ÁREA: Química Analítica
TÍTULO: ESTUDO ANALÍTICO DO USO D A ÁGUA DE COCO VERDE COMO REPOSITOR DE MINERAIS EM CASOS DE DIARRÉIA.
AUTORES: COSTA, E. C. T. A.- UFRN; MEDEIROS, R. L. S.- UFRN; SILVA, D. R.-UFRN.
RESUMO: O objetivo desse trabalho foi verificar, através de análises por espectroscopia de absorção atômica, a eficácia da água de coco como repositória de eletrólitos (sais minerais) em casos de desidratação provocada pela diarréia. Foram feitas análises dos principais minerais perdidos nessas ocasiões como: potássio, sódio, magnésio e cálcio. Os níveis encontrados se mostraram satisfatórios com exceção de um mineral, o sódio que se encontra em níveis baixos comparados aos teores perdidos nas evacuações.
PALAVRAS CHAVES: diarréia, água de coco verde, sais minerais.
INTRODUÇÃO: A água de coco (Cocos nucifera L) é um isotônico natural, rico em nutrientes e de sabor agradável. Sua constituição é de 93% de água, 5% de açúcares, além de proteínas, vitaminas e sais minerais, sendo uma bebida leve e de poucas calorias. Seu consumo vem crescendo nos últimos tempos, principalmente devido às suas propriedades de reposição de eletrólitos perdidos após uma desidratação ou desgaste físico. Um fator que pode causar a desidratação é a diarréia. A diarréia pode ser definida como um aumento no número de evacuações ou diminuição na consistência das fezes, sua severidade pode variar muito, sendo a freqüência de evacuações o seu maior indicador. Mas o maior problema disto é a perda de água e sais minerais que ela ocasiona, principalmente a de sódio que é o principal fator na causa da desidratação. Nesses casos, após um diagnóstico, deve-se estabelecer uma conduta correta no que diz respeito ao manejo do sódio na reidratação oral. Muitas vezes, a água de coco verde é utilizada como um repositor desses minerais perdidos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficiência da água de coco verde como repositor de sais minerais perdidos como sódio, potássio, magnésio e cálcio.
MATERIAL E MÉTODOS: As análises da água foram feitas segundo o manual de análises Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. Foram escolhidas duas amostras de água de coco verde, em fases de maturação diferentes, sendo uma num estado ótimo de colheita. Estas foram analisadas imediatamente após coleta e filtração. As amostras foram filtradas com papel de filtro qualitativo. Após filtração as mesmas foram lidas num Espectrofotômetro de Absorção Atômica, da marca Varian modelo espectrAA 110. Foram feitas curvas de calibração para os metais lidos de sódio, potássio, magnésio e cálcio utilizando-se padrões da Merck. Após leituras os resultados foram postos em avaliação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Resultado das concentrações dos sais minerais contidos em duas amostras de água de coco verde em fase de maturação diferente encontram-se na tabela em anexo.
Observa-se que os valores encontrados para a amostra 2 foram praticamente o dobro dos encontrados para a amostra 1. Mesmo assim, os valores encontrados foram altos e satisfatórios o que qualifica a água de coco como um isotônico natural, realmente. Mas o que não foi possível deixar de se observar foram os baixos valores de sódio. Diarréias com sódio fecal elevado causam desidratação que só se reidrata com soluções orais que tenham alto teor de sódio como a preconizada pela OMS. Assim, as soluções com sódio 60 mg/L, ou menos, falham na reidratação das diarréias toxigênicas (Sabrá, 2002).
CONCLUSÕES: De acordo com os resultados obtidos, a água de coco verde, apesar de ter bons valores de sais minerais, não pode ser utilizada como única fonte de reposição de eletrólitos perdidos numa diarréia por apresentar baixos teores de sódio, principal elemento perdido em diarréias com sódio fecal elevado, sendo a falta do sódio principal fator na ocorrência da desidratação.
AGRADECIMENTOS:A CAPES pelo apoio financeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:·SABRÁ, A. ECEP, ECET, ECEA, ECEH, ECEI, ECAD: a E. coli revisitada no contexto da diarréia aguda. Jornal de Pediatria - Vol. 77, Nº1, 2002.
·CLESCERI, L.S.; GREENBERG, A. E.; EATON, A. D., Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th edition, 1998.