ÁREA: Iniciação Científica
TÍTULO: Avaliação da Iniciação Científica como Ferramenta no Processo de Ensino-aprendizagem no Ensino Médio
AUTORES: MESQUITA, K. F. M. (UERN) ; MEDEIROS, T. J. M. M. (UERN)
RESUMO: A promoção do conhecimento tem quebrado paradigmas, incorporando novas abordagens, visando formar cidadãos conscientes da sua participação em um mundo em constante transformação. Daí a importância de refletirmos a nossa postura pedagógica buscando desenvolver projetos didático-pedagógicos que utilizem ferramentas de pesquisa no processo de ensino-aprendizagem, possibilitando ao educando a capacidade de articular de forma dialética a teoria e a prática dos conteúdos de química abordados. Durante os anos de 2004, 2005 e 2006 foram desenvolvidos projetos científicos com um grupo de estudantes em uma escola de Ensino Médio, que construíram jogos didáticos, peças teatrais, um kit de experimentos básicos e um projeto empírico.
PALAVRAS CHAVES: projetos didáticos, iniciação científica, ensino
INTRODUÇÃO: É cada vez mais evidente a importância política e social do conhecimento científico e inserir o educando do Ensino Médio nessa realidade através da Iniciação Científica é algo bastante desafiador para os educadores. Tendo em vista que é necessário, investigar metodologias, comportamentos, alternativas didáticas e fundamentos que norteiem o processo de ensino-aprendizagem, como também os transtornos e as situações adversas que se bem sistematizadas pela coleta adequada de dados, suscita a possibilidade de uma construção pedagógica embasada em conceitos de notória reflexão conjunta e fundamentada, conduzindo o sistema educativo pelo caminho da elaboração consciente do saber, do fazer e do analisar. Com essa concepção faz-se mister refletirmos sobre a nossa postura pedagógica buscando desenvolver projetos didático-pedagógicos objetivando utilizar projetos de pesquisa como ferramenta no processo de ensino-aprendizagem, possibilitando ao educando articular de forma dialética a teoria e a prática dos conteúdos de química abordados, contribuindo na sua formação pessoal e acadêmica
MATERIAL E MÉTODOS: Durante os anos de 2004 e 2005, foram desenvolvidas atividades optativas de Iniciação Cientifica com um grupo de estudantes em uma escola de Ensino Médio. Em 2004 os alunos da 1ª série do ensino médio e desenvolveram três projetos: o teatro científico “os três porquímicos”, o jogo lúdico “banco químico” e o Kit de experimentos de química, todos voltados para área de ensino da química. No ano seguinte (2005) o mesmo grupo trabalhou com outros quatro projetos: os jogos didáticos “O Químico Detetive” e “Guerra do Saber”; a peça teatral “Molécula a Princesa Química” e a “Influência da ebulioscopia no cozimento de alimentos como fator de economia de gás butano”. Os alunos reuniam-se uma vez por semana, para estudar, realizar seminários, aulas práticas, pesquisar, analisar resultados e visitar empresas e/ou indústrias de relevância local. Para detectar as possíveis implicações no processo ensino-aprendizagem elaborou-se um instrumento de averiguação composto por uma lista de perguntas tendo sido realizadas bimestralmente, entre os anos de 2004 e 2005, objetivando diagnosticar o desempenho gradativo que estes haviam adquirido, em relação ao do restante da turma. A análise do desenvolvimento de tais atividades foi quantitativo e qualitativo. Em 2006 ao fim do ano letivo, aplicou-se um outro questionário com o mesmo objetivo dos anos anteriores e também com intuito de analisar as contribuições na formação pessoal do educando. E para finalizar esse estudo, avaliou-se o desempenho dos alunos no vestibular e tabularam-se os dados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Análise qualitativa e quantitativa dos alunos participantes dos projetos de iniciação científica de química realizado em 2006:
- Despertou o Interesse pela química: 100%;
- Compreensão dos conteúdos de química abordados em sala de aula a partir dos projetos: 100%;
- Fatores que contribuíram durante o processo de ensino-aprendizagem: dinamismo, contextualização, interdisciplinaridade, e pesquisa de campo. Tendo assim um aumento bastante expressivo no rendimento escolar durante os bimestres nos anos de 2004 e 2005(figuras 01 e 02);
- Contribuição na formação pessoal (fatores declarados por todos os participantes): responsabilidade, amadurecimento, visão critica, convivência em grupo, independência e incentivo a pesquisa.
- Influência dos projetos científicos na escolha acadêmica do educando: 20 % Humanas e 80% Exatas e/ou Biomédicas
- Desempenho (aprovação) dos alunos em Universidades públicas regionais: participantes de IC 72% e não participantes 28%
Considerando os resultados obtidos das análises realizadas através da aplicação de instrumentos de averiguação tais como; questionários que procuravam conhecer as concepções prévias e o desenvolvimento cognitivo, mapas conceituais, avaliação das atividades e entrevistas, pode-se notar que os alunos de IC conseguiram atingir quase 100% da compreensão dos conteúdos de química abordados em sala de aula a partir dos projetos desenvolvidos, devido à interdisciplinaridade, incentivo a pesquisa e contextualização dos conteúdos, influenciando de forma direta em sua escolha acadêmica. E ainda obtendo uma aprovação significativa no vestibular em relação aos alunos não participantes de IC, deixando evidente que a iniciação científica se bem trabalhada, contribui de forma relevante na formação pessoal e acadêmica do educando.
CONCLUSÕES: As atuais concepções didático-pedagógicas constroem conceitos relativos à qualidade educacional sob parâmetros de desenvolvimento cultural objetivo e de formação cidadã. Em um contexto onde a vida é permeada por estímulos sensoriais ultradimensionados pelo desenvolvimento tecnológico, ao mesmo tempo em que educadores são convidados a fomentar em crianças e adolescentes a vontade de aprender, refletir, tomar decisões, construir seu próprio caminho dentro dos limites impostos pela convivência social, é urgente dar sentido a sala de aula.
AGRADECIMENTOS: A Deus, a minha Orientadora Kelânia Martins, a minha família, aos meus alunos e ao Millênnium Colégio e Curso onde foi desenvolvida a pesquisa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ASTOLFI, J.P. e DEVELAY, M.A. A Didática das Ciências. Campinas: Papirus, 1990.BIZZO, N.M.V. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo, Editora Ática, 1998
BORDENAVE, J. D.; PEREIRA, A. M. Estratégias de Ensino-Aprendizagem. 14ª ed.Petrópolis: Vozes, 1994.