ÁREA: Ambiental
TÍTULO: IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS EM UM LABORATÓRIO DE ETE
AUTORES: GUIMARÃES,F.D. (CEFET-GO) ; BARBOSA,D.M. (UCG) ; OLIVEIRA,S.B. (CEFET-GO) ; GUIMARAES,F.D. (CEFET-GO)
RESUMO: O gerenciamento de resíduos deve contemplar dois tipos de resíduos: o ativo (gerado continuamente fruto das atividades de rotina), e o passivo, que compreende todo o resíduo estocado, não-caracterizado, aguardando destinação final (JARDIM, 1998).A implantação de um programa de gerenciamento de resíduos em laboratório de ETE ,tem por objetivo a classificação,separação e aplicação de metodologias analíticas que alcancem a redução nos índices de metais pesados bem como o alcance dos índices inorgânicos regidos pelo CONAMA.A leitura das amostras antes e após o tratamento foi realizado por espectrofotômetria de absorção atômica obtendo redução significativa dos íons cromo, prata e mercúrio de 1248 mg/mL para 6,49 mg/ml ,1910 mg/mL para 0,97 mg/mL e 910,26 mg/mL para 0,023 mg/mL respectivamente.
PALAVRAS CHAVES: gerenciamento de resíduos, metais pesados, meio ambiente.
INTRODUÇÃO: O gerenciamento de resíduos químicos em laboratórios é algo recente que vem sendo implementado no Brasil desde os anos de 1990 (AFONSO et al, 2002), sendo de grande importância para as grandes instituições geradoras, incluindo as universidades e laboratórios de pesquisa. As formas utilizadas para o tratamento de metais pesados é a precipitação na forma de um sal insolúvel (inertização) ou recuperação para posterior reutilização (ABREU & YAMAMOTO, 2003). Os resíduos de análises físico-químicos escolhidos para o tratamento, uma vez que foram gerados em maior quantidade, foram: DQO (Demanda Química de Oxigênio) – método do refluxo fechado por colorimetria (redução do cromo, prata e mercúrio) e Fósforo Total – método do cloreto estanhoso (redução do estanho). O objetivo deste trabalho foi propor um programa de gerenciamento de resíduos para um laboratório de ETE com o intuito de reduzir os índices de metais pesados em resíduos químicos lançados na pia após análises de rotina realizadas em laboratório.
MATERIAL E MÉTODOS: Realizou-se o levantamento do ativo existente e do passivo estocado, visando a quantificação dos resíduos. A auditoria do ativo foi realizada no almoxarifado de um laboratório de ETE com o intuito de quantificar resíduos oriundos de análises de rotina e descartados de forma indevida.O tratamento do resíduo de DQO foi mais difícil de trabalhar uma vez que foram tratados três metais pesados distintos. O pH inicial da amostra era bastante ácido, em torno de 1,0. Utilizou-se pHmetro DM 20 e 21 – Digimed para a leitura da amostra antes e pós-tratamento. Para uma amostra inicial de 1 L de resíduo adicionou-se 5g de tiossulfato de sódio, observando-se assim a oxidação do Cr+6 para Cr+3. Adicionou-se 3360 mL de hidróxido de sódio (20%) uma vez que o mesmo na sua forma sólida e pura provocou aquecimento brusco e espumação, obtendo-se assim um ponto negativo devido o aumento do volume final. Realizou-se a filtração do resíduo tratado. Tratou-se o resíduo da análise Fósforo Total adicionando-se 20 mL de peróxido de hidrogênio para cada litro de resíduo tratado. A utilização do peróxido de hidrogênio consiste na redução do Sn+2 para Sn+4 uma vez que o estanho tetravalente é mais estável que o estanho divalente. A solução é precipitada na forma de sulfeto, adicionando-se 8 g de sulfeto de sódio (Na2S) para que ocorra a precipitação num pH em torno de 7,0.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A quantidade de resíduos gerado nos meses de junho a novembro de 2006 contabilizaram um passivo estocado altamente problemático devido a existência de metais pesados nos resíduos químicos oriundo de análises de rotina . O passivo encontrado se dividia em duas frentes: os resíduos de reagentes vencidos e estocados de forma irregular em seu almoxarifado adquiridos em excesso, justamente pela compra inadequada destes reagentes e o passivo de análises de rotina, descartados de forma indevida na pia, sem nenhuma disposição adequada. Os resíduos foram segregados em uma sala designada sala de armazenamento de resíduos, seguindo todos os procedimentos estabelecidos pelo gerenciamento proposto. Os resultados pós-tratamento (Tabela 1), comprovam sua eficácia, uma vez que os índices de metais pesados foram reduzidos, mas não foi obtida a redução conforme os índices estabelecidos pela Resolução CONAMA N° 357, de março de 2005 para lançaemnto de efluentes(Tabela 2). O metal de Sn foi encontrado de forma insignificante no afluente e efluente tratado, comprovando que os índices de metais lançados em decorrência desta análise não afetam de forma significativa o meio ambiente.
CONCLUSÕES: O estudo que implementa o gerenciamento de resíduos em um laboratório de ETE foi desenvolvido de forma satisfatória,levantando um passivo bastante volumoso,o que de fato preocupa a real situação do laboratório. Através de técnicas analíticas a redução nos índices de metais pesados foram significativos,porém não conseguiu atender na integra os parâmetros exigidos na legislação,podendo assim serem aprimoradas as técnicas para o tratamento destes resíduos. O destino final para o resíduo foi proposto conforme a hierarquia do gerenciamento que varia conforme a realidade de cada unidade geradora.
AGRADECIMENTOS: À Conágua Ambiental e à ETE Dr° Hélio Seixo de Brito da Cidade de Goiânia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AFONSO, J.C et al. Gerenciamento de resíduos laboratoriais: Recuperação de elementos e preparo para descarte final. Química Nova, Rio de Janeiro, v.26, n 4, p. 602 – 611, 2003.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: < http: // www.mma.gov.br/ port/ conama/> . Acesso em: 20 agosto 2006.
JARDIM, W. F. Gerenciamento de Resíduos Químicos em laboratório de ensino e pesquisa. Química Nova, São Paulo, v. 21, n. 5, p. 671 - 673, set./ out.1998.
ABREU, D.G.; IAMAMOTO, Y. Relato de uma experiência pedagógica no ensino de química: Formação profissional com responsabilidade ambiental. Química Nova, Ribeirão Preto – SP, v. 26, n.4, p.582 – 584, 2003.