ÁREA: Ambiental
TÍTULO: REAPROVEITAMENTO DE SOLUÇÕES UTILIZADAS EM LABORATÓRIOS DE QUÍMICA ANALÍTICA QUANTITATIVA
AUTORES: FERRO, E.S. (UFC) ; LONGHINOTTI, E. (UFC) ; BORGES, S.S.S. (UFC)
RESUMO: O trabalho tem como objetivos evitar descarte e apresentar sugestões de reaproveitamento de algumas soluções preparadas em laboratórios de ensino de química analítica da Universidade Federal do Ceará. Após serem utilizadas nas aulas práticas, as soluções restantes foram guardadas em uma bancada para armazenamento denominada Banco de Soluções. Para cada solução armazenada, foi criada uma ficha de controle de entrada e saída da mesma do Banco de Soluções. A relação das soluções disponíveis foi então apresentada a outros laboratórios de química da UFC, para que os mesmos pudessem reutilizá-las. Esse procedimento simples resultou na redução de material utilizado para o preparo de algumas soluções em outros laboratórios de ensino, evitando o descarte de reagentes com potencial poluidor.
PALAVRAS CHAVES: poluição, reaproveitamento de soluções.
INTRODUÇÃO: Apesar das pequenas quantidades de soluções que são preparadas em pequenas concentrações, são variadas as substâncias produzidas e utilizadas nos laboratórios de química analítica: hidróxido de sódio (NaOH 0,1 mol/L), biftalato de potássio (C6H4COOKCOOH 0,1 mol/L), Nitrato de prata (AgNO3 0,1 mol/L), Permanganato de potássio (KMnO4 0,02 mol/L), ácido clorídrico (HCl 0,1 mol/L), sulfato de cobre (CuSO4), oxalato de sódio (Na2C2O4), tiocianato de potássio (KSCN 0,1 mol/L), dicromato de potássio (K2Cr2O7 0,0166 mol/L), tiossulfato de sódio pentahidratado (Na2S2O3 . 5H2O 0,1 mol/L), zinco (Zn2+ 0,1 mol/L), EDTA (C10H14N2Na2 . 2H2O 0,1 mol/L), cloreto de níquel (NiCl2 0,1 mol/L) e cloreto alumínio (AlCl3 0,1 mol/L). Os volumes das soluções produzidas, necessárias para padronizações e determinações, são em média de 100 a 250 mL para cada grupo de duas pessoas. Logo, em uma turma da disciplina de química analítica quantitativa, 10 grupos de 2 pessoas, produzem em torno de 1 a 2,5 L por cada prática efetuada. Os restos de soluções eram despejados em pias. Tais soluções como dicromato de potássio, oxalato de sódio, permanganato de potássio e entre outros se tornam fontes poluidoras de rios, esgotos e/ou corpos d’água.
MATERIAL E MÉTODOS: As soluções de descarte das aulas práticas de química analítica quantitativa foram colocadas em frascos de vidro ou de polietileno, dependendo do tipo de cada substância, e as mesmas foram rotuladas com o nome e a concentração aproximada em mol/L, sendo então armazenada em uma bancada de armazenamento, chamada de Banco de Soluções, mediante cadastramento em uma ficha de controle. Foi realizado um levantamento das práticas realizadas nos laboratórios de química geral e inorgânica da UFC e a compatibilidade de aproveitamento das soluções geradas nas aulas práticas. As listas com as soluções disponíveis foram entregues aos laboratórios e a entrada e saída de material do banco de soluções foram controladas por meio de fichário de solicitação (DEMAMAN et al., 2004) contendo: o nome da solução de interesse, as quantidades das soluções desejadas em litros, o dia e a hora de saída da solução, o destino e a assinatura do solicitante responsável.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Depois de realizado o levantamento das soluções utilizadas nas aulas práticas de outras disciplinas de química, observou-se que muitas soluções disponíveis no banco de soluções eram bastante compatíveis com as soluções necessárias para a realização de aulas práticas em disciplinas como química geral, química inorgânica e química analítica aplicada aos cursos de engenharia ambiental, engenharia de pesca e biologia, e poderiam ser reutilizadas sem a perda de qualidade dos experimentos. Assim, foram encaminhadas às coordenações responsáveis por essas disciplinas, as listagens das soluções disponíveis no banco de soluções. Com isso, as primeiras soluções foram encaminhadas aos laboratórios correspondentes e observou-se uma significativa redução do número de frascos acumulados no banco de soluções. A figura 1 mostra os produtos armazenados antes do início do controle de saída; na figura 2, redução do volume de frascos no Banco de Soluções após a criação do Controle de saída.
CONCLUSÕES: Através desse procedimento simples podem-se diminuir os gastos financeiros na compra de materiais para preparação das referidas soluções e um fator de extrema importância é a contribuição que se dá ao meio ambiente uma vez que se reduzem as quantidades de produtos com potencial poluidor na rede de esgoto e consequentemente nos rios (FAPESP et al., 2003).
AGRADECIMENTOS: Aos responsáveis pelos laboratórios de Química Analítica Aplicada, Química Geral e Química Inorgânica da UFC pelo interesse e a contribuição com esse trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: DEMAMAN, A.S.; FUNK, S.; HEPP, L.U.; ADÁRIO, A.M.S.; PERGHER, S.B.C. 2004. Programa de gerenciamento de resíduos dos laboratórios de graduação da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - Campus Erechim. ISSN 0100-4042. Quím. Nova vol.27 no.4 São Paulo July/Aug. 2004. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422004000400026&script=sci_arttext> Acesso em: 21 jul. 2006.
FAPESP, 15 ago. 2003. Publicado pela AMBIENTE BRASIL S/S LTDA, São Paulo, 2000. Disponível em: <http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=11752> Acesso em: 18 jul. 2006.
