ÁREA: Iniciação Científica

TÍTULO: Caracterização do Rio Extrema em Anápolis-Go durante o período de fevereiro a maio de 2007

AUTORES: REIS,P.R. E GOETZ,C.M. (UNUCET-UEG)

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo a caracterização das águas do Rio Extrema em Anápolis-Go. As características visam avaliar a qualidade da água bruta, proveniente dos trechos amostrados.
A amostragem foi realizada, segundo a NBR 9897/ABNT e as coletas segundo a NBR 9898/ABNT. As análises foram realizadas segundo Metodologia e Técnicas Internacionais de Analises de Água e Águas Residuárias.
Foram analisados os parâmetros físicos, químicos e bacteriológicos. Os resultados foram analisados através das Resoluções do CONAMA nº 357/2005 e nº 274/2000 e pelas Portarias da Agência Goiana do Meio Ambiente nº 1.325/2000 e 1326/2000. Encontramos elevação na Demanda Química de Oxigênio, nos Óleos e Graxas, na concentração de metais pesados e diminuição na quantidade de Oxigênio Dissolvido.


PALAVRAS CHAVES: qualidade da água, análises físico-química de água, águas residuárias.

INTRODUÇÃO: Atualmente, um dos problemas mais sérios que afetam o meio ambiente é a poluição química dos rios de natureza orgânica ou inorgânica, decorrente dos despejos residenciais e industriais.
Este trabalho tem como objeto principal, monitorar durante quatro meses a água do Rio Extrema através de análises Físico-Químicas e Microbiológicas. Tais análises visam avaliar a qualidade da água bruta, proveniente dos trechos amostrados no Rio Extrema que pertence à bacia hidrográfica do Rio das Antas e se localiza no município de Anápolis-GO. O Rio Extrema nasce próximo ao Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA) e se estende pelo terreno da Unidade Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas da UEG, sendo esse local o trecho de interesse do estudo. No rio com 22,852 Km de extensão foram amostrados 4 pontos escolhidos por critérios técnicos. Sendo o ponto 1 na sua nascente o ponto 2 e 3 no terreno da UEG, que é o local de interesse da pesquisa e o ponto 4 é a jusante do rio.
Encontram-se instaladas várias indústrias e alguns empreendimentos agropastoris próximos ao trecho da bacia hidrográfica do Rio Extrema em estudo, que podem despejar cargas poluidoras no rio, além de cargas eventuais lançadas acidentalmente ou de maneira proposital, que podem representar um risco para o abastecimento público ou para a vida aquática.
Um estudo sobre as condições sanitárias de um corpo hídrico é importante não apenas nos casos críticos, mas como um monitoramento de rotina deve ser mantido para se controlar a qualidade das águas. (CLAUDIO, 2006).


MATERIAL E MÉTODOS: A amostragem em pequenos cursos de água, rios, lagos e barragens, devem ser feitas na montante e na jusante das fontes poluidoras, com a inclusão opcional de pontos adicionais para avaliar o grau de poluição.
Para estabelecer pontos de amostragem em grandes cursos de água, é fundamental que sejam consideradas as distâncias requeridas para a mistura adequada dos lançamentos dos poluentes no corpo receptor. (Neves 1994).
A amostragem, foi realizada segundo a NBR/ABNT 9897 e as coletas segundo
NBR/ABNT 9898.
A equipe para a coleta, o transporte e as vidrarias foram disponibilizados pela Agência Ambiental de Goiás.
As análises foram feitas por metodologia e técnicas internacionais de análises de água e águas residuárias assim especificadas:

1- Parâmetros Físicos: Realizados em campo: temperatura com um termômetro e acidez com um pHmetro. Em laboratório foram realizados: Cor e Turbidez realizados por espectrofotometria.
2- Parâmetros Químicos: Foi realizado em campo apenas oxigênio dissolvido com o uso de um oxímetro e em laboratório foram realizados DBO, por diluição e incubação a 20ºC por cinco dias; DQO por colorimetria; Fosfato e Nitrogênio Amoniacal pelo Kit HACH; Sólidos Sedimentáveis pelo cone-IMHOFF e Óleos e Graxas por extração com n-hexano. Os metais foram analisados por espectrofotometria de absorção atômica.
3- Parâmetros Bacteriológicos: foram feitas culturas para coliformes fecais.



RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados para os parâmetros analisados encontram-se nas tabelas 1 e 2 anexas. Analisando os resultados encontrados conforme legislação em vigor encontramos para os parâmetros físicos cor mais elevada, acidez diminuída e turbidez aumentada nos pontos 2 e 3 no mês de fevereiro. Levando em consideração que fevereiro é período chuvoso, podemos dizer que esses resultados se devem ao aumento das substâncias dissolvidas, provenientes principalmente da lixiviação da matéria orgânica, mas com um pequeno arraste superficial devido aos baixos valores para sólidos sedimentáveis.
Para os parâmetros químicos encontramos DBO5,20 durante todo o tempo de monitoração abaixo dos valores permitidos, o que indica baixa carga orgânica, provavelmente poucos despejos domésticos. Já a DQO se encontra elevada. O aumento da concentração de DQO num corpo d’água significa que a fração não biodegradável é maior que a biodegradável, o que se deve principalmente a despejos industriais. Os óleos e graxas em valores elevados nos fazem pensar em poluição oriunda de despejo industrial. Essa suspeita pode ser confirmada pela baixa OD em todos os pontos e também pela presença de cádmio com valores 100 vezes acima dos permitidos nos pontos 1 e 2 e de zinco nos pontos 1 e 2. Os valores para o fosfato e nitrogênio amoniacal estão dentro do permitido em todos os pontos.
Quanto aos parâmetros bacteriológicos a água do Rio Extrema pode ser considerada própria e excelente nos pontos 1 e 2 , muito boa e satisfatória nos pontos 3 e 4 nos meses de fevereiro e abril e impróprias nos meses de março e maio. O que indica uma contaminação por esgotos domésticos, ou por fezes de bovinos ou outros mamíferos que habitam o local, por se tratar de área rural.






CONCLUSÕES: As águas doces classificadas como classe 2 pela Resolução CONAMA 357/2005 devem obedecer condições padrões de qualidade. O Rio Extrema, situado na cidade de Anápolis-GO, classificado nesta categoria, atende em termos, aos padrões de qualidade para um corpo d’água superficial. Com os resultados dos parâmetros analisados podemos concluir que estão sendo feitos despejos industriais no Rio, em virtude do aumento acentuado da Demanda Química de Oxigênio, a baixa taxa de Oxigênio Dissolvido, a presença de óleos e graxas e ainda a presença de metais pesados tais como cádmio e zinco.

AGRADECIMENTOS: Agencia Ambiental de Goiás pelo apoio e ao FUNMINERAL pela leitura no espectrofotometro de absorção atômica

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: APHA. AWWA. WPCF. 1998. 20.ed. Standard methods for examination of water and wastewater. Washington D. C.
CARMO M.S, BOAVENTURA G. R, OLIVEIRA E. C. “et al”. Geoquímica das águas da bacia hidrográfica do Rio Descoberto Brasília/DF - Brasil. Centro de Geociências, Universidade Federal do Pará. Instituto de Geociências, Universidade de Brasília. Coordenação de Química, Centro Federal de Educação Tecnológica do Pará. São Paulo junho 2005.
ECONOMIA - Cidade: Anápolis. DAIA. Disponível em: www. citybrazil.com.br/go/anapolis/geral.htm. Acesso: 16 janeiro 2007.
MACEDO, J. A. B. Águas e Águas - Métodos Laboratorias de Análises Físico Químicas e Microbiológicas. Juiz de Fora - MG, 2001.
NEVES, M. F. P. Dissertação de Mestrado: Determinação de Metais em Amostras de Água de Goiânia e Anápolis (GO) Por Voltametria de Redissolução Anódica. Universidade de Brasília, UnB. Departamento de Química. Brasília, 1994.
SIQUEIRA, E. Q. Qualidade das Águas – Característica das Águas. Coletânea de Material para a Disciplina de Qualidade das Águas do Programa de Pós-Graduação do Meio Ambiente da Universidade Estadual de Goiás. v.1. Goiás – Brasil, março 2006.