ÁREA: Química Ambiental
TÍTULO: AVALIAÇÃO DAS FORMAS DE FÓSFORO NO LAGO ÁGUA PRETA (BELÉM-PA)
AUTORES: SANTOS, M.L.S.1; SODRÉ, S.S.V.2; ALVES, I.C.C.3; XAVIER, D.A.3; SOUSA, R.R.4; PEREIRA, J.A.R5
1 PROFESSORA DO COLEGIADO DE ENGENHARIA DE PESCA. CAMPUS DE BRAGANçA. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARá - UFPA. PESQUISADORA DO GRUPO DE PESQUISA DE HIDRáULICA E SANEAMENTO – GPHS/UFPA. MDELSSANTOS@YAHOO.COM.BR;
2 ALUNA DE MESTRADO DO CURSO DE CIêNCIAS DO MEIO AMBIENTE. DEPARTAMENTO DE METEOROLOGIA. CENTRO DE GEOCIêNCIAS. CAMPUS GUAMá. UFPA. PESQUISADORA DO GPHS/UFPA;
3 ALUNO DO CURSO DE GRADUAçãO EM OCEANOGRAFIA. DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA. CENTRO DE GEOCIêNCIAS. CAMPUS GUAMá. UFPA. IGORCHARLES2000@YAHOO.COM.BR;
4 ALUNA DO CURSO DE ESPECIALIZAçãO EM GESTãO AMBIENTAL DA UFPA;
5 PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE HIDRáULICA E SANEAMENTO E DO MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL DA UFPA. COORDENADOR DO GPHS/UFPA.
RESUMO: O fósforo, principal fator limitante da produtividade primária dos ecossistemas aquáticos, também é apontado como o principal responsável pela eutrofização artificial desses sistemas. Este estudo tem como objetivo avaliar a distribuição das formas de fósforo (fósforo total, fosfato, fósforo orgânico dissolvido) no lago Água Preta (Belém-PA). Para o pH não houve mudanças significativas. A avaliação das formas de fósforo no lago Água Preta revelou uma variação que pode ser associada principalmente ao período de amostragem. As maiores concentrações foram detectadas na forma de fósforo total.
PALAVRAS CHAVES: lago Água preta, fósforo total, fosfato
INTRODUÇÃO: O fósforo considerado fator limitante da produtividade primária dos ecossistemas aquáticos, também é apontado como o principal responsável pela eutrofização artificial desses sistemas. O fosfato inorgânico (presente nas formas H3PO4, H2PO4-, H2PO42- e PO43-) é a principal forma assimilável pelos vegetais aquáticos. Portanto, sua quantificação é imprescindível (ESTEVES, 1998).
Na coluna d’água a presença de material em suspensão pode interferir na concentração do fosfato, por meio da adsorção. Isto explicaria concentrações de fosfato abaixo do esperado em um ambiente com alta concentração de material em suspensão (FROELICH, 1988).
Outro parâmetro com influência na liberação de nutrientes do sedimento para a coluna d’água é o oxigênio dissolvido, especialmente na ação do fósforo e espécies químicas reduzidas, mais solúveis, que dissolvidas na água intersticial podem ser transportadas novamente para a coluna d’água.
Este estudo visa avaliar as formas de fósforo (fósforo total, fosfato, fósforo orgânico dissolvido) no lago Água Preta (Belém-PA) e sua relação com turbidez, pH, condutividade elétrica e oxigênio dissolvido.
MATERIAL E MÉTODOS: Coletas hidrológicas foram feitas na camada superficial e em uma profundidade média de 3 metros, em 10 pontos no lago Água Preta (figura 1) nos dias 22 de março e 13 de abril de 2006.
Figura 01: Pontos de coletas no lago Água Preta (Belém-PA).
Todas as análises foram feitas no Laboratório de Controle de Resíduos – LCR da Universidade Federal do Pará – UFPA. A turbidez foi medida com turbidímetro da marca Hach 2100P. O pH com pHmetro da marca Quimis, e condutividade elétrica com condutivímetro da marca Onda.
O método utilizado para a determinação do teor do oxigênio dissolvido foi o de Winkler, descrito em STRICKLAND e PARSONS (1972). Para obtenção da concentração de fósforo total, fosfato e fósforo orgânico dissolvido foi empregado a metodologia descritas em GRASSHOFF et al. (1983).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: O pH teve o valor de mediana (6,85) próximo ao descrito por SANTOS et al. (2005), que encontraram valores entre 6,06 e 6,80 nesse lago. Esses autores encontraram valores de turbidez (média de 16,97 UNT) superior ao encontrado no período estudado (mediana de 10,00 UNT e de 8,65 UNT).
Os maiores valores de oxigênio dissolvido (8,06 ml.L-1 e 6,00 ml.L-1) foram detectados na camada superficial. A distribuição da condutividade elétrica (figura 2) teve valores de medianas próximos (51,30 S.cm-1 e 50,85 S.cm-1), e dentro da faixa encontrada por SANTOS et al. (2005), entre 37,10 S.cm-1 e 71,10 S.cm-1. Para o fosfato a distribuição (figura 2) indicou o máximo valor (0,03 mg.L-1) na camada de fundo e os menores na superfície (0,01 mg.L-1).
As distribuições (figura 3) de fósforo total (máximo de 0,20 mg.L-1) e fósforo orgânico dissolvido (máximo de 0,20 mg.L-1) demonstram os maiores valores na camada superficial. SOUZA e LIMA (2002) encontraram valores próximos de 0,20 ppm para fósforo total no lago Água Preta.
CONCLUSÕES: Os resultados indicaram um aumento nos parâmetros estudados com o período de maior precipitação na região. Para o pH não houve mudanças significativas. A avaliação das formas de fósforo no lago Água Preta revelou uma variação que pode ser associada principalmente ao período de amostragem. As maiores concentrações foram detectadas na forma de fósforo total.
AGRADECIMENTOS:Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. À Secretaria de Ciência e Tecnologia do Meio Ambiente do Estado do Pará.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:ESTEVES, F. A. Fundamentos de Limnologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. 602 p.
FROELICH, P.N. Kinetic control of dissolved phosphate in natural rivers and estuaries: a primer on the phosphate buffer mechanism. Limnology and Oceanography. Baltimore, v. 33, p. 649 688, 1988.
GRASSHOFF, K.; EHRHARDT, M.; KREMLING, K. Methods of seawater analysis. 2. ed. Florida: Verlage Chemie, 1983. 417 p.
SANTOS, M.L.S.; PEREIRA, J.A.R.; RIBEIRO, L.S.C.; OLIVEIRA, M.M. Estudo preliminar das condições limnológicas no lago Água Preta (Belém/PA). In: X Congresso Brasileiro de Limnologia. Água para todos, água responsabilidade de todos, 2005, Ilhéus. 2005.
SOUZA, E.C.; LIMA, M.N.N. Avaliação da qualidade das águas superficiais dos lagos Bolonha e Água Preta no período de estiagem. 2002. 94 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Ambiental) – Universidade do Estado do Pará, Pará, 2002.
STRICKLAND, J. D. H.; PARSONS, T. R. A practical handbook of sea water analysis. Bulletim Fisheries research board of Canada, Ottawa, n. 167, p. 1- 311, 1972.