ÁREA: Química Ambiental
TÍTULO: POLUIÇÃO DAS ÁGUAS DO AÇUDE DO CAJUEIRO – RIBEIRÓPOLIS/SE
AUTORES: LIMA, WESLEY SANTOS1; SANTOS, JOSENILSON 2; GARCIA, CARLOS ALEXANDRE BORGES 3; LIMA, JORGE DOS SANTOS 4; BARRETO, PAULO ROBERTO
1- MESTRANDO EM RECURSOS NATURAIS – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE (WESLEYWSL@IG.COM.BR)
2- PROFESSOR DO COLéGIO MUNICIPAL LENIZA MENEZES DE JESUS.
3- PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE QUíMICA – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
4 – INICIAçãO CIENTíFICA – UNIVERSIDADE TIRADENTES
5 – PROFESSOR DO COLéGIO MUNICIPAL “JOSUé PASSOS”
RESUMO: As águas do Açude Cajueiro, localizado em Ribeirópolis-SE, estão sendo levadas à exaustão pela emissão de dejetos e produtos que trazem prejuízos à população que a usam.
Para determinação dos parâmetros físico-químicos e bacteriológicos, foram coletadas 02 amostras de água em pontos diferentes. As condições ambientais da comunidade foram analisadas através da aplicação de questionário. Os resultados demonstraram que, em relação aos parâmetros físico-químicos, a água apresentou-se isenta de substâncias prejudiciais à saúde. Porém apresentou ocorrência de contaminação bacteriológica, pela presença de coliformes fecais e totais.
PALAVRAS CHAVES: açude do cajueiro, doenças, ecossistemas
INTRODUÇÃO: A água é um recurso natural importantíssimo para todos. Sem ela, seria impossível a vida do homem, dos animais e das plantas. A água pode ser usada de várias formas, como por exemplo: abastecimento humano e animal, geração de energia elétrica, abastecimento industrial, diluição de esgotos, irrigação, navegação, pesca, lazer e desporto.
Os recursos hídricos são abundantes para a irrigação, porém o uso agrícola é preocupante, já que o maior consumo de água no país refere-se à agricultura. As técnicas adotadas são pouco eficientes e implicam em grandes desperdícios, mesmo nas regiões semi-áridas do Nordeste (ABRÃO E SCHIO, 2000).
Uma das principais formas de poluição dos açudes próximos aos centros urbanos é o lançamento de esgotos sem tratamento. Os números reforçam a gravidade do problema, uma vez que cerca de 90% dos esgotos urbanos no Brasil é lançado sem tratamento adequado nos cursos d’água (AZEVEDO e BALTAR, 2000).
São objetivos deste trabalho identificar os tipos de poluição que afetam o açude e as suas conseqüências para a população.
MATERIAL E MÉTODOS: Este trabalho foi desenvolvido no Açude do Cajueiro, localizado na cidade de Ribeirópolis.
1- Coleta de 02 (duas) amostras de água;
2- Aplicação de questionários semi-estruturados para a população que utiliza a água do açude; A coleta foi feita em dois pontos diferentes. O material coletado foi colocado em um frasco de vidro devidamente fechado e esterilizado.
Essas amostras foram submetidas a uma análise bacteriológico de colimetria, para medir o índice de coliformes fecais. Também foram medidos o pH (que mede a acidez) e a turbidez, que registra a quantidade de partículas sólidas dissolvidas na água.
As análises da água foram realizados no Laboratório de Química Analítica Ambiental da Universidade Federal de Sergipe. No exame de colifome fecal foi usado o método de tubos múltiplos. No pH o método utilizado foi eletrométrico, já a turbidez teve como método o nefelométrico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A amostra que foi colhida na parte do açude onde recebe os esgotos diretamente, a quantidade de coliformes foi de 2400 UFC/100 mL de água. Já a 2ª amostra, colhida no outro lado do açude o número de coliformes foi de 2400 UFC/100 mL de água.
Portanto, esses resultados comprovaram que a quantidade de coliformes é excessiva já que o limite aceitável é zero a 100 UFC/100 mL de água, ocasionando prejuízo à saúde da população.
70% da população entrevistada conhecem casos de pessoas doentes causada pela contaminação da água do açude. Dentre essas doenças temos principalmente a coceira. Apenas 30% afirmaram que não conhecem nenhum caso de pessoa que adquiriu a doença pela água.
O valor do pH encontrado na amostra 1 foi 8,7 e na amostra 2 foi 7,29 dentro dos limites aceitáveis para águas naturais.
A turbidez da água determina a profundidade de penetração da luz, sendo que foram encontrados os seguintes valores nas amostras 1 e 2, respectivamente: 19,3 UNT e 9,3 UNT (UNT é a unidade nefrelométricas de turbidez), quando o limite máximo aceitável para águas represadas é 5 UNT, o que pode indicar uma grande concentração de matéria sólido em suspensão.
CONCLUSÕES: De acordo com as pesquisas realizadas com moradores que cercam as redondezas do açude, afirmam em grande maioria que o crescente avanço da poluição poderá reduzir o número de peixes nas águas do mesmo. 85% da comunidade acha favorável a exploração econômica do açude, mas, para que isto venha acontecer se faz necessário que seja de maneira organizada, estudada e bem distribuída, que além de favorecer à criação de peixes, pode contribuir para irrigação e turismo. Pelos resultados dos exames de colimetria vemos que a água é imprópria para consumo humano.
AGRADECIMENTOS:Ao Professor Doutor Carlos Alexandre Borges Garcia e LQA, pelas análises das amostras de água.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:ABRÃO A. L; SCHIO, R. Planejamento Ambiental. Campo Grande: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul / Centro de Ciências Exatas e Tecnologia / Mestrado em Tecnologias Ambientais 2000.
AZEVEDO, L.G.T; BALTAR, A.M. Nota técnica sobre a atuação do Banco Mundial no gerenciamento de recursos hídricos no Brasil, 2000.
LANNA E.A. Planejamento Ambiental. Rio Grande do Sul: Instituto de Pesquisas Hidráulicas. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1999.
APHA, 1998. Standard Methods for the examination of Water and Wastewater. 20ª ed. Estados Unidos American Public Health Association, 1988.