ÁREA: Educação em Química
TÍTULO: NOMENCLATURA DE COMPOSTOS ORGÂNICOS NO ENSINO MÉDIO: ABORDAGEM E IMPORTÂNCIA NO LIVRO DIDÁTICO E RELEVÂNCIA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO
AUTORES: MATOS, A. C. S.- UNEB; TEXEIRA, D. D.-UNEB; SANTANA I. P.-UNEB;SANTIAGO M. A.-UNEB; MOREIRA B. C. T.-UNEB;CARVALHO M. F. A.-UNEB
RESUMO: Considerando as dificuldades encontradas no aprendizado e no ensino de química orgânica e observando-se o excesso de memorização e a falta de habilidade em correlacionar os conteúdos relativos à área de química, estudou-se o conteúdo nomenclatura dos compostos orgânicos abordado no ensino médio, destacando-se a importância que o livro oferece a este conteúdo, os recursos didáticos utilizados e a relevância desses conteúdos para a formação do cidadão e no desenvolvimento das habilidades e competências destacadas pelos PCN’s. O ensino da nomenclatura de compostos orgânicos deve proporcionar ao aluno um entendimento que o habilite a identificar e nomear os compostos orgânicos, correlacionando este conteúdo com a sua realidade, excluindo a memorização das regras de nomenclaturas.
PALAVRAS CHAVES: nomenclatura, ensino médio, orgânica
INTRODUÇÃO: Avaliando a opinião de professores do ensino médio sobre a percepção dos estudantes da disciplina química orgânica, constatou-se que a exigência de grande memorização de informações desperta sentimentos de rejeição e antipatia (SILVA et al, 2003). Um dos assuntos que requer o critério mencionado acima, é a nomenclatura dos compostos orgânicos. Grande é a importância dada a este conteúdo nos livros didáticos de química orgânica, pois julga-se necessário a aquisição deste conhecimento na identificação de compostos orgânicos, além disso este aprendizado habilita o estudante associar os nomes oficiais aos nomes comumente usados. Observa-se também que tal conteúdo tem sido freqüentemente abordado nos vestibulares. Nas últimas décadas, o governo brasileiro realizou mudanças na lei que regulamenta o ensino médio. A fim de adaptar-se à legislação vigente e ao público alvo, estudantes e professores, os autores dos livros didáticos realizaram diversas modificações na abordagem, layout, e nos exercícios propostos. O objetivo deste trabalho é avaliar a abordagem desse conteúdo e a sua importância nos livros didáticos do ensino médio e sua relevância na formação do cidadão.
MATERIAL E MÉTODOS: Inicialmente, foi elaborado um questionário para investigar o conhecimento do cidadão acerca do conteúdo de nomenclatura de compostos orgânicos. Contendo basicamente questões abertas envolvendo nomenclatura oficial e comum, além do reconhecimento de um composto orgânico ordinário, este questionário foi aplicado aleatoriamente a pessoas de diversas formações, estando no mínimo cursando o último ano do ensino médio, exceto a profissionais da área de química. Direcionou-se a investigação desse assunto aos livros utilizados no ensino médio. Foram selecionados 20 títulos das décadas de 70, 80, 90 e da atual, sendo avaliados os seguintes itens: objetivo do autor, destaque dado ao assunto nomenclatura dos compostos orgânicos, recursos utilizados na apresentação do conteúdo, adequação do conteúdo às normas da IUPAC e o número de exercícios. Foram excluídos livros condensados que resumem a química do ensino médio em um volume. O levantamento bibliográfico foi realizado nas bibliotecas de instituições públicas da cidade de Salvador. Elaborou-se tabelas referentes a cada década contendo dados relacionados aos itens avaliados, que serviram como base para discussão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Durante a década de 70, os recursos didáticos utilizados nos livros induziam a memorização contradizendo os objetivos propostos pelos autores. A partir da década de 80 mudanças na legislação brasileira direcionaram o estudante para o vestibular, implicando em um aumento no número de exercícios e no percentual dos livros dedicado ao assunto. Na década de 90 observou-se a preocupação dos autores na contextualização dos conteúdos abordados e a interdisciplinaridade de acordo com os PCNs. Os autores justificam a contextualização, apresentando textos de jornais ou revistas com notícias do cotidiano. Os livros não conseguem ser rigorosamente corretos pois não obedecem as recomendações da IUPAC de 1993 (RODRIGUES et al, 2001). Com base em uma entrevista realizada ficou claro que as pessoas não fazem correlação das substâncias orgânicas com o conteúdos estudado. Assim, os estudantes são conduzidos a memorizar denominações, regras, classificações, que esquecem com o tempo. Não está se propondo a retirada deste conteúdo do ensino médio, entretanto deve-se avaliar a necessidade de tantas denominações e regras, é preciso buscar sempre o entendimento tornando o aprendizado agradável.
CONCLUSÕES: A partir da década de 70, a nomenclatura de compostos orgânicos têm recebido grande destaque nos livros didáticos, esta ênfase está diretamente ligada à cobrança deste conteúdo em vestibulares. Entre as dificuldades encontradas pelos estudantes, evidenciou-se a grande memorização de nomes e classes e a falta de conexão entre o conteúdo estudado e as substâncias orgânicas utilizadas no dia-a-dia.Portanto, a proposta é que, uma vez que as regras de nomenclatura já são estabelecidas o estudante deve saber utilizá-las e sendo assim, que sejam fornecidas as tabelas de resumo durante as avaliações.
AGRADECIMENTOS:Ao Programa Especial de Treinamento (PET – MEC/SESU) pelas bolsas de estudos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:1-RODRIGUES, J. A. R. Atualidades em Química: Recomendações da IUPAC para a Nomenclatura de Moléculas Orgânicas. QUÍMICA NOVA NA ESCOLA. no. 13, 2001, 22-28.
2- SILVA, F. A. A.., MOREIRA, B. C. T. e CARVALHO, M. F. A., Percepções de Professores sobre a Visão do Aluno na Disciplina de Química Orgânica em Algumas Escolas de Nível Médio, VI EDUQUI – Encontro de Educação em Química da Bahia, Universidade de Santa Cruz, Ilhéus, 2003.