ÁREA: Físico-Química
TÍTULO: MISTURA GASOLINA/DIESEL: AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE
AUTORES: DE BRITO, D. G. C. (UFPA) ; DOS SANTOS, A. F. B. (UFPA) ; BAHIA, L. S. (UFPA) ; DIAS, R. C. (UFPA) ; BRAGA, M. (UFPA) ; BATISTA, P. R. S. (UFPA) ; DA ROCHA FILHO, G. N. (UFPA)
RESUMO:
RESUMO: Realizou-se análises em gasolina tipo C comum previamente adulteradas com diesel nas seguintes porcentagens: 0,5%; 1,0%; 2,0%; 3,0%; 4,0% e 5,0%. Traçou-se o perfil da gasolina tipo C comum, diesel comum e das respectivas misturas gasolina/diesel. Os parâmetros testados foram: curva de destilação, massa específica, octanagem, teor alcoólico. A adição de diesel afetou de modo significativo apenas o ponto final de ebulição ultrapassando o limite especificado de 220°C (Portaria ANP 309) para uma adição a partir de 2%.
PALAVRAS CHAVES: gasolina/diesel, adulteração
INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: As pesquisas para a possível identificação de adulterações em gasolinas automotivas não são recentes, sendo necessários vários órgãos governamentais para monitorar, fiscalizar, aplicar multas, além de outros recursos, para inibir as adulterações. Baseado nisso, houve uma preocupação em traçar um perfil de uma mistura gasolina/diesel, com o objetivo de auxiliar na identificação de uma possível adulteração, utilizando métodos tais como: destilação, densidade, infravermelho, teor alcoólico e outros, para este fim; focando nos pontos onde ocorre maior distorção em relação à gasolina. Desta forma, espera-se, saber até que porcentagem de diesel pode ser adicionada à gasolina sem que os vários parâmetros analisados fiquem fora das especificações, além de saber qual procedimento é mais sensível a essa adulteração, visando assim, o monitoramento da qualidade deste produto. Tendo como objetivo determinar o teor de diesel que pode adicionar à gasolina sem que os valores das análises fiquem fora de especificação e determinar o método mais sensível à adulteração da qualidade da gasolina pela adição de diesel, traçando um perfil das misturas com base nas análises obtidas, para servir de base para estudos de amostras que apresentam não-conformidade.
MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: Em cada mistura foram realizadas as mesmas análises aceitas pela ANP para a determinação da qualidade da gasolina comercializada no Brasil. Com respeito às análises feitas através de aparelhos, utilizou-se um destilador automático obedecendo ao método ASTM D 86; sendo destilados 100 ml da amostra, após o processo de destilação houve a coleta do resíduo. Outro aparelho utilizado foi um densímetro, através do qual determinou-se a massa específica pelo método ASTM D 4052. Também, análises por infravermelho, com a utilização do analisador por infravermelho GS1000 foram feitas; para o teor de benzeno foi empregado o método ASTM D 6277 e para o caso do teor de aromático foi utilizado o método ASTM D 1319. Referente às análises manuais, a determinação do teor alcoólico obedeceu a NBR13992. Para o diesel utilizado na adição à gasolina foram preveamente realizados as análises habituais especificadas pela ANP, os métodos utilizados para massa específica e destilação foram os mesmos utilizados para as misturas de gasolina/diesel, para a análise do ponto de fulgor foi utililizado o método ASTM D 93 e para a determinação da quantidade de enxofre foi adotado o método ASTM D 4294, através do aparelho de fluorescência de raio-x. A determinação do aspecto é visual em todas as análises, e a determinação da cor para a amostra de gasolina e para as misturas também é visual, contudo, o mesmo não se pode dizer para o diesel, pois nesse caso utilizou-se um colorímetro.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÕES: Dentre as análises executadas para a avaliação da conformidade da mistura gasolina/diesel, a destilação foi a mais determinante.Como verificado na adição de 5% de diesel na gasolina C foi observado que o ponto final de destilação foi de 235,9°C sendo que o máximo permitido é de 220,0°C isso ocorre devido ao aumento da concentração de hidrocarbonetos mais pesados, sabendo–se que quanto maior for a cadeia mais alto será o seu ponto de ebulição, isto explica também o aumento no volume de resíduo, pois a fração mais pesada da mistura não é destilada . O resíduo que é a parte remanescente da gasolina, após ter se alcançado o ponto final de ebulição Um alto teor de resíduo, assim como um elevado ponto final de ebulição, indica um alto teor de frações pesadas advindas do processo de produção ou de contaminação da gasolina por produtos mais pesados como, por exemplo, óleo diesel. O uso de gasolina com alto teor de resíduo contribui para maior formação de depósitos no motor e pode provocar carbonização das velas de ignição, o que leva o motor a funcionar precariamente. A massa específica permaneceu dentro das especificações da ANP, mas variou de 750,2 Kg/m3 até 756,6 Kg/m3 esse aumento é explicado tendo em vista a diferença de massa especifica entre os combustíveis, sendo que a do diesel é maior. As outras análises não apresentaram alterações significativas.
CONCLUSÕES: CONCLUSÃO: Dentre os parâmetros avaliados apenas a destilação possibilitou detectar uma adulteração a partir da adição de 2% de diesel, superando os limites estabelecidos de 220°C para o ponto final de ebulição. Adições a partir de 3% de diesel superaram os limites estabelecidos de 2 mL para o resíduo. Nos demais parâmetros as variações não foram capazes de caracterizar adulteração.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
• AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO. Disponível em: http://www.anp.gov.br. Acesso em 13 dezembro de 2006.
• AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. D 1298: Density, Relative Density (Specific Gravity) or API Gravity of Crude Petroleum and Liquid Petroleum Products by Hydrometer Method, 2006.
• AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. D 1319: Hydrocarbons Types in Liquid Petroleum Products by Fluorescent Indicator Adsorption, 2001.
• AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. D 4052: Density and Relative Density of Liquids by Digital Density Meter, 2001.
• AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. D 4294: Sulfur in Petroleum Products by Energy Dispersive X-Ray Fluorescence Spectroscopy, 2006.
• AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. D 613: Cetane Number Diesel, 2001.