a um dos cursos ofertados no campus, Tecnologia em Gerenciamento Ambiental, cujo objetivo principal é amenizar os impactos ambientais, mas, mesmo sem perceber, acaba por agredir o meio ambiente durante as praticas laboratoriais, onde os alunos aprendem métodos controversos a essa ação.

MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente o campus da Instituição deve implantar uma comissão para o gerenciamento dos laboratórios, que terá o objetivo principal de implementar ações para o tratamento e correto descarte, quando possível, de todos os resíduos gerados em seus laboratórios (química, biologia, mecânica e alimentos). A partir desta comissão, deve formar-se um grupo de trabalho e pesquisa, passando a ter a participação de acadêmicos, e os trabalhos voltam-se à classificação dos resíduos, quanto às suas características e quantidades geradas. Entretanto, juntamente com o início da busca sobre as informações dos resíduos, é necessário o trabalho de conscientização de todos, que estão envolvidos de forma direta ou indireta nos laboratórios, para real situação de seus trabalhos quanto à contaminação ambiental. Somente após a caracterização e a quantificação dos resíduos gerados, iniciam-se os possíveis tratamentos nos laboratórios, tendo, previamente, os respectivos estudos para cada grupo de resíduo (AFONSO et al., 2003; ALBERGUINI et al., 2003; CUNHA, 2001; JARDIM, 1998; TAVARES e BENDASSOLLI, 2005).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir do diagnóstico dos problemas laboratoriais quanto aos seus resíduos, inicialmente foi implantada uma comissão para o gerenciamento dos laboratórios no campus da Instituição, e a partir desta comissão, formou-se um grupo de trabalho e pesquisa, tendo a participação de acadêmicos. Como primeiro resultado da conscientização, os alunos passaram a buscar conhecimentos junto aos professores a fim de que estas atitudes inconscientes acabem ou se minimizem dentro da Instituição. Entretanto, para a realização de todo o tratamento dos resíduos laboratoriais é preciso seguir a legislação já existente e ter a participação de todos na Instituição, desde a direção até os alunos, o que, às vezes, pode ser a parte mais difícil do projeto – a conscientização. Só após o trabalho inicial de conscientização, deve-se conseguir realizar o levantamento, junto aos professores e pesquisadores, do tipo e da quantidade de todos os resíduos gerados nos laboratórios do campus. A partir dessas informações, pode-se buscar e pesquisar as metodologias a serem realizadas desde a identificação, características químicas e físicas (toxicidade, reatividade, inflamabilidade e compatibilidade das substâncias químicas), coleta, tratamentos, armazenamento e/ou descarte dos produtos tratados – considerando o quanto é produzido e a periodicidade da produção de cada resíduo. Com isso, pode-se verificar a participação e o envolvimento não só dos professores e técnicos, mas também dos alunos interessados em colocar em prática o que aprendem em seu curso de graduação.

CONCLUSÕES: O gerenciamento de resíduos laboratoriais pede que exista uma mudança de atitudes das pessoas envolvidas direta ou indiretamente nos laboratórios. Assim, a UTFPR/Medianeira, no intuito de formar profissionais conscientes de seu compromisso com o meio ambiente, está trabalhando para garantir a correta destinação final dos resíduos gerados em aulas práticas e em pesquisas nos seus laboratórios. Entretanto, o tratamento dos resíduos deve ser um projeto contínuo para que com o tempo a normas não sejam deixadas de lado e voltem os antigos hábitos nem sempre corretos.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AFONSO, J. C.; NORONHA, L. A.; FELIPE, R. P.; FREIDINGER, N. 2003. Gerenciamento de resíduos laboratoriais: recuperação de elementos e preparo para descarte final. Quim. Nova, 26: 602-611.
ALBERGUINI, L. B. A.; SILVA, L. C.; REZENDE, M. O. O. 2003. Laboratório de resíduos químicos do campus USP-São Carlos – resultados da experiência pioneira em gestão e gerenciamento de resíduos químicos em um campus universitário. Quim. Nova, 26:291-295.
CUNHA, C. J. 2001. O programa de gerenciamento dos resíduos laboratoriais do depto de química da UFPR. Quim. Nova, 24: 424-427.
JARDIM, W. F. 1998. Gerenciamento de resíduos químicos em laboratórios de ensino e pesquisa. Quim. Nova, 21: 671-673.
TAVARES, G. A.; BENDASSOLLI, J. A. 2005. Implantação de um programa de gerenciamento de resíduos químicos e águas servidas nos laboratórios de ensino e pesquisa no CENA/USP. Quim. Nova, 28: 732-738.