ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO VALOR NUTRICIONAL DE VÁRIAS FORMULAÇÕES DE RAÇÃO PARA PEIXES À BASE DE BABAÇU

AUTORES: SÁ, M. C (CEFET-MA) ; LIMA, P. R (UFMA) ; CARDOSO, D. V. V. (CEFET-MA) ; BRITO, N. M. (CEFET-MA)

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar o valor nutricional de uma ração para os peixes da espécie tilápia do nilo (Oreochromis niloticus L.), com freqüência alimentar de 3x/dia à base de babaçu em condições experimentais. O experimento foi conduzido por um período de 90 dias em delineamento inteiramente casualizado com 4 tratamentos e 3 repetições, o qual os alevinos foram alimentados em níveis crescentes de Farelo do Coco Babaçu (0%, 12%, 16% e 20%), sendo feito quinzenalmente a biometria, análise da água e bromatológica da ração fornecida. O resultado deste experimento permitiu perceber que os parâmetros físicos e químicos da água e da ração se mantiveram dentro dos níveis adequados para a criação de peixe. Assim a ração a base de babaçu mostrou-se um produto alternativo de boa qualidade.

PALAVRAS CHAVES: babaçu, psicultura, ração

INTRODUÇÃO: A tilápia apresenta uma grande importância na piscicultura, pois segundo Hilsdorf e colaboradores (1995), várias são as vantagens que tornam as tilápias um grupo de peixes mundialmente cultivado. Estes peixes alimentam-se da base da cadeia trófica, aceitam uma variedade grande de alimentos e apresentam uma resposta positiva à fertilização dos viveiros. São bastante resistentes a doenças, ao superpovoamento e a baixos níveis de oxigênio dissolvido. Além disso, possuem boas características organolépticas, tais como, carne saborosa, baixo teor de gordura, ausência de espinhos intramusculares em forma de “Y” (mioceptos) e excelente rendimento de filé de aproximadamente 35 a 40% em exemplares, com peso médio de 0,45 kg.
Mesmo com todas essas vantagens no cultivo de peixe da espécie tilápia na piscicultura, notamos que existe alguns problemas e estes estão principalmente relacionados com a nutrição das espécies, devendo ser pesquisados, permitindo a formulação de rações economicamente viáveis, que requeiram pouco investimento por parte dos piscicultores diminuindo os custos na produção.
Com vista a este fato, evidenciamos que atualmente no Maranhão encontram-se vastos babaçuais espalhados no território, o qual possui um importante papel na economia do maranhão, sendo utilizado na produção de diferentes produtos, fabricação de utensílios artesanais como abanos, cestas, peneiras, entre outros e como matéria-prima fundamental na armação e cobertura de casas e abrigos. Além disso o seu fruto possui um elevado teor de proteína que apresenta um grande potencial para a utilização de ração para peixe, (Souza, 2003).


MATERIAL E MÉTODOS: O farelo do babaçu foi submetido a um processamento fazendo-se secagem em estufa por 100 ºC durante 30 minutos. Após a secagem utilizou-se sacos de 2kg para estocarmos e melhor conservamos a farinha de babaçu totalizando 21 sacos com aproximadamente 1Kg da farinha.
A formulação das rações foi processada de acordo com o peso dos alevinos contidos em cada bombona multiplicado por um fator de 0,05% da biomassa, no qual considerou-se de forma prioritária os níveis de proteína. A peletização das rações foi efetuada com o umedecimento com água, sendo processadas manualmente com base no tamanho dos peixes.
As porcentagens (0%, 12%, 16% e 20%) de farelo de babaçu foram analisadas, sendo determinadas a umidade por dessecação em estufa a 105ºC/ 3 horas, até peso constante; a proteína pelo método kjeldahl, usando 6,25 como fator de conversão; o Lipídeo pelo método soxhlet, usando hexano como solvente por 5 horas; a cinza por incineração em forno a 600ºC; os carboidratos, por diferença do valor 100 subtraído do somatório das analise de cinza, umidade, proteína e lipídeo; o valor calórico é obtido pela proteína, lipídeo e carboidrato.
Foram avaliados os seguintes parâmetros físicos e quimos: pH, temperatura, turbidez, Oxigênio Dissolvido e condutividade.
A eficiência nutritiva das rações foi testada na alimentação de indivíduos machos da espécie tilápia do nilo (Oreochromis niloticus L.), casualisados em 4 tratamento, 3 repetições com 12 tanques de capacidade de 60L e altura de 640 mm, sendo alimentados por 3 vezes ao dia e sinfonados semanalmente para a retirada de resíduos de fezes e eventuais sobras de ração.



RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os valores médios obtidos para os parâmetros físico-químico da água, encontram-se na tabela 01.
De acordo com a tabela 01, observa-se que a faixa de pH encontra-se dentro dos padrões adequados, pois nesta faixa os peixes sobrevivem e crescem melhor na água, se caso saia dessa faixa, seu crescimento será afetado; por exemplo, se ocorrer valores abaixo de 4,5 ou acima de 10, poderá ocorrer mortalidades.
O valor de condutividade desejável na piscicultura encontra-se na faixa de 0,02 a 0,1 µ.S/cm, sendo que este parâmetro fornece importantes informações sobre o metabolismo do tanque, ajudando a detectar fontes poluidoras no sistema. Na tabela 01 observa-se altos valores, que indicam grau de decomposição elevado e baixos valores que indica acentuada produção primária (fitoplanctons),
A concentração do oxigênio na água varia com a sua temperatura (relação concentração/temperatura está intimamente ligada), em torno de 5 mg/L de saturação é a melhor condição para um bom desenvolvimento dos peixes.
Quanto à temperatura os peixes encontravam-se em temperatura ótima para seu desenvolvimento.
Na tabela 02, observa-se que os níveis de proteína, umidade, cinzas, proteína, carboidrato encontram-se nos níveis adequados para a alimentação dos peixes tilápia na fase de alevino, proporcionando todos os nutrientes necessários para seu excelente desenvolvimento.





CONCLUSÕES: O experimento permite predizer que a ração de farelo de babaçu na alimentação de peixe da espécie tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus L) na fase alevino I e II, tem mostrado excelentes resultados, pois garante uma ração de boa qualidade diminuindo assim os gastos por parte dos piscicultores por utilizar de uma matéria prima em abundancia no Estado do Maranhão, além de manter os mesmos nutrientes encontrados na ração comercial.

AGRADECIMENTOS: A Deus pela sabedoria.

A Coca-cola pelas bombonas.

A fazenda Nova Aliança pelos alevinos.

Á Fapema pela bolsa concedida.<

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: HILSDORF, A. W. S. Genética e cultivo de tilápias vermelhas – uma revisão. Boletim do Instituto de Pesca, São Paulo, v. 22, n. 1, p. 73-84, jan./jun. 1995.

SOUZA, A. Viabilidade Econômica-Financeira da Atividade Extrativista de Côco Babaçu na Região do Brejo Grande do Araguaia no Estado do Pará. Brasil, 2003.