ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: Efeitos da Emissão de Efluentes domésticos na proliferação de bactérias em águas da Lagoa da Jansen, São Luís/ MA.

AUTORES: SERRA, J.L (UFMA) ; NASCIMENTO, A.R (UFMA) ; FILHO, J.E.M (UFMA) ; FILHO, V.E.M (UFMA) ; ALMEIDA, A.G.L.M (UFPA) ; PEREIRA, A.M.A (UFMA)

RESUMO: A poluição da Lagoa da Jansen é uma das principais causas do desequilíbrio ambiental e da má qualidade de vida de muitas pessoas que vivem na área. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a contaminação da água por patógenos presentes na Lagoa da Jansen localizada em São Luís do Maranhão. Foram coletadas 60 amostras em frascos estéreis, as quais foram determinadas segundo a metodologia preconizada pelo Compendiun of Methods for the Microbiological Examination of Foods-APHA (2001). De acordo com os resultados, 50% delas apresentaram fora dos padrões para coliformes termotolerantes segundo a resolução do CONAMA (2005), sendo assim, essas águas se encontram impróprias para a realização de atividades recreativas e pesca amadora.

PALAVRAS CHAVES: lagoa da jansen, proliferação, bactérias patogênicas

INTRODUÇÃO: São Luís do Maranhão possui diversos pontos turísticos dos quais destaca-se a Lagoa da Jansen, que na realidade trata-se de uma laguna, ou seja, uma depressão formada por água salobra ou salgada, localizada na borda litorânea, comunicando-se com o mar através de canal, constituindo assim uma espécie de “quase lago” de água salgada. A Lagoa possui uma área de 150 hectares de extensão, o espelho d’água e entorno foi transformado em parque ecológico, através do Decreto Lei nº. 4878 de 23 de junho de 1988, que visou à preservação imediata de áreas de mangues ainda existentes na época (GUILHERME, 2000). A água desempenha importante papel na saúde servindo como veículo para transmissão de diversas doenças. Para ser saudável a água não pode conter substâncias tóxicas, vírus, bactérias e parasitas. Segundo Mota (1997) a água necessária para suprir a população provém de mananciais de superfície ou subterrâneos. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a contaminação da água por patógenos presentes na Lagoa da Jansen localizada em São Luís do Maranhão.

MATERIAL E MÉTODOS: No decorrer do período de outubro de 2006 a janeiro de 2007, foram coletadas 60 amostras de pontos distintos da Lagoa da Jansen em frascos estéreis, e em seguida transportadas ao Laboratório de Microbiologia do Programa de Controle de Qualidade de Alimentos e Água (PCQA). As amostras foram submetidas à determinação e quantificação de Coliformes totais e a 45ºC, a partir da metodologia empregada pelo Compendiun of Methods for the Microbiological Examination of Foods-APHA (2001). Para a quantificação dos grupos coliformes foi empregada à técnica dos tubos múltiplos, utilizando para coliformes totais o Caldo Lactosado, enquanto que para os coliformes a 45ºC utilizou-se o Caldo EC e incubados em estufa a 35ºC e banho-maria a 45ºC, respectivamente. Após o período de incubação, as subculturas positivas em Caldo EC foram estriadas em placas de Petri contendo Agar Eosina Azul de Metileno (EMB) e Ágar MacConkey (MC) incubados novamente em estufa a 35ºC durante 24 horas. Em seguida as colônias características foram isoladas e identificadas bioquimicamente. As espécies foram classificadas pelos seguintes testes: INVIC (Citrato de Simmons, Indol, Vermelho de metila e Voges Proskauer), os testes de carboidratos (rafinose, maltose, manitol e xilose), os testes de aminoácidos (lisina, ornitina e arginina), uréia, prova do H2S, motilidade e malonato.




RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com os resultados obtidos em pesquisas anteriores realizadas pelo LABOHIDRO (1998), a Lagoa da Jansen possui salinidade variada entre 30 – 31°/oo, o que a assemelha a água do mar. O CONAMA (2005), estabelece que o valor igual ou superior a 30°/oo às águas salinas, com essa afirmativa, a água da Lagoa da Jansen pode ser classificada nas classes 1, 2 e 3, que destina à recreação de contato primário, proteção das comunidades aquáticas; pesca amadora e recreação de contato secundário; e à harmonia paisagística respectivamente. Porém, os resultados obtidos nas análises bacteriológicas no que diz respeito a sua balneabilidade, verificaram-se que das 60 amostras analisadas 50% delas apresentaram 1000 coliformes termotolerantes por 100 mL, o que quer dizer que suas águas apesar estarem dentro dos padrões estabelecidos pelo CONAMA (2005)para recreação de contato primário ainda é considerado valor muito alto para essas águas. As espécies identificadas do grupo coliformes foram: Escherichia coli, E. vulneris, Citrobacter diversus, Enterobacter aerogenes e Klebsiela oxytoca.

CONCLUSÕES: Diante dos resultados obtidos, a água da Lagoa da Jansen está imprópria para as atividades ali realizadas como recreação e pesca. Representando assim, um risco para a saúde dos pescadores que trabalham em suas águas e para o consumidor dos pescados capturados lá e que são comercializados na cidade de São Luís-MA. Desta forma, a presença destas bactérias e a falta de monitoramento das águas do rio tornam-se um problema de saúde pública na capital do Estado do Maranhão.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente)- RESOLUÇÃO No 357, DE 17 DE MARÇO DE 2005.

APHA, American Public Health Association. Compendiun of Methods for the Microbiological Examination of Foods. 3ª ed. Washington: APHA, 2001.

MOTA, S. Introdução à Engenharia Ambiental. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambienta (ABES), 292p, 1997.

LABOHIDRO, Laboratório de Hidrologia – UFMA. Departamento de Oceanografia e Limnologia. Diagnóstico Ambiental da Lagoa da Jansen. Relatório Final,São Luís-MA, maio 2002.

GUILHERME, E. F. M.; SILVA, J. M. ; OTTO, S. S. Pseudomonas aeruginosa como indicador de contaminação hídrica. Higiene Alimentar, v 14, nº76, p 43 – 47, set 2000.