ÁREA: Físico-Química

TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE ÓLEO LUBRIFICANTE USADO NA USINA TERMOELÉTRICA DO MUNICÍPIO DE CARACARAÍ DO ESTADO DE RORAIMA

AUTORES: RIBEIRO, C. F. (UFRR) ; MELO FILHO, A. A. (UFRR) ; BARRETO, H. C. S. (UFRR)

RESUMO: Esse estudo teve como objetivo caracterizar, através de parâmetros físico-químicos, o óleo lubrificante proveniente da Usina Termoelétrica da Companhia Energética de Roraima – UTCER, no município de Caracaraí no Estado de Roraima. Foram realizadas análises físico-químicas das amostras de óleo lubrificante limpa e usada após 3000 horas na UTCER. Verificou-se para amostra limpa uma viscosidade, a 40ºC, de 112,94 e de 227,33 para amostra usada, e um índice de acidez de 1,9389 para amostra limpa e de 46,0909 para amostra usada. De um modo geral, todos os resultados obtidos apresentam novas informações sobre o óleo lubrificante Lubrax Extra Turbo, os quais poderão ser usados como referência para formação de novos dados físico-químicos em sua base de dados.

PALAVRAS CHAVES: óleo lubrificante, poluentes, viscosidade

INTRODUÇÃO: Os óleos lubrificantes, sintéticos ou não, são derivados de petróleo, empregados em fins automotivos ou industriais, que após o período de uso recomendado pelos fabricantes dos equipamentos, deterioram-se parcialmente, formando compostos oxigenados (ácidos orgânicos e cetonas), compostos aromáticos polinucleares de viscosidade elevada (e potencialmente carcinogênicos), resinas e lacas (SILVEIRA et al, 2006).
O óleo lubrificante se degrada e contamina com o uso, devendo ser trocado ao fim de sua vida útil. A correta destinação do óleo usado é o processo de rerefino que remove os produtos de oxidação, aditivos e contaminantes, retornando-o a condição de óleo básico. Os parâmetros que devem ser determinados para avaliar sua qualidade e garantir que os óleos lubrificantes acabados estejam de acordo com as características e desempenho informados pelos produtores e importadores à Agencia Nacional de Petróleo – ANP (2006). Protegendo o consumidor final contra eventuais fraudes e baixo desempenho (SILVEIRA et al, 2006; BRASIL, 2006).
Sendo assim, a importância deste trabalho se deve por apresentar novos dados físico-químicos de óleo lubrificante consumidos na Usina Termoelétrica do município de Caracarai do Estado de Roraima.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram coletados 1L de óleo lubrificante limpo (Figura 1A), e 1L de óleo com 3000 horas de uso (Figura 1B), este último fora adquirido em diferentes dias do ano de 2006, diretamente da Usina Termoelétrica da Companhia Energética de Roraima - CER do município de Caracarai do Estado de Roraima. As amostras foram etiquetadas com as informações do local de origem e época da coleta.
- Caracterização Físico-Química dos Óleos Lubrificantes
Os parâmetros físico-químicos foram determinados pelas Normas Analíticas do INSTITUTO ADOLFO LUTZ (1985), sendo realizados: pH, índice de refração, viscosidade, índice de acidez, densidade e índice de saponificação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: No ato da coleta, foram observados alguns aspectos das amostras, onde o AL era um líquido límpido e brilhante, de cor castanho médio, e o AU 3000 era um líquido denso, de cor preta.
A Tabela 1 contém os resultados dos aspectos físico-químicos das amostras, onde o índice de refração para amostra AU 3000 apresentou o valor de 1,698, enquanto que o óleo AL apenas 1,4780, indicando assim alto nível de impureza.
A viscosidade na amostra AL foi de 112,94 cSt enquanto que a AU 3000 foi de 227,33 cSt (Tabela 1), mostrando que o óleo usado possui maior resistência ao escoamento do que óleo limpo. O índice de acidez mostrou que após 3000 horas de uso há um aumento da acidez em relação ao valor obtido para a amostra AL, isso provavelmente se deve ao desgaste do óleo.
De acordo com a Tabela 1, os valores obtidos para as densidades a temperatura 270C sofreu alterações mínimas tanto para a amostra AL como para a amostra AU 3000, se comparados com 15W/40 proposto por (BRASIL, 2006; PORTALBR, 2006).
O índice de saponificação da amostra (AL) que foi de 7,2870 mg de KOH/g de óleo, note-se este valor está de acordo com o especificado na literatura (15W/40), já no caso da amostra usada (AU 3000) percebe-se que houve uma possível degradação e desgaste do óleo devido ao intenso uso.
Os parâmetros físico-químicos mostrados na Tabela 1, para a amostra (AL) estão de acordo com os dados da literatura (BRASIL, 2006; PORTALBR, 2006).





CONCLUSÕES: Através da caracterização físico-química das amostras estudadas pode-se concluir:
Os parâmetros estudados são úteis como padrões de comparação com amostras de óleo lubrificante, cujas faixas estão próximas aos valores encontrados na literatura.
O óleo lubrificante utilizado pela Companhia Energética de Roraima – CER, na Usina termoelétrica do Município de Caracarai no Estado de Roraima, é o apropriado para o tipo de motor que opera naquela Usina, bem como a quantidade de horas que o óleo lubrificante opera é o satisfatório para não se ter perda de produtividade.

AGRADECIMENTOS: Ao departamento de Química da Universidade Federal de Roraima

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ANP. Agencia Nacional do Petróleo – ANP. Disponível em: http://www.anp.gov.br/leg/legislacao.asp> acessado em 15 de dezembro de 2006.
BRASIL. Gerencia Industrial: Lubrificantes - Fundamentos e Aplicações. Ed. Petrobras Distribuidora S.A, Vol. I , Rio de Janeiro, 1999.
BRASIL. Petrobrás Distribuidora S.A. disponível em: http://www2.petrobras.com.br > acessado em 20 de dezembro 2006.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz, Métodos químicos e físicos para análise de alimentos; volume 1, ed.3ª, São Paulo, 1985.
PORTALBR. http://www.br.com.br/portalbr/pdf/automotivos/extraturbo.pdf> acessado em 20 de dezembro de 2006.
SILVEIRA, E. L. C. ; CALAND, L. B., MOURA, C. V. R.; MOURA, E. M. Art.: Determinação de Contaminantes em Óleos Lubrificantes Usados e em Esgotos Contaminados por esses Lubrificantes. Quim. Nova vol .29. Nº 6, 1193-1197, 2006.