ÁREA: Química Analítica
TÍTULO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS ÓLEOS DE COPAÍBA NO MUNICÍPIO DE NAVIRAÍ/MS ATRAVÉS DOS MÉTODOS ANALÍTICOS DO ÍNDICE DE ACIDEZ E DE ÉSTER.
AUTORES: CARDOSO, R.,- UEMS; MINGUZZI, S. –UEMS E PRATES, C.B - UEMS- UNIDADE UNIVERSITáRIA DE NAVIRAí. SMING@UEMS.BR
RESUMO: O óleo de copaíba de uso medicinal não vem sendo submetido a um controle de qualidade adequado pelos laboratórios. Este trabalho tem por objetivo informar sobre a qualidade dos óleos comercializados em Naviraí/MS. As análises dos óleos de copaíba foram feitas pelo método proposto por VASCONCELOS et al (2002) através dos índices de éster e de acidez dos óleos. Cinco amostras foram adquiridas em drogarias de Naviraí, os resultados das análises mostraram discrepância na qualidade dos óleos as seguintes porcentagens de adulteração: 61,82; 44,17; 25,31; 37,30 e 44,33 %, confirmando as suspeitas de adulteração.
PALAVRAS CHAVES: óleo de copaíba e controle de qualidade
INTRODUÇÃO: O óleo de copaíba, extraído do tronco de árvores das espécies do gênero Copaifera, é muito utilizado pela medicina popular, sendo as aplicações mais difundidas as de cicatrizante, antiinflamatório e anti-séptico. O óleo e utilizado na formulação de pomadas e xaropes é também consumido in natura, por administração oral ou aplicação tópica (VASCONCELOS, et al., 2002) Porém, o óleo de copaíba não vem sendo submetido a um adequado controle de qualidade. Uma adulteração comum do óleo de copaíba é adicionar produtos de menor valor agregado, com o objetivo de diluir o óleo. Os intermediários na comercialização do óleo de copaíba misturam água, álcool, óleo diesel e banha animal. A essas adulterações somam-se as praticadas pelos laboratórios farmacêuticos, que utilizam óleos vegetais comestíveis como a soja e o milho para a diluição (VEIGA et al., 2002). Estudos mostram que óleos de copaíba adulterados potencializam os sintomas de inflamação (VEIGA et al., 2005). Diante disso é importante a realização do controle de qualidade do óleo de copaíba o qual estamos propondo neste trabalho.
MATERIAL E MÉTODOS: Em nosso estudo como não possuíamos amostra de referência do óleo de copaíba, utilizamos dados dos índices de éster e acidez da literatura (VASCONCELOS, et al., 2002). No caso dos produtos comerciais escolheu-se aqueles que estavam dentro do prazo de validade. Foram analisados produtos adquiridos em drogarias de Naviraí - MS. Para análise da qualidade dos óleos são calculados os índices de éster e acidez. O índice de acidez é definido como a massa de hidróxido de potássio, em miligramas, gasta na neutralização dos ácidos livres presentes em um grama de amostra de óleo, já o índice de éster é definido como a massa de hidróxido de potássio, em miligramas, gasta na saponificação de um grama de amostra de óleo neutro. O princípio do método para obtenção do índice de acidez é uma titulação ácido-base com solução de hidróxido de sódio utilizando-se fenolftaleina como indicador (VASCONCELOS, et al., 2002). O índice de éster baseia-se na saponificação de ácidos graxos e titulação do excesso de base adicionado a solução (VOGEL, 1992).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: De acordo com informações dos vendedores de óleo de copaíba, óleos graxos e álcool etílico seriam os produtos mais prováveis de serem encontrados como aditivos do óleo de copaíba. Foram analisados os índices de acidez e de éster de cinco amostras de óleo de copaíba, obtidas em drogarias de Navirai –MS. Na tabela 1 são apresentados os valores obtidos para o índice de acidez e éster, sendo S, a amostra de óleo de soja puro, A, álcool etílico puro, C, óleo de copaíba puro, de B1 a B5 óleos comercializados. A literatura (VASCONCELOS et al, 2002) aponta que se o valor do índice de acidez obtido for maior que 80 mg KOH/g a amostra é considerada autêntica. O índice de acidez indicou que todas as amostras sofreram adulteração, enquanto o índice de éster determinou que as cinco amostras adquiridas nas drogarias foram adulteradas por algum tipo de óleo graxo como o óleo de soja (índice de éster maior que 23 mg KOH/g).
CONCLUSÕES: Os valores do índice de acidez encontrados permitiram saber que os óleos analisados foram adulterados, assim como avaliar o valor aproximado do teor do adulterante..De acordo com os valores do índice de éster encontrados, concluímos que, os adulterantes de cinco amostras (B1, B2, B3, B4 ,B5) devem ser constituídos de óleo graxo, como por exemplo o óleo de soja.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:VASCONCELOS, A. F. F. e GODINHO, O. E. S. 2002. Uso de métodos analíticos convencionados no estudo da autenticidade do óleo de copaíba. Química nova, 25: 1057-1060.
VEIGA Jr,V. F. e PINTO, A.C. 2002. O Gênero Copaifera L. Química nova , 25:273-286.
VEIGA Jr, V. F.; PINTO, A. C. e MACIEL, M. A.M. 2005. Plantas Medicinais: Cura segura?. Química nova, 28: 519-528.
VOGEL, A.I., Análise Química Quantitativa, LTC Editora 5a edição 1992 .