ÁREA: Química Ambiental
TÍTULO: REAPROVEITAMENTO DO NÍQUEL DAS PILHAS RECARREGÁVIES PARA OBTENÇÃO DE CORANTES E TINTAS.
AUTORES: ARMANDO P. DO NASCIMENTO FILHO (PQ)1, NOEMY CARDOSO PUGLIESI (PQ)1 , ANGELO MORGADO RIBEIRO (IC)1 E NICOLLE FIGUEIRA ROBAINA (IC)1.
(1)DEPARTAMENTO DE QUíMICA INORGâNICA – INSTITUTO DE QUíMICA – UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. OUTEIRO DE SãO JOãO BATISTA S/N, CENTRO, NITERóI, RJ, CEP 24020-150.
GQIARMA@VM.UFF.BR
RESUMO: Nos últimos anos tem-se observado um aumento na utilização de pilhas e baterias recarregáveis, a questão é o que fazer com esta enorme quantidade de pilhas depois de se tornarem inservíveis trazendo risco ao meio ambiente se descartadas indevidamente, contaminando nossos recursos hídricos e lençóis freáticos.
Muitos estudos sobre a recuperação das pilhas já foram divulgados, porém pouco foi posto em prática, visto que os empresários acreditam ser um processo financeiramente inviável.
Pensado neste assunto criamos uma maneira de reaproveitar o níquel das pilhas recarregáveis, produzindo pigmentos de diversas cores que podem ser transformados em tintas.
PALAVRAS CHAVES: reaproveitamento do níquel, pigmentos, pilhas.
INTRODUÇÃO: Nos últimos anos tem-se observado um aumento da produção de produtos eletrônicos, tal fato implica no crescimento concomitante do comércio de pilhas e bateiras que os alimentam. A questão é o que fazer com a enorme quantidade de pilhas exauridas e o risco da contaminação do meio ambiente pelos seus vários materiais tóxicos lançados nos aterros sanitários, que podem contaminar nossos recursos hídricos de superfície e lençóis freáticos.
Muitos estudos sobre a recuperação das pilhas já foram divulgados, mas nenhuma providencia digna de nota foi tomada, visto que os empresários julgam ser um procedimento financeiramente inviável.
Este trabalho visa especificamente a recuperação do níquel proveniente das pilhas e baterias níquel-cádmio, níquel-metalhidreto e de celular, demonstrando assim a viabilidade de sua recuperação através da produção de pigmentos e tintas, aumentando o valor agregado ao material reaproveitado.
MATERIAL E MÉTODOS: Primeiramente buscamos algumas substâncias (ligantes) que poderiam ser utilizadas para a formação de compostos complexos com o níquel, por exemplo a dimetilglioxima de níquel. Essas substâncias deveriam apresentar estabilidade térmica e fotoquímica e serem facilmente incorporadas a outras substâncias a fim de se gerar tintas.
O níquel a ser utilizado na produção dos pigmentos foi extraído das baterias utilizando-se ácido clorídrico 1,0 mol/litro afim de transformar hidróxido de níquel (insolúvel), em cloreto de níquel (solúvel) desta forma viabilizando a extração do cátion Ni2+. Esta espécie unida aos ligantes citados acima, geram os pigmentos obtidos.
A reação de formação do cloreto de níquel é mostrada abaixo:
Ni(OH)2 + 2HCl → NiCl2 + 2H2O
Para a formação dos complexos adicionamos os ligantes à solução de cloreto de níquel e em seguida alcalinizamos o meio com hidróxido de sódio (NaOH) obtendo instantaneamente o pigmento desejado. Filtramos a solução e secamos o produto.
Os compostos de níquel foram adicionados à uma mistura de dois tipos de parafinas, utilizadas como base para tinta, formando assim uma pasta homogênea com estes pigmentos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Dentre uma série de ligantes, cinco responderam às nossas expectativas:
Tabela 01: complexos e cores respectivas
Complexo com Ligantes Cor correspondente
1, 2, 5, 8 – Tetrahidróxi – antraquinona Azul
1 – [Pirydyl – (2) – azo] – naftol – (2) Roxo
8 – Hidróxiquinona Verde-limão
Murexide (amoniumpurpurat) Amarelo
Dimetilglioxima (figura 01) Vermelho
Os pigmentos foram obtidos com facilidade devido à alta constante de formação de complexos, ou seja, os ligantes utilizados formaram compostos muito estáveis com o níquel.
A tinta alcançou o ponto considerado ideal (um tipo de pasta) após 24 horas de repouso da parafina (base) com os compostos de níquel (pigmentos). Este foi o tempo mínimo necessário para que o pigmento incorporasse na parafina e então chegasse a uniformidade desejada.
CONCLUSÕES: Os complexos gerados apresentaram uma gama variada de cores, que posteriormente incorporados a parafinas geraram tintas, estas então foram testadas e apresentaram: uniformidade, textura e estabilidade. Apesar dos grânulos não serem finamente divididos como observado no caso de pigmentos comumente utilizados nas industrias.
A utilização do níquel das pilhas recarregáveis para gerar corantes e tintas, nos mostrou ser uma proposta viável para reaproveitamento, tentando deste modo diminuir os impactos ambientais gerados por este composto.
AGRADECIMENTOS:À Proex-UFF pelas bolsas de Iniciação e aos demais colegas do grupo pelo apoio e incentivo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:sem referências