ÁREA: Iniciação Científica
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DO TEOR DE AÇUCARES REDUTORES E TOTAIS, SACAROSE APARENTE, GLICOSE E FRUTOSE EM MÉIS DE ABELHAS AFRICANIZADAS (Apis mellifera scutellata), URUÇU-CINZENTA (Apis melipona fasciculata) E ABELHA ITALIANA (Apis mellifera ligustica) PRODUZIDOS NO P
AUTORES: SOUZA, R.F. (UFPA) ; SANTOS, A.S. (UFPA)
RESUMO: O presente trabalho analisou a composição dos açucares presentes, em méis de abelhas urucu-cizenta, africanizadas e italianas, comercializadas em Belém/PA, a fim de verificar se estes se encontravam dentro das normas vigentes.As análises feitas foram a determinação do teor de açúcares redutores, pelo método 3,5-Dinitrosalicilico (DNS), descrito segundo (Miller, 1959) e os açucares redutores totais. E pelo método de Seliwanoff(1857), se determinou o teor de frutose total, permitindo a aplicação da analise estequiométrica na determinação dos teores de frutose e glicose livres.Todas as amostras de méis das espécies estudadas apresentaram-se dentro do limite previsto pela Legislação Vigente (BRASIL:2000),Mercosul(2007)e “ Codex Alimentarius”(2001), para os teores de açucares redutores e totais,enquanto que o teor de sacarose aparente apresentou valores superiores ao previsto pelas normas.
PALAVRAS CHAVES: açucares redutores; mel de abelha, legislação
INTRODUÇÃO: O mel pode ser definido como uma mistura complexa de açúcares altamente concentrada, produzido a partir do néctar e outras exsudações naturais das plantas que são coletadas, processadas e armazenadas pelas abelhas (CRANE, 1983). A abelha, no Brasil, é um híbrido das abelhas européias (Apis mellifera mellifera, Apis mellifera ligustica, Apis mellifera caucasica e Apis mellifera carnica) com a abelha africana (Apis mellifera scutellata). A variabilidade genética dessas abelhas é muito grande, havendo uma predominância das características das abelhas européias no Sul do País, enquanto ao Norte predominam as características das abelhas africanas. (EMBRAPA; 2003). O mel produzido por essas espécies e outras, é considerado um dos alimentos mais puros da natureza, seu preço é relativamente alto, o que incentiva muitas vezes a sua adulteração (ARAÚJO, D.R. e et al:20006 ).O mel é de fácil adulteração, o qual é geralmente feita com açúcares comum (sacarose) ou xaropes. Neste trabalho, foram avaliadas os teores de açucares redutores e totais pelo método de DNS, consequentemente o teor de sacarose aparente, e de frutose através do método de Seliwanoff(1857); dos méis de abelhas espécie urucu-cinzenta (Apis melipona fasciculata) africanizadas (Apis mellifera scutellata), e italiana (Apis mellifera ligustica) , que são comercializadas no mercado do ver-o-peso na cidade de Belém/PA.E desta forma, verificar se os valores obtidos estão dentro dos padrões exigidos pela legislação,[REGULAMENTO TÉCNICO DE IDENTIDADE E QUALIDADE DO MEL( BRASIL:2000)] LEGISLAÇÃO NO MERCOSUL (2007) e “ CODEX ALIMENTARIUS”(2001).
MATERIAL E MÉTODOS: Todos os reagentes utilizados nas análises foram de pureza analítica, onde foram tomados os devidos cuidados nas pesagens e medidas de volume. Os equipamentos utilizados: uma balança analítica Mettler-H10T, uma chapa aquecedora e um espectrofotômetro UV-visível modelo GBC911A. As amostras de méis de abelha da espécie urucu-cinzenta (Apis melipona fasciculata) africanizadas (Apis mellifera scutellata), e italianas (Apis mellifera ligustica) foram coletadas no Mercado do Ver-o-Peso, Belém, PA, em junho de 2007.
Preparo das soluções de méis: 0,7g de mel e aferiu para um balão de 100mL com água destilada,(esta chamada de solução estoque).
Quantificação de açucares redutores: Foi utilizado o método calorimétrico do 3,5-Dinitrosalicilico (DNS), descrito segundo (Miller, 1959), utilizando na analise 0,2mL das amostras, diluindo com 1,3 mL de água e adicionando o reagente de DNS, levando ao aquecimento e analisando a absorvitividade de composto formado em 540nm. A curva padrão de quantificação foi determinada previamente por (SANTOS, et al ;2007).
