ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: TEORES DE AÇUCARES FERMENTESCÍVEIS E PROTEINAS DO EXTRATO AQUOSO DE MANDIOCA (MANIHOT ESCULENTA CRANTZ) COLETADAS NO ESTADO DO PARÁ: UM POTENCIAL PARA A PRODUÇÃO DE BIOETANOL

AUTORES: SOUZA,R.F. (UFPA) ; SANTOS,A.S. (UFPA)

RESUMO: Este trabalho visa analisar de teores proteínas e açúcares fermentescíveis no resíduo aquoso da mandioca coletadas no Estado do Pará e sua prospecção para fermentação e produção de álcool. Para realização das analises foi feita uma extração com água com material “in natura”, e através do método 3,5-Dinitrosalicilico (DNS), descrito segundo (Miller, 1959) foi feita a quantificação de açúcares redutores solúveis fermentescíveis e determinação de proteínas solúveis segundo [LOWRY, O. et. al., (1951)]. Verificou-se que o extrato aquoso apresenta um teor de 29,28 g/L de açúcares redutores solúveis, e 30,01g/L de açúcares redutores totais solúveis. Portanto, o extrato aquoso da mandioca apresenta potencialidade de ser submetido a processo de fermentação para geração de álcool.

PALAVRAS CHAVES: resíduo aquoso; mandioca; açucares fermentescíveis;

INTRODUÇÃO: A mandioca pertencente à ordem Malpighiales, família Euphorbiaceae, gênero Manihot e espécie Manihot esculenta Crantz, é uma planta de origem sul-americana, cultivada desde a Antigüidade pelos povos nativos desse continente. (ABAM:1998) . O Brasil tem uma participação importante nesta cultura, produzindo cerca de 24,2 milhões de toneladas por ano, representando cerca de 12,4% da produção mundial, sendo o segundo maior produtor – o primeiro é a Nigéria, com 17,1% (FAO, 2004), apud (OLIVEIRA, S.J. 2005). Além do que, é o sexto produto alimentício mais produzido no mundo, atrás do trigo, arroz, milho, batata e cevada. No ano de 2004, a produção mundial foi de 195,5 milhões de toneladas. O Estado do Pará é o maior produtor (17,9%) (ABAM: 2003) de mandioca do Brasil, com área equivalente a 292.663 ha, e produtividade média de raízes tuberosas de 4.468.892 toneladas. Nos municípios do Estado onde predomina a maior concentração de área da cultura, o produto pode ser utilizado de diferentes formas, quais sejam: farinha, fécula, consumo ‘in natura’, e ração animal. Em geral, quase todo o volume de mandioca que é produzida no Estado do Pará destina-se à produção de farinha para consumo da população É uma cultura que desempenha importante papel social como principal fonte de carboidratos para milhões de pessoas. Dentre uma grande variedade de produtos oriundos da mandioca, o tucupi é um resíduo muito utilizado para várias utilidades pela sociedade. Este trabalho visa analisar teores de proteínas e açúcares fermentescíveis no resíduo aquoso da mandioca coletadas no Estado do Pará e sua prospecção para fermentação e produção de álcool.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de mandioca foram coletadas no Mercado do Ver-o-Peso, Belém, PA, em junho de 2007. Extração do extrato aquoso: 200g de mandioca “in natura” foram ralada com 400 mL de água destilada, e mantida sob agitação por 2 horas. Decantou-se e retirou-se o sobrenadante. Esse procedimento foi repetido três vezes na mesma amostra. Após essa etapa o sobrenadante total foi centrifugado a 10 000 rpm por 10 minutos.
Quantificação de açúcares redutores solúveis: Foi utilizado o método colorimétrico do 3,5-Dinitrosalicilico (DNS), descrito segundo (Miller, 1959), utilizando na analise um 0,2mL das amostras, diluindo com 1,3 mL de água e mais o reagente de DNS, levando ao aquecimento e analisando a absorvitividade de composto formado em 540nm. A curva padrão de quantificação foi determinada previamente por (SANTOS, et al ;2007). Quantificação de amido solúvel: 0,100 mL do extrato aquoso, mais 0,100 mL de acido acético e 0,400 mL lugol e dilui-se com 4 mL de água destilada. A curva padrão de quantificação foi determinada previamente por (SANTOS et al: 2007), lendo em um comprimento de onda de 590nm em espectrofotômetro A determinação de açúcares redutores totais: procedeu-se uma hidrolise na amostra com de HCl 1mol/L neutralizando com NaOH 5mol/L, e quantificando com DNS. Determinação de proteínas solúveis: O ensaio de proteína baseado no método Lowry [LOWRY, O. et. al., (1951). O método de dosagem de proteína Lowry requer apenas 15 minutos de incubação, este consiste de um meio alcalino tratado com soluções diluídas de íons cúpricos. O compostos formado após aplicação do reagente de Lowry têm absorção máxima em 748 nm. Amostra foi centrifugada a 10 000 rpm por 10 minutos, para eliminar interferentes como amido.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Após analise com método de DNS detectou-se extrato aquoso apresenta um teor de 29,28 g/L de açúcares redutores solúveis valores apresentaram um coeficiente de variação de 0,74%, e o teor de açúcares redutores totais solúveis foi de 30,01g/L de extrato aquoso, apresentando um coeficiente de variação de 1,2%. Damasceno (2001) esclarece que na manipueira são encontrados cerca de 60 g/L de açúcares totais, compostos de açúcares redutores (38 g/L).[apud, (BALTHAL,A.D.T.B e et al :2005)], O teor de amido solúvel foi de 1,03 . 10-3 g/L,verifica-se que o teor de amido solúvel e baixo em relação quantidade de amido total.O teor de proteínas solúveis foi de 0,057 mg/mL, percebe-se que nesse extrato possui um baixo valor protéico.Este resultados possibilitou abrir perspectivas de produção de álcool a partir do resíduo liquido da mandioca.

