ÁREA: Química Ambiental

TÍTULO: AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS DA AGUA DA LAGOA DO PARQUE METROPOLITANO DE PITUAÇU - SSA/BA

AUTORES: SOUZA ,N.F.A-UFBA, VIANA, Z.C.V.-UFBA, ALELUIA, F.T.F.- UCSAL, SANTOS, V.L.C.S.-UFBA

RESUMO: A Bacia Pituaçu, localizada na Região Metropolitana de Salvador-Ba, é formada pelos Rios Pituaçu e Cachoeirinha. Nesta Bacia encontra-se inserido o Parque Metropolitano de Pituaçu (PMP) que possui 430 hectares, num complexo de fragmentos florestais pertencentes ao Domínio de Mata Atlântica. O propósito desse trabalho foi fazer uma avaliação das condições ambientais da água da lagoa do PMP. Para isso, uma investigação de pontos de entrada de aporte antrópico e determinações de parâmetros, tais como temperatura, oxigênio dissolvido, condutividade, salinidade, pH e os teores de alumínio, cádmio, cromo, cobre, ferro, manganês, níquel, chumbo, vanádio e zinco, nitrogênio e de fosfato na água da lagoa foram realizadas.

PALAVRAS CHAVES: bacia de pituaçu, lagoa, parque metropolitano do pituaçu.

INTRODUÇÃO: A água é fundamental para a vida na Terra. Além da preservação da vida aquática, seus múltiplos usos são indispensáveis a um largo espectro de atividades, onde se destacam, entre outros, o abastecimento público e industrial, a irrigação agrícola, a produção de energia elétrica e as atividades de lazer e recreação(CETESB, acesso em 25/10/05; CETESB,2002). Muitas das ações antrópicas constituem-se em impactos diversos de difíceis de caracterização (RICKLEFS,2003). Anualmente, no Brasil cerca de dois bilhões de reais são utilizados em enfermidades e tratamentos relacionados a patologias(WWF acesso em 30/06/04). Com o intuito de avaliar as condições ambientais da água do PMP, como também verificar a eficácia da Estação Elevatória de Esgoto (EEE) da Bacia do Pituaçu instalada em 2002, foram investigados e são apresentados e discutidos, neste trabalho, os resultados de parâmetros físico-químicos (condutividade, salinidade e pH temperatura, oxigênio dissolvido) e os teores de nitrogênio, fosfato e de metais (alumínio, cádmio, cromo, cobre, ferro, manganês, níquel, chumbo, vanádio e zinco) na água da lagoa do PMP.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram realizadas duas amostragens em 10 pontos de coleta, uma em estação chuvosa (12/08/05) e outra em estação seca (18/11/05). As determinações físico-químicas foram realizadas in situ no aparelho multi-parâmetro da WTW. A determinação de metais (Al, Cd, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, Pb, V e Zn) foi realizada pela técnica da espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado (ICP OES), com o espectrômetro de plasma CIRUS CCD, simultâneo, de amostrador automático (auto sample Spectro) e nebulizador tipo cross flow (fluxo cruzado). Cada amostra foi subdividida em três sub-amostras. Para a determinação de nitrogênio amoniacal as análises foram realizadas através do método Azul de Indofenol (Kit) com procedimento descrito pelo SMEWW4500 NH3 F, (SOUZA,2005). O nitrato presente foi reduzido a nitrito através do método da redução com cádmio, e então, utilizando a diazotação com sulfanilamida acoplado com N (1-naftil) etilenodiamina dihidroclorídrico para identificação do nitrito presente. O fosfato foi determinado através do método colorimétrico vanadomolibdato de amônio segundo metodologia descrita pelo SMEWW 4500-P C (SOUZA,2005).

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O oxigênio dissolvido (OD) mostrou-se abaixo do limite estabelecido para água doce de classe 2, na maioria dos pontos, durante a primeira coleta; os teores de fosfato variaram entre 0,01 mg L-1 (pontos 7, 8, 9 e 10) e 0,54 mg L-1 (ponto 1) na estação chuvosa, e entre 0,02 mg L-1 (ponto 1) e 0,20 mg L-1 (ponto 3) na estação seca, sendo mais crítico no período da estiagem. Os níveis de nitrogênio acompanharam os níveis de oxigênio, com os de amônia, em alguns dos pontos, superiores ao estabelecido pela legislação. Os teores de nitrogênio amoniacal, quando superiores aos de nitrato, refletem uma condição anóxica ou de pouco oxigênio no ambiente aquático em questão. Entre os elementos químicos (Al, Cd, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni, Pb, V e Zn) pesquisados apenas Al, Cr, Fe e Mn apresentaram-se acima dos limites estabelecidos pela legislação CONAMA (BRASIL, Resolução nº 357 de 17/03/05). O ponto 1 (entrada do rio Pituaçu) foi aquele que apresentou, de uma forma geral, os maiores níveis dos elementos químicos estudados quando comparados à legislação.




CONCLUSÕES: Pela Legislação CONAMA, Al, Cr, Fe e Mn apresentaram-se acima dos limites estabelecidos e o ponto 1 apresentou os maiores níveis dos elementos químicos. O pH apresentou-se dentro dos limites estabelecidos em todos os pontos. O OD mostrou-se abaixo do limite estabelecido para água doce de classe 2, na primeira coleta, fato revertido na segunda; os níveis de nitrogênio acompanharam os de oxigênio; os de fosfato foram mais críticos na estação seca. Pelos resultados a estação elevatória de esgotos que intercepta o rio Pituaçu, não tem, conseguido retirar todos os contaminantes do seu curso.

AGRADECIMENTOS:Ao CNPq pelo apoio durante a realização do trabalho e à CETREL pela realização das análises.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:1.CETESB, Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Análises Microbiológicas da água. Significado Sanitário dos Parâmetros de Qualidade: Variáveis Físicas e Químicas. (on line).
Disponível em http://www.cetesb.sp.gov.br/Agua/rios/variaveis.asp>, acesso em 25/10/05.
2.CETESB, Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Análises Microbiológicas da água. São Paulo, 2002.
3.RICKLEFS, R. E. A Economia da Natureza. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
4.WWF, Organização Não Governamental. Campanha Água para a Vida, Água para Todos: Programa Água para a Vida. (on line). Disponível em: , acesso em 30/06/04.
5.SOUZA, N. F. A. Estudo do aporte antrópico de resíduos sólidos e líquidos lançados por comunidades circunvizinhas à lagoa do Parque Metropolitano de Pituaçu – PMP – Salvador – Bahia. Monografia (Especialização). Salvador: Universidade do Estado da Bahia, 2005.
6.BRASIL, Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução nº 357 de 17/03/05.