ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: Classificação de Coloríficos Empregando Espectroscopia no Infravermelho Próximo

AUTORES: MOURA, M. F. V. (PQ) (UFRN) ; SENA, L. M. (PG) (UFRN) ; CRUZ, A. M. F (IC) (UFRN) ; RIBEIRO, L. P. D. (PQ) (UFC )

RESUMO: Corantes são usados desde as primeiras civilizações para melhorar a aparências dos alimentos, tornando-os mais agradáveis visualmente. No Brasil, o urucum apresenta-se como o colorífico mais usado para fins culinários, que também possui características fitoterápicas. Este trabalho visa observar a potenciabilidade da Espectroscopia no Infravermelho Próximo associado ao SIMCA para a classificação de coloríficos comercializados em Natal/RN. Foi observado que algumas empresas fazem controle de qualidade da porcentagem dos carotenóides (bixina e norbixina).

PALAVRAS CHAVES: coloríficos, nir, simca

INTRODUÇÃO: Em diversos alimentos e bebidas utilizam-se corantes para obter uma melhor aceitação visual. Da Bixa orellan L., árvore presente nas florestas tropicais da Ásia e Américas do Sul e Central, extrai-se o corante urucum usado pelos índios brasileiros desde a época do descobrimento até os dias atuais para pintar o corpo e em alimentos. O urucum é largamente usado em preparos de carnes com objetivo de melhor a aparência, o que deve-se a sua capacidade de aderir às proteínas. O apresenta-se convencionalmente em duas formas: a bixina que é lipossolúvel e Norbixina que é hidrossolúvel, sendo a bixina o carotenóide principal, presente em 70 a 80% da semente, suas estruturas são apresentadas em anexo abaixo [1,2]:
Faz-se necessário a existência de métodos rápidos e eficazes para controle de qualidades deste produto. Este trabalho visa verificar a potencialidade da espectroscopia no infravermelho próximo (NIR) para a classificação de coloríficos (tipo colorau) quanto a sua origem de produção, fazendo uso da associação da reflectância difusa e SIMCA (Programa de modelagem independente para analogia de classes).

MATERIAL E MÉTODOS: Foram coletadas, na cidade de Natal/RN, 40 amostras, de lotes diferentes, de nove diferentes marcas de coloríficos, chamadas de marcas de A a I.
O registro dos espectros de reflectância difusa das amostras foi realizado utilizando um Espectrofotômetro NIR, da Bomem, modelo. A região espectral selecionada para o tratamento quimiométrico foi de 4.420 a 5.944 cm-1, sofrendo tratamento com alisamento Savitzky-Golay e primeira derivada, mostrada na figura 2.0.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: O gráficos dos escores das componentes principais (PCs) é mostrado na figura 2, onde é possível observar a formação de classes das marcas e como também a não formação das classes. O modelo SIMCA com validação cruzada foi utilizado para classificação das amostras-teste.

Figura 2.1 – Gráfico de escores das PCs . Observando 3 PCs das 6 componentes usadas.

Analisando-se o gráfico de escores da figura 2 observa-se a formação de 8 grupos (A,B,C,D,F,G,I e K). As amostras das marcas E, H e J, estão visualmente dispersas, o que nos leva afirmar que elas não possuem correlação.
Na análise do comportamento dos grupos observa-se distinção relevante entre as marcas, com uma mistura entre as marcas E, H e J.
Todas as amostras-teste foram classificadas como pertencentes a uma das classes, com nível de confiança 95%.






CONCLUSÕES: Com base nos resultados obtidos fica claro que a espectroscopia NIR apresenta, com o uso de SIMCA, grande potencial para controle de qualidade de coloríficos, permitindo prever seu uso na detecção de falsificações e fraudes. A não classificação das respectivas amostras pertencentes às marcas C, E e F podem ser devidas a não homogeneidade no processo de fabricação. Já que as amostras eram de lotes diferentes.

AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao CNPq/CAPES/UFRN.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: [1] Luciane Tocchini, Adriana Mercadante. Extração e Determinação por CLAE de Bixina e Norbixina. Cienc. Tecnol.Aliment., Campinas, 21(3), set-dez, 2001.
[2] Daiana Rohde, Sérgio Silveira, Vera Vargas. O uso de corantes urucum (Bixina orella L.) na técnica de coloração histológica. RBAC, vol.38(2): 119-121, 2006.