ÁREA: Química Analítica
TÍTULO: Estudo da decomposição térmica de coloríficos
AUTORES: XAVIER, C. X. (UFRN) ; SOUZA, J. M. (UFRN) ; CRUZ, Â. M. F. (UFRN) ; RIBEIRO, L. P. D. (UFRN) ; SILVA, D. R. (UFRN) ; MOURA, M. F. V. (UFRN)
RESUMO: Neste trabalho estudou-se a decomposição de amostras de colorau. As amostras foram obtidas de supermercados de Natal-RN. Foram realizados experimentos de análise térmica em um instrumento de análise simultânea, obtendo-se curvas TG e DTA para todas amostras. Das amostras estudadas apenas uma apresentou comportamento diferenciado das demais.
PALAVRAS CHAVES: análise térmica, colorífico
INTRODUÇÃO: Colorau ou colorífico é um corante vermelho, obtido de fontes naturais e usado nos alimentos para realçar as suas cores. Na Europa é feito a partir de pimentão seco, moído enquanto que no Brasil se usa o arilo que envolve as sementes do urucum.
O urucum é um corante extraído da Bixa orellan L., árvore presente nas florestas tropicais da Ásia e Américas do Sul e Central. Esse corante é usado pelos índios brasileiros desde a época do descobrimento até os dias atuais para pintar o corpo e também em alimentos. O urucum é largamente usado em preparos de carnes com objetivo de melhorar sua aparência, o que deve-se a sua capacidade de aderir às proteínas. O urucum apresenta-se convencionalmente em duas formas: a bixina que é lipossolúvel e Norbixina que é hidrossolúvel, sendo a bixina o carotenóide principal, presente em 70 a 80% da semente.
O estudo da estabilidade térmica de produtos utilizados em alimentos é importante pois esses produtos freqüentemente passam por processos térmicos significativos tanto no cozimento quanto no resfriamento.
MATERIAL E MÉTODOS: As amostras foram obtidas de supermercados, na cidade de Natal/RN e foram trabalhadas quatro marcas diferentes, aqui denominadas de A, B C e D.
As curvas TG e DTA foram obtidas em um DTG 60H Shimadzu. Foram utilizados os seguintes parâmetros para obtenção dos dados: massa de amostra de aproximadamente 6 mg, atmosfera de nitrogênio, com vazão de 50 mL/min, cadinho de platina, intervalo de aquecimento da temperatura ambiente até 900 oC, e razão de aquecimento de 10 oC/min. As curvas obtidas foram tratadas em software específico, TA 60 HS.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A Figura 1 apresenta as curvas TG e DTA obtidas nas condições experimentais estabelecidas para todas as amostras. A Tabela 1 apresenta os resultados obtidos a partir das curvas TG e DTA para as amostras estudadas.
Os resultados apresentam uma etapa inicial de perda de massa para todas amostras que vai da temperatura ambiente até 150 oC, com uma perda de massa de aproximadamente 12 %. Na curva DTA observa-se um pico endotérmico em 55,7 oC. A segunda etapa também foi semelhante para todas amostras começando em 270 oC até 340 oC, com uma perda de massa de aproximadamente 55 %. Na curva DTA para essa etapa observa-se um pico endotérmico em 300 oC. Observa-se um a terceira etapa que não se completou para a maioria das amostras estudadas iniciando-se em torno de 405 oC. A amostra que mais se diferenciou das demais foi a amostra B, apresentando na segunda etapa um pico exotérmico e uma terceira etapa com um intervalo de decomposição térmica bem definido de 410 a 713 oC.
CONCLUSÕES: As amostras estudadas apresentaram similaridade de comportamento na decomposição térmica. Sendo a amostra B a que apresentou comportamento diferenciado das demais com três etapas distintas de decomposição térmica.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao CNPq/UFRN pelo e apoio e suporte financeiro prestados para realização deste trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] Luciane Tocchini, Adriana Mercadante. Extração e Determinação por CLAE de Bixina e Norbixina. Cienc. Tecnol.Aliment., Campinas, 21(3), set-dez, 2001.
[2] Daiana Rohde, Sérgio Silveira, Vera Vargas. O uso de corantes urucum(Bixina orella L.) na técnica de coloração histológica. RBAC, vol.38(2): 119-121, 2006.