ÁREA: Físico-Química

TÍTULO: ESTUDO DA RESISTÊNCIA MICROBIOLÓGICA DAS EMULSÕES A PARTIR DE NOVOS FLUIDOS DE CORTE

AUTORES: MUNIZ, C. A. S. (UFRN) ; DANTAS, T. N. C. (UFRN) ; MOURA, E. F. (UFRN) ; DANTAS NETO, A. A. (UFRN) ; SOARES, A. P. J. (UFRN) ; FERNANDES, J. E. A. (UFRN) ; MARQUES, A. S. (UFRN)

RESUMO: Fluidos de Corte são lubrificantes usados nas indústrias metal-mecânicas. Esses fluidos de corte foram investigados quanto ao processo de contaminação. As emulsões foram preparadas em 16 ensaios a partir de um planejamento experimental 24, pesou-se 6g do fluido de corte e adicionou-se 194 mL de água destilada e agitou-se até formar uma emulsão. Em seguida pesou-se 50g de fubá e verteu-se cuidadosamente a emulsão sobre o fubá, sem agitar, e mediu-se o pH em função do tempo em número de dias. Os melhores resultados da resistência microbiológica foram obtidos quando se utilizou uma quantidade alta de biocida, isso fez com que o número de dias aumentasse. Esses resultados mostraram uma melhor resistência microbiológica dos novos fluidos de corte quando comparados com os fluidos comerciais.



PALAVRAS CHAVES: resistência microbiológica e fluidos de corte.

INTRODUÇÃO: Nas operações de usinagem, a utilização do fluido de corte é essencial para que se obtenha melhores acabamentos superficiais das peças, para minimizar o desgaste da ferramenta de corte, para resfriar e lubrificar a peça e a ferramenta de corte, e para a remoção de cavacos, dentre outros.
Está constatado que a refrigeração, usando apenas água tinha contra si desvantagens em relação à oxidação da peça, embora houvesse vantagens para o processo de corte. Com o advento das indústrias petrolíferas, os óleos foram incorporados nesse processo, e desde então, são amplamente utilizados principalmente pela boa capacidade lubrificante e por atuar como agente anticorrosivo. Atualmente, o sistema água/óleo possui uma vasta aplicação, oferecendo a vantagem da refrigeração, proporcionada pela água, e da lubrificação, imprimida pelos derivados do petróleo (Bianchi, et al.; 2003)
Esse sistema, contudo, pode ser atacado por microorganismos, os quais causam alteração nas propriedades iniciais do fluido, tornando-o instável, e diminuindo, assim, seu período de uso no processo de usinagem.
Baseado neste contexto, este trabalho propõe verificar a resistência microbiológica das emulsões obtidas com os fluidos de corte, devido à grande suscetibilidade do fluido à proliferação de microorganismo.


MATERIAL E MÉTODOS: Foram preparadas emulsões O/A em 16 ensaios a partir dos novos fluidos de corte, que foram obtidos através de um planejamento experimental 24 (Muniz, 2005), onde pesou-se 6g do fluido de corte e adicionou-se 194 mL de água destilada e agitou-se até formar uma emulsão. Em seguida pesou-se 50g de fubá (amido de milho) e verteu-se cuidadosamente a emulsão sobre o fubá, sem agitar, medindo-se, então, o pH em função do tempo em número de dias (Método da Miracema – Nuodex Indústrias Químicas Ltda). Os cuidados na manipulação das amostras para evitar contaminação são as seguintes: Os operadores devem estar com mãos e vestes limpas, o local de trabalho deve ser limpo e usar equipamento adequado para aplicação da emulsão.





RESULTADOS E DISCUSSÃO: A resistência microbiológica das emulsões obtidas com os fluidos de corte foi medida através do pH em função do tempo, em número de dias, cujos resultados estão apresentados abaixo.


Ensaios 1°dia 2°dia 3°dia 4°dia 5°dia 6°dia
1 8,76 7,47 7,12 5,50 4,70 3,80
2 8,15 7,74 7,05 5,96 5,02 3,60
3 8,54 7,95 7,45 5,07 4,21 3,03
4 8,77 8,29 7,84 5,11 4,70 3,20
5 9,05 8,82 7,41 7,01 6,70 5,50
6 9,28 8,64 8,45 8,04 7,77 5,03
7 9,05 8,76 8,33 8,01 7,05 5,10
8 8,97 8,50 7,82 7,30 7,02 4,55
9 8,83 8,08 7,61 6,81 5,26 4,16
10 8,92 8,12 7,68 5,53 4,09 3,50
11 8,84 8,02 7,33 5,30 4,30 3,20
12 9,09 8,07 7,67 5,07 4,15 3,70
13 9,15 8,39 8,14 7,30 6,86 5,70
14 8,86 8,30 7,51 6,95 5,65 4,36
15 8,92 7,96 7,89 7,08 6,30 4,78
16 9,10 8,59 8,08 7,84 6,45 4,80

Conforme resultado apresentado acima, verificou-se que apenas os ensaios 5, 6, 7, 8, 13, 15 e 16 conseguiram continuar com seus pHs acima de seis durante cinco dias, nos outros ensaios houve um decréscimo no valor do pH, significando que a emulsão foi contaminada. Uma vez que um fluido de corte é considerado microbiologicamente estável se mantiver o pH em valores básicos até 6,0, enquanto a acidez no pH indica que a emulsão está contaminada.

De acordo com os resultados a cima, observou-se que o aumento do número de dias nos ensaios 5, 6, 7, 8 13, 15 e 16 ocorreram quando utilizou um percentual 1% de biocida .



CONCLUSÕES: O estudo da resistência microbiológica permitiu verificar o pH das emulsões em relação ao número de dias, visando observar a contaminação por microorganismos. O estudo mostrou que os fluidos de corte comerciais foram mais susceptíveis à contaminação do que os novos fluidos de corte.

AGRADECIMENTOS: Ao CNPq e CAPES.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: NUNES, E. C. A.; SEIDL, P. R.; FABRIANI, A. C. R. Revista de Química Industrial, 62, 695, 1994.
MUNIZ, C. A. S.; Utilização de Metodologia de Planejamento Experimetal na Otimização de Novas Formulações de Fluidos de Corte. Julho. 2005. 90p. Dissertação (Mestrado em Físico-Química). Orientador: Dantas, T. N. C. Dept. de Ciências Exatas e da Terra, Departamento de Química, Natal, 2005.
BIACHI, Eduardo Carlos; AGUIAR, Paulo Roberto; PIUBELI, Bruno Amaral. Aplicação e Utilização dos Fluidos de Corte nos Processos de Retificação. – São Paulo: Artliber Editora, 2003.