ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DOS ANÁLOGOS DO CARDANOL INSATURADO FRENTE AO FUNGO Lasiodiplodia theobromae

AUTORES: BRANDÃO, M.G.A. (UECE) ; CASTRO, R.A.O. (UECE) ; ABREU, K.V. (UECE) ; SOUSA, M.R. (UECE) ; OLIVEIRA, L.D.M. (UFC) ; ALVES, C.R. (UECE)

RESUMO: A agricultura moderna depende da utilização de defensivos agrícolas, não havendo dúvidas que o seu uso tenha aumentado à qualidade e a quantidade destes produtos químicos (MATOS, 1997). Contudo, ao mesmo tempo em que traz inegáveis benefícios à agricultura, o uso de pesticidas pode acarretar uma série de impactos negativos ao meio ambiente. Tais problemas têm motivado a busca de formas alternativas e naturais no controle de pragas. Baseado num vasto estudo de moléculas com potencialidade fungicidas, presentes no mercado e de suas respectivas vias de síntese, este projeto utilizou um dos constituintes do Líquido da Casca da Castanha de caju - LCC, o cardanol, como matéria-prima na síntese de dois análogos organofosforados para sua avaliação como antifúngico de menor impacto ambiental.

PALAVRAS CHAVES: cardanol, lasiodiplodia theobromae, antifúngico

INTRODUÇÃO: A agricultura moderna depende da utilização de defensivos agrícolas, não havendo dúvidas que seu uso aumenta a qualidade e a quantidade destes produtos. O uso de pesticidas, encontra-se em estágio dúbio, pois, na proporção que causam melhoramento dos produtos, podem acarretar uma série de impactos negativos ao ambiente (MATOS, F. J. A., 1997), daí a importância na busca de formas alternativas, oriundas de fontes naturais, para o controle de pragas. Baseado num vasto estudo de moléculas com potencialidade fungicidas, presentes no mercado e de suas respectivas vias de síntese, este projeto utilizou um dos constituintes do Líquido da Casca da Castanha de caju - LCC, o cardanol (KO, H. 1993), como matéria-prima. O cardanol é bem adequado na produção de novos princípios ativos desta natureza (ATTANASI, O. A., 1996), por possui uma estrutura química semelhante aos fungicidas comerciais. O objetivo deste trabalho foi, produzir um defensivo agrícola a partir de matéria-prima abundante, renovável e economicamente viável, o LCC. Tal defensivo encontrar-se-á dentro do cenário ambiental atual, diferentemente da grande maioria dos produtos que estão sendo utilizados, os quais são oriundos de fontes sintéticas.

MATERIAL E MÉTODOS: Os análogos foram emulsionados em 0,01 mL de DMSO e adicionados ao meio BDA fundente vertido em placa de Petri em diversas concentrações: 500, 1000, 1.500 e 2.000 ppm, com três repetições para cada concentração de análogo/fungo. No centro da placa foi depositado um disco de micélio de 7 mm de diâmetro, retirado das bordas da colônia do fungo. Para efeito comparativo da atividade dos análogos do cardanol utilizou-se como testemunha uma placa de Petri inoculada com o fungo sem a adição dos produtos. Determinou-se o diâmetro médio das colônias (em milímetros) 24, 48 e 72 horas após a incubação, na temperatura de 25 ºC, e por comparação com o crescimento micelial das colônias nas placas testemunhas. calculou-se a percentagem de inibição do crescimento micelial.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na concentração de 2.000 ppm o análogo do cardanol com dietilclorofosfato apresentou inibição do crescimento em torno de 53% durante 24h de exposição, enquanto o análogo com difenilclorofosfato inibiu o crescimento do fungo em 42% em 24h de exposição para o fungo Lasiodiplodia theobromae. Verificou-se ainda que, a atividade antifúngica dos produtos não foi influenciada com o aumento das diluições e o DMSO, utilizado na solubilização do extrato, não afetou o crescimento dos fungos.

CONCLUSÕES: Os análogos do cardanol apresentaram relevante potencial antifúngico in vitro frente ao fitopatógeno lasiodiplodia theobromae. O tempo de exposição de 24h apresentou maior potencial inibitório comparado a exposição de 48 e 72h.

AGRADECIMENTOS: A CAPES, PETROBRÁS, CNPq

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: MATOS, F.J.A. Introdução à Fitoquímica Experimental. Edições da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, 1997.

KO, H.; TSUDA, M.; HAMADA M. Estudos sobre Lasiodiplodia, fungo patogênico às fruteiras tropicais. II - taxonomia do fungo e patogenicidade a diferentes espécies de fruteiras tropicais. Fitopatologia Brasileira. v. 8, p. 579, out, 1983.

Attanasi, O. A., Buratti, S., Fillipone, P., La Chim. I´Ind., 1996, 78, 693.