ÁREA: Educação em Química

TÍTULO: AVALIAÇÃO E PROPOSTA PARA O CONCEITO DE ELETRONEGATIVIDADE NO ENSINO DE QUÍMICA

AUTORES: LIMA JÚNIOR, R.O. - UFPI; DE SOUZA, A.A. - UFPI

RESUMO: Este trabalho tem por objetivo analisar a forma como o conceito de eletronegatividade tem sido visto no ensino de Química e propor uma nova abordagem para o ensino desta propriedade aos alunos de nível Médio e Superior. Adotou-se como metodologia a pesquisa em livros didáticos e em textos científicos, provenientes de periódicos especializados e páginas da Internet. Constatou-se que a abordagem tradicional, empregada em livros-texto de Química, traz muito pouca informação sobre a propriedade e suas aplicações, de forma que o estudante geralmente não apreende o conceito de forma satisfatória. A nova abordagem, aqui proposta, é necessariamente mais completa, no sentido de que explora um maior número de modelos de eletronegatividade e chama atenção para as aplicações desta propriedade.

PALAVRAS CHAVES: eletronegatividade, ensino de química, pauling

INTRODUÇÃO: Propriedades moleculares, tais como densidade eletrônica e momento dipolar, podem ser discutidas utilizando a eletronegatividade. Por esta razão é indispensável o entendimento das diversas escalas de eletronegatividade e dos critérios de elaboração que cada autor utilizou para desenvolvê-las. A eletronegatividade (X), como propriedade quantificada, foi discutida primeiramente pelo químico Linus Pauling, que a definiu como a capacidade que um átomo tem de atrair os elétrons das ligações químicas em que ele participa(PAULING, 1932).Os valores de eletronegatividade na escala de Pauling são obtidos por comparação entre os átomos. (SHRIVER e ATKINS, 2000).
No ensino de Química, dados relevantes, tais como os históricos, às vezes são esquecidos, fazendo com que o estudante não tenha um entendimento completo do conceito de eletronegatividade. Deste modo, o presente trabalho tem por objetivo avaliar a abordagem do conceito de eletronegatividade pelos livros didáticos destinados aos alunos de nível Médio e Superior. Por fim, será apresentada uma proposta para uma visão mais didática e aprofundada sobre o conceito de eletronegatividade.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram realizadas pesquisas em livros didáticos de Química, páginas de Internet e artigos científicos de periódicos especializados, com o intuito de verificar a eficácia da apresentação do conceito de eletronegatividade no ensino de Química. Em um segundo momento, de acordo com a análise do material obtido, foi possível propor uma nova abordagem deste conceito para os estudantes do Ensino Médio e Superior.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Por ser uma propriedade periódica, os livros-texto de Química, do Ensino Médio, pesquisados, abordam apenas a variação da eletronegatividade dentro da Tabela Periódica. Mostra-se, assim, que uma mera visualização possibilita determinar qual é o elemento mais eletronegativo entre átomos vizinhos na Tabela Periódica. (USBERCO, 2002/LEMBO, 2000/FELTRE, 2000/FONSECA, 2001).
Como proposta para uma nova abordagem da eletronegatividade , sugere-se que, no Ensino Médio, as escalas sejam apresentadas de forma a se obter um entendimento global de suas importâncias e o motivo da elaboração de cada uma.
Para o ensino superior é construtivo explicar aos alunos um histórico das diversas escalas construídas com o passar dos tempos, comos as de Allen (ALLEN, 1989)e de Mulliken (MULLIKEN, 1934). É interessante mostrar o panorama atual da eletronegatividade, pois existem novas propriedades, como as cargas atômicas, baseadas na teoria do funcional de densidade, em que é possível determinar as propriedades das ligações químicas com mais eficácia. Esta apresentação deve ser feita por comparação, por exemplo, apresentando os campos de pesquisa onde o conhecimento destas propriedades é utilizado.




CONCLUSÕES: Depois de analisar as fontes bibliográficas cuidadosamente, pois apesar de ter a possibilidade de pesquisar em muitos livros de ensino médio e superior, poucos fizeram menção à eletronegatividade. Neste caso, pode-se afirmar que o trabalho realizado tem o objetivo de alertar aos autores de livros didáticos em Química, a fazerem uma abordagem mais detalhada desta propriedade. Em relação à sugestão de uma nova abordagem, acredita-se que a proposta de apresentação de escalas e comparação com outras propriedades mais modernas seja a forma mais eficiente de causar o entendimento.

AGRADECIMENTOS:O autor agradece à UFPI/PIBIC pelo auxilio financeiro para o desenvolvimento do projeto.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:ALLEN, L.C.J.; Electronegativity Is the Average One-Electron Energy of the Valence-Shell Electrons in Ground-State Free Atoms. Journal of the American Chemical Society, 1989.
FELTRE,R. Química geral.5ªed. São Paulo: Editora Moderna,2000.
FONSECA, M. R. M. Completamente Química: Química Geral. São Paulo: FTD, 2001.
LEMBO, A. Química: Realidade e Contexto.Vol 1. São Paulo: Editora Ática, 2000.
MULLIKEN, R. S. J.A new eletroaffinity scale; together with Data on Valence States and on Valences Ionization Potentials and Electron Affinities. Journal of Chemical. Physics, vol 2, 1934.
PAULING, L., The Nature of the Chemical bond. IV. The Energy of Single Bonds and the Relative Electronegativity of atoms., 1932.
SHRIVER & ATKINS. Química Inorgânica.: São Paulo: Bookman p.49-51, 2000.
USCERCO, J. Química I: Química Geral.9ª ed. São Paulo: Editora Saraiva,2002.