ÁREA: Ambiental

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO LIMNOLOGICA E COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA EM LAGOA DE ESTABILIZAÇÃO NO MUNICÍPIO DE TRINDADE-GO

AUTORES: BARBOSA,M.D. (UCG) ; SANTOS,C.R.A. (UCG) ; REIS,R.C. (SANEAGO) ; GUIMARAES,F.D. (CEFET-GO) ; SILVA,D.C. (UFG)

RESUMO: A Estação de Tratamento de Esgoto Barro Preto situa-se em Trindade-GO. O estudo teve como objetivo identificar a comunidade fitoplanctônica na ETE Barro Preto, avaliar sua relação com a clorofila a, e feofitina e alguns aspectos físico-químicos. Foram analisados parâmetros físico-químicos e parâmetros biológicos.As coletas foram realizadas mensalmente de fevereiro a maio de 2006. O estudo identificou que entre os táxons, havia representantes de quatro classes taxonômicas. As espécies mais presentes foram as Planktothrix agardhii e Closteriopsis sp. Os valores de feofitina sugerem que a qualidade da vida do fitoplâncton tendeu a deteriorar, do fósforo total teve um valor auto de 3,28 mg/L P.O estudo revelou que as composições florística das lagoas apresentaram um certo grau de diferença.

PALAVRAS CHAVES: lagoas, clorofila a, comunidade fitoplanctônica

INTRODUÇÃO: A comunidade fitoplanctônica é constituída por um conjunto diversificado de espécies de algas. Característica principal é a presença do pigmento fotossintético. No Brasil há condições bastante favoráveis de clima e de áreas disponíveis para o uso de lagoas (CETESB, 1990). Estas unidades de tratamento biológico utilizam-se da redução fotossintética para a depuração das águas residuárias industriais e domésticas, além de outros organismos envolvidos no processo. A ETE Barro Preto possui as seguintes unidades: lagoa anaeróbia; lagoa facultativa; lagoa de maturação. Uma das principais funções das algas nessas lagoas é de produzir oxigênio para a realização dos processos de decomposição aeróbios da matéria orgânica e a remoção de nutrientes, tais como nitrogênio, fósforo e carbono. No Brasil, a legislação que define as condições e padrões de efluentes é a Resolução CONAMA n°357 de 17 de março 2005 e a lei Estadual nº 8544 de 1978 e Decreto nº 1745. O presente trabalho tem por objetivo identificar a comunidade fitoplanctônica na ETE Barro Preto, avaliar sua relação com a clorofila a, a feofitina, e alguns aspectos físico- químicos.

