ÁREA: Iniciação Científica
TÍTULO: CARACTERIZAÇÃO DOS COMPOSTOS VOLÁTEIS EM PRÓPOLIS PIAUIENSE
AUTORES: GOMES, M. S. S. O (UFPI) ; CITO, A. M. G. L. (UFPI) ; LOPES, J. A. D (UFPI) ; CALAND NETO, L.B (UFPI) ; SILVA, I. S (UFPI)
RESUMO: Própolis é uma substância resinosa e balsâmica que as abelhas coletam de várias partes das plantas, como por exemplo: ramos, flores, pólen, brotos e exsudados das árvores. Extraiu-se o óleo essencial de duas amostras de própolis coletadas de duas cidades do estado do Piauí, Pio IX e Teresina. Utilizou-se a microhidrodestilação e headspace dinâmico como método de extração. Identificou-se 33 e 19 susbtãncias diferentes considerando ambas as técnicas para as própolis de Teresina e Pio IX, respectivamente. Em Teresina o eucaliptol (25.39 %)e fenchol(16.73 %)foram os mais abundantes na microdestilação; eucaliptol (22,70 %)e a-tujona (9.13 %)no headspace. Em Pio IX a-pineno (71,11 %) e b-pineno (5,45 %; a-pineno (64.55 %), 4 - metil 4 - hidroxi-penta - 2 - ona (11,03 %), no headspace dinâmico.
PALAVRAS CHAVES: própolis, óleo essencial, cg-em
INTRODUÇÃO: Própolis é uma substância resinosa e balsâmica que as abelhas coletam de várias partes das plantas, como por exemplo: ramos, flores, pólen, brotos e exsudados das árvores. Própolis é uma palavra derivada do Grego pro que significa “em defesa de”, e polis significa cidade, o que quer dizer: “em defesa da cidade ou da colméia” (Ghisalberti, 1978).
A composição química da própolis é muito complexa (há relatos de mais de 300 constituintes identificados), já que as abelhas coletam tecidos vegetais de diferentes origens botânicas, além desse fator, outros fatores que também contribuem para essa complexidade são: a época da colheita, a técnica empregada e até a espécie da abelha (no caso da brasileira até o grau de africanização da Appis Melifera) (Pereira, 2002).
Óleos essenciais (ou óleos voláteis, essências ou óleos etéreos) são substâncias que apresentam uma composição química complexa, são odíferos e lipofílicos. Os óleos essenciais podem ser extraídos de diferentes partes da planta. Desta forma, podem estar presentes em diversos órgãos da planta, difundindo pelas partes aéreas, nas flores, nas folhas, no lenho, nas raízes e nas sementes. Este projeto tem como objetivo realizar um mapeamento da própolis do Estado do Piauí, quanto aos constituintes voláteis, e verificar os principais marcadores das mesmas.
MATERIAL E MÉTODOS: Os óleos essenciais foram extraídos por duas técnicas distintas: microdestilação e headspace dinâmico. O tempo de extração na microdestilação foi de 4 horas enquanto que no headspace dinâmico foi de 3 horas.
As amostras de própolis foram coletadas com a colaboração de professores do setor de Apicultura da Universidade Federal do Piauí (UFPI) no apiário localizado no centro de ciências agrárias (CCA) e no apiário da cidade de Pio IX, sendo que a de Teresina foi coletada no mês de julho e a de Pio IX no mês de agosto de 2006.
Para a identificação dos constituintes voláteis utilizou-se cromatografia gasosa SHIMADZU GC-17A acoplada a espectrometria de massa GCSMS-QP5050A (CG-EM). Efetuou-se a identificação dos constituintes por comparação visual dos espectros de massas fornecida pela biblioteca eletrônica Wiley229 com os da literatura (Adams, 1995), além disso, foram calculados os índices relativos de Kovats e estes foram comparados com os da literatura (Adams, 1995).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na extração do óleo essencial da própolis de Pio IX por microdestilação, foram identificadas 14 substâncias onde as mesmas, representam 94,11 % da composição total do óleo. Esse óleo essencial foi caracterizado por possuir um alto teor de monoterpenos cerca 64,28 %. Os sesquiterpenos apresentaram um baixo teor em relação aos monoterpenos apenas 21,42 %. O constituinte majortário foi o a - pineno (71,11 %), seguido pelo o a- pineno (5,45 %) e a - copaeno (3,40 %). O alto teor de a- pineno condiciona ao mesmo ser um dos marcadores desse óleo, possibilitando com isso avaliar a qualidade dessa própolis por meio da concentração dessa substância. Identificou-se 12 substâncias por headspace dinâmico, representando 94,12 % do teor total do óleo. Os monoterpenos apresentaram-se em maior percentual na composição desse óleo 54,54 %, enquanto que os sesquiterpenos representaram 27,27 %.Os componentes majoritários foram o a - pineno (64.55 %), 4-metil 4-hidroxi-penta-2-ona (11,03 %)e a-pineno (5.38 %). Na própolis de Teresina, foram identificados 28 constituintes empregando a microdestilação, sendo que essas substâncias representam 97,49 % do total desse óleo. Houve uma predominância de monoterpenos (16 substâncias) com 57,14 % do teor do óleo, e dentre esses predominaram os oxigenados (9 substância). Os constituintes sesquiterpênicos (11 substâncias) apresentaram 35,71 % do total do óleo.
Os monoterpenóide que se apresentaram em maiores quantidades foram: o eucaliptol com 25.39 % (componente majoritário), seguido pelo fenchol com 16.73 %. Por headspace dinâmico foram identificadas 23 substâncias reprsentando 96,28 % do percentual total do óleo, os constituintes terpênicos que predominaram foram os monoterpenos com 65,21 % contra 30,43 % de sesquiterpenos.
CONCLUSÕES: Nos óleos essenciais de própolis da cidade de Pio IX e de Teresina observou-se um predomínio de monoterpenos, em ambas as técnicas utilizadas. Na própolis de Pio IX destacou-se alto de teor de a-pineno indicando que essa substância pode ser utilizada como marcador para análises de qualidade dessa própolis.
AGRADECIMENTOS: Capes, CNPq, a UFPI
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: 1. ADAMS, R.P; Identification of Essential Oil Components by Gas Chromatography/Mass Spectroscopy. , Allured, Carol Stream, IL, USA (1995).
2. GHISALBERTI, E. L. Propolis: a review. Bee World 60 (1978) 59-84
3. PEREIRA, Alberto dos Santos; SEIXAS, Fernando R. M. Silva; AQUINO NETO, Francisco Radler de. Própolis: 100 anos de pesquisa e suas perspectivas futuras. Química Nova, 25 (2002) p. 321-326.