ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: ISOLAMENTO E IDENTIFICAÇÃO DE CEPAS DE Escherichia coli DE LEITE PASTEURIZADO TIPO B E C COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE FORTALEZA-CEARÁ

AUTORES: BENIGNO, A.P.A. (CEFETCE) ; ROCHA, A.V.P. (UECE) ; LIBERATO, M.C.T.C. (UECE) ; CUNHA, F.A. (UFC)

RESUMO: A qualidade microbiológica do leite deve ser garantida para que não comprometa a saúde das pessoas que fazem uso desse alimento. Com o objetivo de avaliar essa qualidade microbiológica do leite pasteurizado tipo B e C comercializado na cidade de Fortaleza foram analisadas no período de maio a outubro de 2006, 50 amostras de leite pasteurizado tipo B e C. Foram avaliados a contagem de bactérias aeróbias mesófilas, coliformes totais e fecais, contagem e teste de sensibilidade de cepas de E. coli. Os resultados sugerem que a indústria de processamento de leite do estado do Ceará necessita de alternativas tecnológicas para garantir um produto de boa qualidade no qual a população possa confiar.

PALAVRAS CHAVES: leite pasteurizado, coliformes, escherichia coli

INTRODUÇÃO: O leite é uma solução aquosa de proteínas, lactose, minerais e certas vitaminas que comporta glóbulos de gordura emulsificada e micelas de caseína na forma coloidal(COULTATE,2004). Devido às suas características intrínsecas, como alta atividade de água, pH próximo ao neutro e riqueza de nutrientes torna-se excelente meio de cultura para o desenvolvimento de microrganismos(FRANCO,1996). Desde a saída do leite do úbere da vaca até sua dispensação em recipientes de venda ao consumidor, tudo que entra em contato é uma fonte potencial de contaminação. Isso inclui o equipamento da ordenha, o pessoal, o ar do ambiente, o transporte, o processamento e o armazenamento(FRANCO,1996; PELCZAR,1996). Dentre os contaminantes do leite, encontra-se o grupo coliforme. A Escherichia coli é a melhor bactéria indicadora de contaminação fecal direta ou indireta, conhecida até o momento, dentro dos coliformes fecais. No Brasil, principalmente pelos pequenos produtores, o leite é obtido e processado sob condições higiênico-sanitárias insatisfatórias, assim nos últimos anos, diversas denúncias sobre a qualidade do leite pasteurizado foram levadas ao público(LEITE et al.,2002). Dessa forma, para que seja mantida a qualidade do leite é preciso produzi-lo, pausterizá-lo e comercializá-lo de maneira correta, de acordo com os parâmetros técnicos estabelecidos pela legislação(OLIVEIRA,2005).

MATERIAL E MÉTODOS: No período de janeiro a março de 2007 foram adquiridas as frutas: acerola (Malphigia glabra L.), banana (Musa X. paradisiaca L.), caju (Anacardium occidentale Linn.), goiaba (Psidium guajava L.), laranja (Citrus aurantifolia L.), limão (Citrus aurantifolia), maçã (Malus sp), mamão (Carica papaia L.), manga (Mangifera indica L.), maracujá (Passiflora edulis Sims.), melão (Cucumis melo L.) e sapoti (Acbras zapoti L.) para realizar a determinação dos metais cádmio, chumbo, cobre, manganês e níquel em suas amostras. Todas as frutas foram provenientes de mercados locais da cidade de Fortaleza/CE. As frutas foram lavadas com água corrente e descascadas, em seguida, uma alíquota de aproximadamente 5,0 g de amostra foi transferida para os copos de digestão no qual, adicionou-se 5 mL de ácido nítrico concentrado. Posteriormente, foi acrescentado 3,0 mL ácido nítrico e 0,2 mL peróxido de hidrogênio, colocando-se no Forno de microondas da Provecto Analítica, modelo DGT-100 Plus Ver. 2,5. Após o término da digestão, as amostras foram transferidas quantitativamente para balões volumétricos de 25mL completando-se o volume com água deionizada. Para as determinações do teor dos metais foi utilizado um Espectrômetro de absorção atômica Perkin Elmer, modelo AAnalyst 300, através do método de atomização por chama (C2H2 /AR).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Foram avaliadas 15 amostras de leite pausterizado tipo B e 35 tipo C. Os resultados obtidos foram comparados com os padrões microbiológicos estabelecidos pela Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) e encontram-se na Instrução Normativa nº 51 de 18/09/02 (Brasil, 2002). Os resultados microbiológicos para o leite B e C encontram-se descritos nas Tabelas 1 e 2, respectivamente. Os testes de sensibilidade avaliaram a atividade de drogas antimicrobianas contra cepas de E. coli isoladas de amostras de leite tipo B e C. Foram avaliadas a sensibilidade de 19 cepas de E. coli, 6 foram isoladas do leite tipo B e 13 isoladas do leite tipo C. As drogas testadas foram: norfloxacina, ceftriaxona, cefotaxima, amoxacilina + ácido clavulânico e piperacilina + tazobactam. Das drogas avaliadas foi possível observar que ocorreu entre as cepas de E. coli isoladas uma resistência às drogas piperacilina + tazobactam e amoxacilina + ácido clavulânico. As cepas mostraram elevada sensibilidade a ceftriaxona e a cefotaxima, que são drogas da classe das cefalosporinas de 3ª geração. Essa resistência não ocorreu em relação às norfloxacinas, uma droga específica para bacilos Gram-negativos. De acordo com as condições microbiológicas gerais das amostras de leite pasteurizado analisadas, nesse trabalho observamos que das amostras de leite pasteurizado tipo B analisadas, 73% estão em desacordo com os padrões microbiológicos do DIPOA encontrados na IN51(MINISTÉRIO DA AGRICULTURA). Já nas amostras de leite tipo C analisadas no presente estudo, 54% estiveram em desacordo com a legislação vigente. Isso mostra que o leite pasteurizado tipo C apresentou um melhor resultado que as amostras de leite tipo B.






CONCLUSÕES: Sobre as amostras de leite pasteurizado tipo B e C analisadas nesse trabalho, constatou-se que a contagem de bactérias mesófilas, bactérias do grupo coliforme e bactérias do grupo coliforme termotolerantes apresentaram níveis elevados. A contagem de bactérias E. coli representam um sério problema de saúde pública, pois é uma bactéria patogênica e entre as suas espécies existem bactérias extremamente perigosas o que compromete a qualidade final do leite. As cepas de E. coli se mostraram resistentes às drogas mais antigas e sensíveis a drogas mais recentes. A indústria de processamento de leite

AGRADECIMENTOS: Aos professores orientadores pela dedicação e ajuda.
A UFC pelo apoio na realização desta pesquisa.

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