Quantificação de açúcares redutores totais: transferiu-se 0,5 mL da solução estoque, mais 2mL de água, adicionando HCl á 1mol/L e aqueceu por 5min e neutralizou com NaOH 5mol/L e aplicou-se o reagente DNS, absorbância analisada a 540nm.
Quantificação de frutose total: As soluções para este método foram prepadas segundo (MORITA; 1976); retirou-se 100μL solução estoque para um tubo de ensaio e adicionou-se 100 μL de água destilada, e o reagente se Seliwanoff, depois aqueceu em banho em ebulição e após, resfriou em água corrente e a absorbância de cada solução foi lida a 486nm contra um branco contendo apenas 0,2 mL de água e o reagente. A curva padrão de quantificação foi determinada previamente por (SANTOS, et al; 2007).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: As análises foram realizadas em triplicata e os resultados expressos em valores médios, de acordo com a Tabela 1, onde se observa que para o teor açucares redutores, a maior percentagem foi encontrada em méis da espécie (Apis mellifera ligustica) (75,87 ± desvio padrão %) e a menor em méis produzidos pela espécie (Apis mellifera scutellata ) (68,76 ± desvio padrão %), próximo aos valores descrito por (BERTOLDI:2004 ) de (68,20±0,60%), encontram-se dentro da limites estabelecidos pelas legislações vigentes.A análise das amostras de méis das três espécie de abelha que houve diferenças entre os parâmetros observados comparados com valores dos padrões do Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do mel(Misterio da Agrilcultura e do Abastecimento),(BRASIL:200) e a Resolução no 80/96 do (MERCOSUL: 2007), e CODEX ALIMENTARIUS(2001),onde os valores de sacarose aparente encontram fora do máximo permitido pela legislação(tabela1).O mel da abelha italiana (Apis mellifera ligustica) apresentou-se próximo dos valores da legislação. De acordo com (PAMPLONA: 1994), não existe no Brasil uma norma baseada nas características dos méis brasileiros, sendo seguidos limites oriundos de outros países como a norma da Co¬munidade Econômica Européia e o “CODEX ALIMENTARIUS”, cujos limites para a composição e qualidade do mel são estabelecidos de acordo com as especificações da FAO, que entende como mel um produto com características baseadas apenas na espécie A. mellifera, única espécie melífera originária do continente euro-africano, apud (ALVES, R.M. O; e et al:2005)
CONCLUSÕES: Os métodos utilizados neste trabalho são adequados para as dosagens dos teores de açucares em méis de abelhas. Deste modo, ressalta-se o potencial que estes métodos apresentam em avaliar quimicamente os teores de açucares redutores e totais, glicose e de frutose livre, presentes em méis de abelha.Desta maneira, os resultados analisados aqui significam que estes méis não tem os requisitos mínimos de qualidade que o mel destinado ao consumo humano deve possuir, logo, não podem ser comercializados, pois, apresentaram resultados não condizentes com os limites estabelecidos pela legislação vigente.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: I- ALVES.R.M.O; CARVALHO,C.A.L; e et al CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE AMOSTRAS DE MEL DE Melipona mandacaia SMITH (HYMENOPTERA: APIDAE);Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 25(4): 644-650, out.-dez. 2005.
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produzido no Pantanal.In:IV Simpósio sobre Recursos Naturais e sócio econômicos do Pantanal/Corumbá/MS/23 a 26 de nov 2004.
IV- BRASIL.Instrução Normativa nº 11, de 20 de outubro de 2000.Estabelece o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade do Mel.Diário Oficial da Republica Federativa do Brasil,Brasília,23 out. 2000.Seção 1, p 16,17.
V- CRANE, E (1983) O Livro do Mel. Editora Nobel; São Paulo, Brasil; 225 pp.
VI- COMISSÃO DO CODEX ALIMENTARIUS, FAO/OMS - Norma Mundial do Codex para o Mel, Codex Stan 12-1981, Rev. 1987, Roma 1990
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IX- MORITA, T.; ASSUMPÇÃO, R.M.V. Manual de soluções, reagentes e solventes. Ed. Edgard Blücher, 1976, pp 79-81
X-REGULAMENTO TÉCNICO DO MERCOSUL sobre as condições higiênico - sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para estabelecimentos elaboradores/industrializadores de alimentos Resolução GMC Nº 80/96. Disponível < http://www.engetecno.com.br/legislacao/mel_rtfiq_mel_mercosul.htm> acesso em 20 de junho de 2007.
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XII- SANTOS A.S. & SOUZA, R.F. (2007). Laboratório de Investigação Sistemática em Biotecnologia e Quimica Fina_LABISISBIO_QF./DQ/UFPA.; home page: http://www3.ufpa.br/labisisbio/
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