ÁREA: Físico-Química
TÍTULO: ANÁLISE DAS PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DO ÓLEO DA SEMENTE DA MAMONA DE DIFERENTES LOCALIDADES DO RN
AUTORES: SOUSA JUNIOR, F.S. (UERN) ; SOUZA, L. (UERN) ; SANTOS, A.G.D (UERN) ; ARAÚJO, A. M.M (UERN) ; MARTINS, D.F.F (UERN) ; EVANGELISTA, J.P.C. (UERN)
RESUMO: O biodiesel apresenta várias vantagens em relação ao diesel por ser renovável, poluir menos, pode ser usado em motores a diesel sem adaptação, sendo ecológico e socialmente correto. No RN, o cultivo da mamona tem grande incentivo devido ao fácil cultivo e adaptabilidade as condições climáticas. Nacionalmente, vem se fazendo um zoneamento agrícola das áreas potenciais para o plantio da mamona. Mediu-se a viscosidade, densidade e tensão superficial de óleos extraídos de sementes de mamona cultivadas em cidades com diferentes altitudes. Detectaram-se diferenças significativas nas propriedades analisadas, indicando que o zoneamento das zonas agrícolas para produção de mamona visando à fabricação de biodiesel deve considerar também a qualidade físico-química do óleo, em especial as normalizadas
PALAVRAS CHAVES: biodiesel, mamona e zoneamento agrícola
INTRODUÇÃO: O Biodiesel pode ser feito com qualquer óleo vegetal ou animal, mas o do óleo da semente de mamona vem sendo incentivado pelos governos (BELTRÃO, 2003). O biodiesel é o produto de uma transesterificação entre um álcool e um óleo na presença de um catalisador produzindo um Ester (biodiesel) e como subproduto glicerina. Esta fonte de energia reduz 78 % dos emissores poluentes como o dióxido de carbono, e 98 % de enxofre na atmosfera. No RN o cultivo da mamona tem um grande incentivo, devido ao seu fácil cultivo e adaptação ao solo da região, gerando assim renda no campo e a fixação do homem neste. Nacionalmente vem se fazendo um zoneamento agrícola das áreas potenciais para o cultivo de mamona, sendo que a inclusão de um município no zoneamento agrícola não garante a boa produtividade como também não significa que os municípios excluídos estejam proibidos de plantar mamona. O zoneamento se baseia em fatores relacionados unicamente as condições de produzir mamona com alto rendimento, ou seja, temperaturas médias do ar, altitude e precipitação pluviométrica média (MELO et al., 2006). Estes fatores não levam em consideração as características que o óleo produzido deve ter para produzir com sucesso o biodiesel tais como acidez, teor de água, viscosidade, densidade etc. Essas propriedades são determinantes no uso da mamona para a produção do biodiesel. Deste modo, objetivou-se neste trabalho analisar a viscosidade, a densidade e a tesão superficial de óleos de mamona cultivados em diferentes municípios do estado do Rio Grande do Norte, zoneados e não zoneados.
MATERIAL E MÉTODOS: O Experimento foi conduzido no laboratório de química da UERN. Para extrair o óleo da semente utilizou-se um filtroprensa adaptado no laboratório e determinou-se a viscosidade à temperatura de 40 0C, com um viscosímetro sayboult, a densidade e a tensão superficial foram medidas com um tensiômetro do tipo TD1 lauda seguindo os procedimentos recomendados no manual. As medidas foram feitas em triplicata, adotando-se as médias aritméticas simples como resultado em todas as analises.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A tabela 1 mostra os resultados médios obtidos para as propriedades analisadas. Para a densidade as cidades zoneadas apresentam valores abaixo do recomendado, mas bem próximos da faixa permitida, enquanto as cidades não zoneadas apresentam valores bem acima dos indicados como ideais pela norma européia. Os valores de viscosidade se encontram na faixa de 400 ± 5 % Cst, exceto o valor encontrado para o óleo extraído da semente cultivada em Luiz Gomes (303 Cst). Considerando que a norma européia indica uma viscosidade de 3.5 a 5 Cst , estes valores estão muito acima do valor ideal. Estes resultados indicam que a maiores altitudes, o óleo torna-se ligeiramente mais viscoso, embora exceções possam existir, o que significa que a viscosidade deve ser influenciada também por outras variáveis não analisadas neste trabalho. Os valores das tensões superficiais dos óleos nas cidades zoneadas são menores que nas cidades não zoneadas. Esta propriedade apesar de não ser normalizada é importante por indicar a facilidade de se vaporizar o combustível e assim permitir uma queima mais completa. Deve-se destacar que óleos muitos viscosos não poderão ser usados para produção de biodiesel a serem exportados e, também deverão ser frutos de normalização em futura legislação brasileira.
CONCLUSÕES: Os resultados mostram que a altitude influência nas propriedades físico-químicas examinadas aumentando em geral a viscosidade e diminuindo a densidade e a tensão superficial, a medida que se aumenta a altitude na qual a mamona é cultivada. Estes resultados sobre a qualidade do óleos deve ser considerado no estabelecimento de um zoneamento para o cultivo de mamona com o objetivo de produzir óleo para fabricar biodiesel. Com respeito à legislação os valores de viscosidade e de densidade estão fora dos padrões exigidos pela legislação européia.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: BELTRÃO, N.E. de M. Informações sobre o biodiesel, em especial feito com o óleo de mamona. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2003. 3p. (Embrapa Algodão. Comunicado Técnico, 177). CNPA 1060.
MELO, F.B.; BELTRÃO, N.E.M.; MILANI, M.; RIBEIRO, V.Q. Comportamento produtivo de genótipos de mamoneira em baixas altitudes para produção de biodiesel. In: II Congresso Brasileiro de Mamona-Cenário atual e perspectivas, 2006, Aracajú. II Congresso Brasileiro de Mamona-Cenário atual e perspectivas, 2006.
