ÁREA: Iniciação Científica
TÍTULO: Construção e utilização de uma cartilha bilíngüe como material paradidático para o ensino de Química Geral: Uma contribuição na aprendizagem de deficientes auditivos.
AUTORES: PESSÔA, P.A.P. (CEFET-MA) ; SANTOS, H.C.C. DOS (CEFET-MA) ; BRITO, R.L. (CEFET-MA) ; OLIVEIRA, M.M. (CEFET-MA) ; RIBEIRO, M.H. DE O. (CEFET-MA) ; CARVALHO, R. DE C.S. (CEFET-MA) ; COSTA NETO, J DE J.G. DA (CEFET-MA) ; FARIAS, T.M. (CEFET-MA) ; SIQUEIRA, L.F.S. (CEFET-MA) ; SILVA, H.R. DA (CEFET-MA) ; RANGEL, J.H.G. (CEFET-MA) ; COSTA, E. DE F.L.B.C. (CEFET-MA)
RESUMO: A inclusão social tem guiado a formulação de programas que atendam as necessidades especiais de pessoas portadoras de deficências. Criando mecanismos que adaptem os deficientes aos sistemas sociais. Percebe-se a necessidade de uma melhor qualidade de ensino, em observância da interação do professor com os alunos deficientes auditivos e sua participação ativa no desenvolvimento das aulas sem que haja perda em decorrência de suas necessidades especiais, contribuindo com o uso de técnicas metodológicas que favoreçam o ensino da Química. Com este intuito propôs-se a construção de uma cartilha bilíngüe que contribuisse como material paradidático nas aulas de Química Geral, e ao mesmo tempo facilitando a compreensão do assunto pelo aluno portador de necessidade auditiva.
PALAVRAS CHAVES: ensino da química, portadores de necessidades auditivas, cartilha bilíngüe
INTRODUÇÃO: As políticas públicas atuais propõem a garantia da educação para todos. Diante disto evoca-se a Declaração de Salamanca, documento elaborado por ocasião da Conferência Mundial sobre Necessidades Especiais realizada em Salamanca, Espanha, em 1994, onde apontou-se linhas de ações específicas buscando reconhecer as diferenças, entre elas, a educação de surdos (UNESCO, 1994). Considerando uma das coisas mais peculiares da educação de surdos: a questão da língua imersa em cultura surda. As formas de organizar o pensamento e a linguagem transcendem as formas ouvintes, ela se manifesta mediante a coletividade que se constitui a partir dos próprios surdos. A escola há muito tem representado o lugar em que os surdos não possuem os seus espaços, observa-se a submissão dos surdos ao processo educacional ouvinte nas propostas integracionistas (EDLER, 2004). A consequência dessa tentativa de homogeneização é o fracasso, não só acadêmico, mas na formação de pessoas com problemas sérios de ordem pessoal, social, cultural e política. Este trabalho vem como cooperador na redução das dificuldades enfrentadas por professores de Química em lecionar a alunos portadores de necessidades auditivas. Propondo o uso de uma cartilha bilíngüe que auxiliem na ministração das aulas. Ao invés de utilizar apenas o quadro negro (branco) e o giz (pincel), instrumentos estes pouco eficazes na aprendizagem dos surdos. Esta cartilha contém textos na Língua Brasileira de Sinais e na Língua Portuguesa e figuras que auxiliam na compreensão dos principais conceitos da Química Geral.
MATERIAL E MÉTODOS: Na confecção da cartilha bilíngue contou-se com a contribuição de especialistas em LIBRAS do Centro de Apoio à Pessoas com Surdez do Maranhão(CAS-MA) na redação dos textos na Língua de Sinais. As gravuras foram selecionadas a partir dos conceitos utilizados na cartilha e desenhadas por alunos do curso de Design do CEFET-MA. Dentre os assuntos abordados na cartilha cita-se: Matéria, Substâncias e suas transformações químicas e físicas; Métodos de separação de misturas e identificação de substâncias; Propriedades periódicas; Ligações Químicas; Íons e moléculas; Funções Inorgânicas; entre outros.
Este recurso paradidático foi utilizado em turmas inclusivas com portadores de necessidades auditivas do Complexo Educacional Governador Edson Lobão (CEGEL) na cidade de São Luís-MA.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Percebeu-se que com a utilização da cartilha bilíngüe os alunos portadores de necessidades auditivas se sentiram mais atraidos pelas aulas e sua participação e compreensão do conteúdo foi mais evidente quando comparado com as aulas ministradas sem o uso deste recurso. Constatou-se, também, que os alunos ouvintes tiveram um maior interesse pelas aulas.
CONCLUSÕES: Observou-se uma aceitação maior pelas aulas de Química com o uso da cartilha bilíngüe tanto por alunos portadores de necessidades auditivas quanto por alunos ouvintes.
AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem ao CAS, aos alunos de Design do CEFET-MA, ao CEGEL e a todos que contribuiram para o sucesso deste trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: EDLER Carvalho, Rosita. Educação Inclusiva: com os pingos nos “is”. Porto Alegre: Mediação, 2004.
UNESCO - United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (1994). The
Salamanca Statement and Framework for Action on Special Needs Education. Salamanca. Disponível em: <http://www.unesco.org/education/pdf/SALAMA_E.PDF. Acesso em: 28 de
junho de 2007.