ÁREA: Química Analítica
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DE FERRO SOLÚVEL EM EXTRATO AQUOSO DA ESPÉCIE Dalbergia subcymosa (VERÔNICA) POR ESPECTROFOTOMETRIA NA REGIÃO DO VISÍVEL
AUTORES: SILVA, M.M.C. (UFPA) ; RODRIGUES, S.F.S. (UFPA) ; CASTRO, E.M. (UFPA) ; PANTOJA, S.S. (UFPA ) ; LEITÃO, R. L (UFPA) ; MENDES, A.S. (UFPA)
RESUMO: Análises da espécie Dalbergia subcymosa (Verônica) utilizada para o combate à anemia pela população local, revelaram a presença significatva de ferro solúvel na sua composição. As amostras foram adquiridas a partir de espécies comercializadas no mercado de ervas do Ver – o – Peso (Belém – Pa). Análises foram realizadas em triplicatas utilizando – se a metodologia descrita no Standartd Methods (1995) em um espectrofotômetro CELM E – 225 D revelaram a presença de ferro com concentração média de 4,15 ppm.
PALAVRAS CHAVES: dalbergia subcymosa, espectrofotometria, ferro
INTRODUÇÃO: Sabe – se a muito do conhecimento e utilização popular de ervas no combate a enfermidades. FARNSWORTH et al. (1985) indicam que cerca de 75% das 121 drogas mais utilizadas na medicina ocidental foram provenientes de informações de populações tradicionais. Medicamentos amplamente utilizados, como a emetina, a vincristina, o quinino, o curare, a diosgenina, a pilocarpina, cocaína, dentre outros, talvez nem estivessem em uso na medicina moderna se não fosse o uso tradicional que comunidades locais faziam delas desde tempos remotos.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% da população mundial depende da medicina tradicional para atender às suas necessidades de cuidados primários de saúde e grande parte desta medicina tradicional envolve o uso de plantas medicinais, seus extratos vegetais ou seus princípios ativos (IUCN, 1993).
A anemia como uma enfermidade comum na região amazônica é tratada com administraçao do chá da espécie Dalbergia subcymosa.
Levando – se em consideração que uma das causas da enfermidade é a ausência de ferro para formação da hemoglobina (anemia ferropriva), torna – se interessante a investigação deste elemento químico em amostras da erva utilizada no combate a doença.
MATERIAL E MÉTODOS: As amostras foram adquiridas no mercado de ervas do Ver – o – Peso (Belém – Pa), em seguida encaminhadas ao laboratório de análise química quantitativa da UFPA, onde, foram lavadas, secadas em estufa, trituradas e armazenadas em frascos de vidro. Pesou – se 2,5 g de cada amostra e em béckers, em seguida acrescentou-se 200 mL de água deionizada em ebulição, com o auxílio de um bastão fez-se a dispersão da amostra; cobriu-se com vidro de relógio e foi deixado em repouso por 3 horas. Após resfriado retirou – se alíquotas de 5 mL do extrato aquoso e transferiu-se para balões de 50 mL, adiciou-se os reagentes necessários para o desenvolvimento da cor do complexo de ferro utilizando – se a metodologia descrita no Standartd Methods (1995). Paralelamente preparou-se uma curva padrão de ferro com concentrações variando de 0 a 1 ppm e fez – se as leituras das absorvâncias em 508 nm das soluções padrão e das amostras em um espectrofotômetro CELM E – 225 D. A curva padrão apresentou uma boa linearidade com coeficiente de correlação R² = 0,9988. O limite de detecção do método foi de 0,0005 ppm e o limite de quantificação de 0,0017 ppm.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Verifica – se um valor significativo de ferro solúvel presente nas amostras (tabela 1) o que talvez explique inúmeros casos de anemia que com sucesso foram tratados com a administração do extrato aquoso desta erva. Entretanto, o presente trabalho não objetiva apresentar o (s) princípio (s) ativo (s) no combate a enfermidade, porém, tenta mostrar que através do conhecimento popular a medicina pode ser orientada a caminhar de maneira a levar em consideração crenças e conhecimentos regionais para suplementação de alimentação e até mesmo a obtenção de novas drogas.
Tabela 1- Concentração média de ferro (ppm) nos extratos aquosos de Dalbergia subcymosa
CONCLUSÕES: Com os resultados das análises verifica – se que os extratos aquosos da erva Dalbergia subcymosa pode ser utilizada como fonte suplementar de ferro.
Portanto verifica – se que a medicina popular associada à biodiversidade e a diversidade cultural, assume um papel preponderante, pois é do conhecimento tradicional, oriundo da população do planeta, que resultaram em inúmeros medicamentos hoje utilizados na medicina.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: FARNSWORTH, N. R.; AKERELE, O.; BINGEL, A. S.; SOEJARTO, D. D.; GUO, Z. Medicinal plants in therapy. Bull. W. H. O., v. 63, p. 965-981, 1985.
IUCN – THE INTERNATIONAL UNION FOR CONSERVATION OF NATURE AND NATURAL RESOURCES. Guidelines on the conservation of medicinal plants. o-phenanthroline. J. Amer. Water Works Assoc. 38:727.
MEHLIG, R.P. & R.H. HULETT. 1942. Spectrophotometric determination of iron with o-phenanthroline and with nitro-o-phenanthroline. Ind. Eng. Chem., Anal. Ed. 14:869.
STANDARD METHODS .Phenanthroline Method. 1995