CONCLUSÕES: Com base nos resultados, concluie-se que mesmo o extrato aquoso possuindo um menor teor de açúcares fermentescíveis comparando com a manipueira apresenta potencialidade de gerar álcool a partir de fermentação de seus açúcares.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: ABAM. Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca. Cultivo da Mandioca para o Estado do Pará: 2003.

BALTHAL, A.D.T. B; CEREDA, M.P. E VILPOUX, O; Caracterização de farinhas de mandioca do mercado de campo grande, MS. In: XI congresso brasileiro de mandioca: 2005

DAMASCENO, S.; CEREDA, M.P.; PASTORE G.M.; OLIVEIRA, J.G. Compostos de aroma por Geotrichum fragans em manipueira. In: CEREDA, M., P. Manejo, usos tratamento de sub-produtos da industrialização da mandioca. São Paulo: Fundação Cargill, v.4, Cap. 6, 2001. P. 96-106

FAO (Food and Agriculture Organization of The United Nations). FAOSTAT (FAO
Statistical Databases), 2004. Disponível em: < http://faostat.fao.org/>. Acesso em: 19 jul.2005

LOWRY OH, Rosebrough NJ, Farr AL, Randall RJ. Protein measurement with the folin phenol reagent. J Biol Chem 1951; 193:265-75.
(Mandioca na Alimentação animal. Agronline.com. br. Disponível em: <http://www.agronline.com.br/artigos/artigo. php? id=189>. Acesso em: 14 de junho de 2007.)

MILLER, G. L; “Use of dinitrosalicylle acid for determination of reducing sugar”, Anal. Chem. 11, 426-428, 1959.

OLIVEIRA, S.J.; AGOSTINI. M.A.V.; E CARVALHO, L.J.C.B. Variação da constituição dos amidos em três landraces de mandioca açucarada In: XI congresso brasileiro de mandioca; 2005

SANTOS A.S. & SOUZA, R.F. (2007). Laboratório de Investigação Sistemática em Biotecnologia e Quimica Fina_LABISISBIO_QF./DQ/UFPA.; home page: http://www3.ufpa.br/labisisbio/