MATERIAL E MÉTODOS: Estudo realizado no período de fevereiro a maio de 2007 na ETE Barro Preto. Foram efetuados quatro coletas mensais, e os seguintes fatores físico-químicos realizados: pH, turbidez, temperatura da amostra, oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio (DBO5), demanda química de oxigênio (DQO), sólidos sedimentáveis, sólidos suspensos, sólidos suspensos voláteis, sólidos suspensos fixos, sólidos totais, sólidos totais voláteis, sólidos totais fixos, fósforo total, nitrito, nitrato. As variáveis físico-químicos e biológicas foram mensuradas no laboratório de esgoto da ETE Goiânia. As amostras para as análises qualitativa e quantitativa da comunidade fitoplanctônica foram coletadas de subsuperfície, acondicionadas em frascos escuros e mantidas em contato com gelo até a chegada ao laboratório. As amostras foram quantificadas pelo método da câmara Sedgewick-Rafter (APHA, 1985). Na avaliação da relação entre as variáveis bióticas e abióticas foi aplicada a correlação de Pearson e a aplicação do Teste T. Já para a análise de freqüência, abundância e dominância utilizou-se os critérios citados por (LOBO & LEIGHTON,1986). A composição florística foi avaliada pela aplicação da análise de agrupamento (KREBS, 1989).Para a execução das análises estatísticas foram empregados os programas NTSYS-pc e Excel.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na maioria das águas continentais o fósforo é o principal fator limitante de sua produtividade. Segundo os limites ou condições estabelecidas pela Resolução do CONAMA 357 de 17 de Março de 2005 é de 0,05 mg/L P. Os valores encontrados para fósforo total nas lagoas de estabilização durante a realização do estudo não atenderam aos valores estabelecidos de 3,28 mg/L P (Figura 1). Os dados de clorofila a e feofitina aferidos nas lagoas obtiveram valores elevados. Foram identificados 24 táxons pertencentes às classes: Cyanophyceae (4 táxons), Chlorophyceae (6 táxons), Euglenophyceae (4 táxons), Chlamydophyceae (2 táxons). Em nível infragenéricos 15 táxons identificadas sendo oito espécies, e uma variedade. A abundância e dominância foram analisadas de acordo com os módulos A e B das lagoas de estabilização, onde algumas espécies se mostraram tanto abundante como dominante e freqüentes como: Planktothrix agardhii, Closteriopsis sp e Merismopedia sp (Tabela 1). Composição florística das lagoas facultativas e de maturação apresentaram semelhanças quanto aos indivíduos presentes, sendo bastante distinta daqueles representantes registrados na lagoa anaeróbia. Os dados de clorofila a e feofitina aferidos nas lagoas obtiveram valores elevados. De acordo com Margalef (1960) os pigmentos das algas informam sobre a qualidade da vida no ambiente, pois se uma população entra em declínio o teor da clorofila a diminui e o de feofitina aumenta, mas na fase senil a distribuição dos pigmentos representaria o estado fisiológico da comunidade fitoplanctônica. Através da correlação de Pearson verificou-se a associação da densidade total com os seguintes parâmetros: oxigênio dissolvido, turbidez, sólidos voláteis, sólidos suspensos fixo, fósforo e NO2.








CONCLUSÕES: As espécies Planktothrix agardhii e Closteriopsis sp estiveram presentes em quase todas as amostras coletadas, indicando não serem influenciadas pelas condições estressantes das unidades de tratamento. A densidade da comunidade fitoplanctônica registrou valores elevados nos meses de abril e maio, com o índice de diversidade baixo. Atualmente, as preocupações com os processos de eutrofização exigem também maior controle do efluente final. Sugere-se que na ETE Barro Preto, tenha um programa de monitoramento, principalmente, quando o corpo receptor do efluente é utilizado para irrigação e abastecimento público.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION; AMERICAN WATER WORKS ASSOCIATION; Standard Methods for the examination of water and wastewater. 19 ed., Washington, DC, 1985.
CETESB. Avaliação de desempenho de lagoas de estabilização. 1 ed. Séries Manuais. São Paulo, CETESB, 1990.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n° 357 de 17 de março de 2005. Presidente: Marina Silva. Ministério do Meio Ambiente, Brasília, DF. 17 mar. 2005. 1-23p.
LOBO, E.; LEIGHTIN, G. 1986. Estructuras comunitárias de las fitocenosis planctonucas de los sistemas de desembocaduas de rios y esteros de la zona central de Chile. Rsv. Mar. Valparaiso. 22(1):1-29.
KREBS, C. J. 1989. Ecological methodology. University of Britisch Columbial/Harper & Row, Publishers. New York, 654p.
MARGALEF, R. Valeur indicatrice de la composition dês pigments du phytoplancton sur la productivité, composition taxanomic t proprietes dynamiques des populations. Commission Internationale pour I’Explitation Scientifique de la Mer Mediterranée. Vol. XV. Fasc. 2, 278-281 p.MATHEUS, C. E.; GIANOTTI, E. P.; MORAES, A. J. 1989. Correlações entre clorofila, STV e DQO. DAE, V. 49. Jan/Mar89.
ROHLF, F. J. NTSYS-pc-Numerical taxonomy multivariate analysis system. Version 1.5. New York. Applied Biostatistics Inc..1989. 11cap