ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: DETERMINAÇÃO DO TEOR DE ÁLCOOL METÍLICO (METANOL) EM AMOSTRAS DE CACHAÇAS VENDIDAS NA DA REGIÃO NORTE DO CEARÁ.

AUTORES: SILVA, L.M.F (CENTEC) ; PORTELA, A. L. O (CENTEC) ; ARAÙJO, A. D. A (CENTEC)

RESUMO: RESUMO: O metanol é um álcool particularmente indesejável na cachaça. È originado da degradação da pectina, um polissacarídeo presente na cana-de-açúcar. A molécula de pectina é um composto formado pela associação de centenas de moléculas de ácido galacturônico, que possuem fragmentos de moléculas de metanol, as quais são liberadas durante o processo de fermentação. Com objetivo de conhecer a qualidade, com destaque para álcool metílico (metanol), foram analisadas amostras de cachaças de três cidades diferentes na região norte do Ceará. Todas as amostras foram analisadas em triplicata espectrofotometricamente de acordo com métodos oficiais para cachaça. De acordo com resultados todas as amostra apresentam presença de álcool metílico em sua composição.

PALAVRAS CHAVES: metanol. cachaça, controle de qualidade

INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: Cachaça foi definida como sendo a denominação típica e exclusiva da aguardente de cana produzida no Brasil, com graduação alcoólica de 38 a 48% v/v à 20°C, obtida pela destilação do mosto fermentado do caldo-de-cana com características sensoriais peculiares, podendo ser adicionada de açúcares até 6g/L, expresso em sacarose1,2. O metanol é um álcool particularmente indesejável na cachaça. È originado da degradação da pectina, um polissacarídeo presente na cana-de-açúcar. A molécula de pectina é um composto formado pela associação de centenas de moléculas de ácido galacturônico, que possuem fragmentos de moléculas de metanol, as quais são liberadas durante o processo de fermentação. No organismo, o metanol é oxidado a ácido fórmico e posteriormente a CO2, provocando uma acidose grave (diminuição do pH sangüíneo), afetando o sistema respiratório, podendo levar ao coma e até mesmo a morte4. Sua ingestão, mesmo em quantidades reduzidas, em longos períodos de consumo, pode ocasionar cegueira e a morte5. Este trabalho teve como objetivo avaliar o teor de álcool metílico (metanol) em amostras de cachaças comercializadas em cidades da região norte do Ceará.

MATERIAL E MÉTODOS: METODOLOGIA: Foram coletadas 3 amostras de cachaças em três cidades diferentes, estas amostras eram comercializadas informalmente no comércio formal. As amostras receberam designação (1, 2 e 3), de acordo com a localidade de cada uma, respectivamente das cidades de Sobral, Carnaubal e Varjota, sendo todas estas amostras comercializadas em garrafas pet de 2L. As determinações do teor de metanol foram realizadas no Laboratório de Biotecnologia da FATEC Sobral. Para estas determinações usou-se um espectrofotômetro 432 da marca Fento e todas as amostras foram feitas em triplicata, de acordo com os métodos oficiais para cachaça do MAPA(Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: Todas as amostras estavam contaminadas por álcool metílico (metanol). Os valores médios encontrados respectivamente foram de 8,85 mg/100mL; 4,5 mg/100mL e 8,45 mg/100mL. Esses resultados de baixa concentração de metanol estão em conformidade com estudos realizados por HORII, de acordo com o autor o teor de matérias pécticas em cana-de-açúcar é muito baixo, um dos menores componentes orgânicos dos não açúcares por conseguinte, o teor de metanol é também sempre muito baixo, não se comparando aos destilados de frutas, geralmente com altos teores de pectina6.

CONCLUSÕES: CONCLUSÂO: Nenhuma das amostras apresentaram concentrações de alcóol metílico que excederam o limite tolerado pela legislação. Pois o limite máximo de metanol tolerado na legislação é de 20mg/L. No entanto todas as amostras estão dentro do padrão para teor de alcóol metílico.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem a Faculdade de Tecnologia CENTEC Sobral pela liberação do laboratório de biotecnologia do curso de Tecnologia de Alimentos

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1. Brasil. Decreto no. 4851 de 02 de outubro de 2003.

2. Brasil. Instrução Normativa no. 13, de 29 de junho de 2005, Diário Oficial da União, s.1, p. 3, Brasília, 30/06/2005.

3. Brasil. Portaria nº 371, MARA. Diário Oficial da União, s. 1, p. I, Supl. Brasília, 19/09/1974.

4. MAIA, A. B. Segundo curso de tecnologia para produção de aguardente de qualidade. Ed. Escola de Engenharia da UFMG e Fundação Cristiano Otoni. p.65,1994.

5. WINDHOLZ, M. The Merck index. Rahway: Merck,1976.
6. HORII, J. A cana-de-açúcar como matéria-prima. Revista Visão Agrícola, (Esalq.),n.1, p.88-93, 2004.