ÁREA: Materiais
TÍTULO: ANÁLISE QUÍMICA DAS ARGILAS DOS MUNICÍPIOS DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE (RN) E ITAJÁ (RN) UTILIZADAS NA INDÚSTRIA DE CERÂMICA ESTRUTURAL
AUTORES: LUNA DA SILVEIRA, G. C. (UFRN) ; SALLET, R. (UFRN) ; ACCHAR, W. (UFRN) ; GOMES, U. U. (UFRN)
RESUMO: RESUMO: A argila é um material natural, terroso, mistura de argilominerais e matéria-orgânica, com granulação fina, adquirindo plasticidade quando umedecido com água, com amplo uso na indústria cerâmica, e na construção civil. O trabalho objetiva caracterizar argilas para uso na indústria cerâmica. Foram coletadas amostras de argilas, em jazidas localizadas no município de São Gonçalo do Amarante (RN) e no município de Itajá (RN). As amostras foram secas em estufa a 110C por 8 horas, trituradas em moinho de bola de ágata, obtendo-se um pó bem fino. As amostras dos 02 municípios foram analisadas por fluorescência de raios-x apresentando nas argilas pretas e nas argilas brancas a seguinte composição química: SiO2, Al2O3, Fe2O3, CaO, MgO, Na2O, K2O, MnO, TiO2 e P2O5.
PALAVRAS CHAVES: palavras-chave: argila, análise química, cerâmica
INTRODUÇÃO: INTRODUÇÃO: As argilas possuem alto teor de impurezas, e sua composição mineralógica é uma mistura de argilominerais do tipo caulinita, ilita, esmectita, montmorilonita, clorita, de minerais como quartzo e feldspato (GOMES, 1986), além de carbonatos e matéria-orgânica. Minerais com ferro em sua composição são responsáveis pela cor vermelha que caracteriza o produto, devido à oxidação durante a queima. Os depósitos (ZANDONADI, 1999) podem ser: Depósitos de planícies aluviais com argilas utilizadas nas indústrias de cerâmica vermelha de cor cinza escura a preta e de plasticidade baixa a média. Depósitos lacustres de pequeno porte, localizados em lagoas rasas de água doce com argilas de cor preta e com boa plasticidade. Depósitos residuais possuem duas áreas de ocorrência, uma em Cuó, com argilas de cor cinza escuro e plasticidade de baixa à média e outra associada às rochas sedimentares argilosas da formação Jandaíra, do Grupo Apodi, da Bacia Sedimentar do Apodi com argilas de cor cinza e plasticidade média. Os depósitos lagunares encontram-se próximos da orla litorânea, por períodos são invadidos pelas águas do mar e alimentados pelas águas fluviais com argilas de cor que vai de cinza escuro a preta e de plasticidade baixa a média. Os depósitos associados às rochas sedimentares, são do tipo argilo-arenoso, do grupo Barreiras com ocorrência de arenitos médios, de cor creme avermelhado, com pouca argila e outra constituída por uma argila arenosa, de pouca plasticidade e cor entre o marrom, rósea, vermelho e creme; e do tipo Depósitos de argilitos da formação Jandaíra, do grupo Apodi, da bacia Sedimentar do Apodi, com argilitos que possuem uma cor que vai do verde ao cinza-esverdeado e também avermelhadas.
MATERIAL E MÉTODOS: MATERIAL E MÉTODOS: Material: Espátulas, sacos plásticos, placas de alumínio, estufa, becker, e o ligante (tetraborato de lítio). Métodos: As argilas foram coletadas em duas cerâmicas, uma localizada no município de São Gonçalo do Amarante (RN) e outra no município de Itajá (RN). Elas são chamadas de argila branca, que é considerada a menos plástica e de argila preta, a que possui maior plasticidade. Elas possuem características diferentes, devido à origem de sua formação. Cada uma das argilas foi triturada em moinho de bola de ágata, até a obtenção de um pó bem fino. As amostras foram secas em estufa a aproximadamente 110 C e por 8 horas. O principal objetivo da secagem é a perda da água que é adsorvida na superfície do material. Para as análises de fluorescência de raios-x, adicionou-se a argila o ligante tetraborato de lítio. A mistura foi homogeneizada, prensada e moldada na forma de pastilhas vítreas. As pastilhas foram lidas na fluorescência de raios-x, aparelho PHILIPS, modelo PW-2400-00, do laboratório de geoquímica (Geologia/UFRN).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: RESULTADOS E DISCUSSÃO: As argilas de São Gonçalo do Amarante e as argilas de Itajá apresentam os resultados das análises química, no gráfico 01 e gráfico 02, respectivamente. Para as argilas de São Gonçalo do Amarante e de Itajá, verificou-se que a argila preta, a de maior plasticidade, possui um percentual de óxido de silício (SiO2) menor do que o encontrado na argila branca. O teor de óxido de alumínio (Al2O3) é maior na argila preta do que na argila branca e em todas as argilas analisadas o óxido de ferro apresenta um percentual apreciável. Isto é um fator considerável, pois ele é responsável pela coloração vermelha que caracteriza o material cerâmico ao final do processo. A perda ao fogo está relacionada com a quantidade de matéria-orgânica existente no material e fornece uma confirmação da capacidade plástica da argila. Quanto à perda ao fogo, foi observado nas argilas de São Gonçalo do Amarante que o valor em percentual encontrado na argila preta, ultrapassa o dobro do valor encontrado na argila branca. Enquanto que, nas argilas de Itajá foi observado que o valor em percentual encontrado na argila preta chega próximo do dobro do valor encontrado na argila branca. A perda ao fogo verifica em percentuais quanto de voláteis (H2O e CO2) e matéria-orgânica (SOUZA SANTOS, 1975) são eliminados a temperatura de 925C.
CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: A matéria-prima conhecida como argila é de amplo uso na indústria cerâmica aplicada a construção civil, sendo largamente distribuída, de fácil localização e empregada na fabricação de produtos que não possuem rígidas especificações ou processamentos elaborados. As análises das argilas dos municípios de São Gonçalo do Amarante (RN) e de Itajá (RN) apresentaram valores apropriados para uso na indústria cerâmica estrutural. A caracterização química confirma a viabilidade do uso das argilas, apresentando um percentual expressivo de óxidos de alumínio, ferro, silício e matéria-orgânica.
AGRADECIMENTOS: AGRADECIMENTOS: CNPQ/CAPES/LABORATÓRIO DE GEOQUÍMICA-UFRN
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOMES, C. F. “Argilas - O que são e para que servem”. Editora Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, Portugal, 1986.
SOUZA SANTOS, P. “Tecnologia de Argilas”. Vol 1, Editora Edgard Blücher Ltda e Editora da Universidade de São Paulo, 1975.
ZANDONADI, A. “Minerais Industriais do Estado do Rio Grande do Norte”. Secretaria de Estado da Indústria, do Comércio, da Ciência e da Tecnologia- SINTEC, 1999.