ÁREA: Química Ambiental

TÍTULO: ESTUDOS PRELIMINARES PARA A AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS NO CAMARÃO - LITOPENAEUS VANNAMEI

AUTORES: VIANA, Z. C. V - UFBA; MACHADO, J. M. - UFBA; MELO, M. H. A. - UFBA; SILVA, C. R. S. - UFBA; SANTOS, V. L. C. S. - UFBA

RESUMO: A finalidade desse trabalho é apresentar um estudo de parâmetros, e o teor de elementos químicos, realizado no L.vannamei, visando auxiliar na avaliação química e nutricional. Os elementos químicos foram determinados por ICP OES, e as amostras apresentaram aspectos úmidos, corpo em curvatura natural, carapaça aderida ao corpo, cor e odor característico. Em média, o comprimento do camarão inteiro, do músculo e o peso foram, respectivamente, 11,3cm; 5,85cm e 4,8866g. O pH médio foi de 6,67, e a umidade foi 78,6%. Os teores de Cd, Cr, Ca, Cu, Fe, Mg, Mn, Ni, Se, V e Zn, encontrados em mg g -1 foram 0,28; 2,0; 9,1;10,7; 7,14; 2,5; 1,085; 1,3; 4,8; 4,4; 58 respectivamente. O teor de Pb foi abaixo do limite de detecção, e o de Cd, mostrou que não há indícios de contaminação para este elemento.

PALAVRAS CHAVES: camarão, crustáceo, litopenaeus vannamei

INTRODUÇÃO: A busca de uma alimentação equilibrada para manutenção da saúde do organismo é, atualmente, uma preocupação mundial, onde a oferta de alimentos protéicos, principalmente de origem marinha, como o camarão, tem se tornado uma grande opção no mercado, pois além de nutritivo, tem alto valor econômico. No entanto, os impactos ambientais vêm aumentando, significativamente, o que tem inquietado os ecologistas pelos efeitos imediatos e acumulativos de algumas substâncias tóxicas lipossolúveis que podem se acumular em alimentos de origem marinha e através da cadeia alimentar causar danos ao organismo humano. O camarão se alimenta de organismos, detritos e matéria orgânica em decomposição, sendo um elo importante na cadeia alimentar. Possui um alto poder de bioacumular elementos químicos. Neste trabalho foi realizado um estudo preliminar de parâmetros a fim de contribuir para a avaliação nutricional e de elementos químicos do “camarão branco do pacífico”, Litopenaeus vannamei, espécie cultivada no nordeste brasileiro. Na Bahia, em 2005, vem aumentando a sua produção, alcançando valores superiores a 6.000 kg por hectare (VIANA, 2005) com excelente aceitação comercial no exterior.

MATERIAL E MÉTODOS: Todo material foi descontaminado com HNO3 a 10% por 12 horas. A amostra de camarão (L. vannamei), cultivada em cativeiro, foi adquirida em supermercado de Salvador-Ba, e no laboratório foi lavada com água destilada e mantida em freezer até análise. Foram selecionadas as 10 maiores unidades do lote, as quais foram medidas, separadamente, da cabeça ao rabo. Foram selecionados três métodos de secagem: estufa, microondas e liofilização. O tecido muscular foi pesado, em triplicata, e levado para estufa (105º C /4:30h) e microondas (potencia 2/5min, potencia 3/5 min e na potencia 4/5 min e novamente na potencia 2/5min) e liofilizador. O conteúdo de umidade foi obtido através da diferença de peso antes e depois da secagem. A medida do pH foi realizada em um pHmetro da marca Quimis, modelo Q.400.A. Os elementos químicos (Ca, Cd, Cr, Cu, Fe, Mg, Mn, Ni, Pb, Se, V, Zn) foram determinados através de Espectrometria de Emissão Atômica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP OES), após digestão com HNO3 concentrado e água deionizada (2 mL:2mL) em bombas de PTFE por 14 h a 145ºC .

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O pH determinado em camarão da espécie L.vannamei foi 6,67 ± 0,06.O conteúdo de umidade (%) corresponde à perda em peso pela amostra, devido à remoção de água, quando esta é aquecida à temperatura em torno de 105°C. A média dos resultados foi obtida como expressão final do teor de umidade (78,6%; Tabela 1), por serem estatisticamente equivalentes (IBGE, 1996). Os resultados dos elementos químicos - Ca, Cd, Cr, Cu, Fe, Mg, Mn, Ni, Pb, Se, V, Zn - obtidos no ICP OES estão apresentados na Figura 1. O teor de cobre, na amostra investigada, foi de 10 mg g –1 (base seca). Este valor mostrou-se elevado em relação aos níveis, deste elemento, em alimentos de origem animal consumido no Brasil (4 mg g –1 para camarão vermelho). O cobre é um dos elementos essenciais para as plantas e animais (FERREIRA et al., 2005). Nas amostras investigadas, Cr, Ni e V apresentaram valores que variaram de 1,3 µg g-1 a 4,4 µg g-1. Esses elementos fazem parte das estruturas de porfirinas do petróleo. O leve enriquecimento desses elementos pode ser devido a influencia de petróleo no hábitat desse crustáceo.





CONCLUSÕES: Em relação ao comprimento e peso observou-se uniformidade entre as unidades de camarão. Os métodos de secagem apresentaram resultados similares. Analisando as recomendações quanto aos limites máximos de tolerância da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), foram encontrados teores inferiores para Cu, Fe e Ni, e superiores para Zn, Cr, Se e Ca. Os teores de Ca e Se foram, destacadamente, altos. De um modo geral, as amostras investigadas apresentaram-se em relativas condições ambientais e nutricionais para o consumo humano. Verificou-se que não há indício de contaminação por Pb e Cd.

AGRADECIMENTOS:CNPq e FAPESB

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:BRASIL. ANVISA. Decreto n° 55.871, 26 março de 1965. Brasília.
FERREIRA, K.S.; GOMES, J.C.; CHAVES, J.P.B. 2005. Food Chemistry, 92: 29-32.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. 1996. Estudo Nacional da Despesa Familiar (ENDEF) – Tabela de Composição de Alimentos – 4ª edição. Rio de Janeiro: 137 p.
VIANA,J.A.S. Exportações do agronegócio baiano: um sinal de competitividade. Bahia Agrícola,v.7,n.1,p.61-72,set.2005.