ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: DETERMINAÇÃO DO TEOR DE FERRO EM FARINHAS DE TRIGO ESPECIAIS

AUTORES: FREIRE, R.M.L.- UFRN; MEDEIROS, J.F.- UFRN; CRUZ, A.M.F. UFRN; SANTOS, K.M.- UFRN; DANTAS, A.S.- UFRN; MOURA, M.F.V.- UFRN

RESUMO: A deficiência nutricional é uma das principais doenças que põe em risco a saúde do homem. Um exemplo é a anemia provocada pela falta de ferro no sangue e que afeta, principalmente, as famílias mais pobres. Com o objetivo de oferecer uma alternativa nutritiva e de baixo custo, a ANVISA determinou a fortificação da farinha de trigo com ferro visando combater a anemia nas populações de baixa renda. Neste trabalho investigou-se os teores de ferro em 9 amostras de farinhas de trigo comerciais diferentes fortificadas com ferro, a fim de monitorar a qualidade destes produtos. A determinação do mineral foi feita por Espectroscopia de Absorção Molecular através do método da o-fenantrolina. Os resultados indicaram que os teores de ferro estão abaixo dos valores estabelecidos pela legislação.

PALAVRAS CHAVES: farinha de trigo, ferro, espectroscopia

INTRODUÇÃO: A deficiência nutricional tem sido um dos problemas que mais afetam a saúde humana, principalmente, nos casos de desnutrição infantil. Essa deficiência ocorre, em especial, nas classes sociais mais carentes que não dispõem de recursos financeiros suficientes para manter uma alimentação de boa qualidade. Um dos produtos mais consumidos pela população é a “farinha de trigo” (derivada do Tricum aestivum L) empregada para a fabricação de pães, bolos, massas, etc. Em geral, estes produtos são fontes de calorias e não fornecem outros nutrientes importantes para o metabolismo humano, tal como o ferro que atua no combate a doenças como a anemia. Uma vez que o trigo é um alimento bastante consumido e possui baixo valor nutricional, a ANVISA determinou o enriquecimento da farinha de trigo com ferro (na proporção de 4,2 g do metal para cada 100 g de farinha) com o objetivo de reforçar seu valor nutricional para prevenir e corrigir a carência de ferro, principalmente, nas populações de baixa renda. Portanto, este trabalho tem como finalidade investigar os teores de ferro presentes em farinhas de trigo comerciais intituladas como “especiais”.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram adquiridos do comércio 9 amostras de farinha de trigo fortificadas com ferro, pertencentes a diferentes fabricantes. Pesou-se 10 g de cada amostra as quais foram incineradas em mufla (550°C / 4h) e, em seguida, dissolvida em H2SO4 10% (v/v). A solução resultante foi utilizada para a determinação de ferro. A quantificação do mineral foi feita por Espectroscopia de Absorção Molecular utilizando um equipamento Varian, modelo Cary 1E, através do método da o-fenantrolina..Os cálculos foram feitos partindo-se de curvas de calibração com soluções-padrão nas seguintes concentrações de ferro: 0,1; 0,2; 0,5; 1,0; e 2,5 ppm. Os padrões e reagentes utilizados foram da marca Merck com certificado de análise rastreado com padrões NIST. As análises foram realizadas em triplicata.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A tabela indica os dados da determinação de ferro em farinhas de trigo fortificadas. As concentrações foram obtidas a partir da curva de calibração, e com isso feita a quantificação de ferro nas amostras. os resultados obtidos não corresponderam ao estabelecido pela ANVISA, através da Resolução-RDC nº 344, de 13 de dezembro de 2002. Isto pode ser devido a heterogeneidade da amostra, e por ela ser sólida há uma dificuldade para sua mistura ser completa. Como também, pode ser devido aos fabricantes ainda não estarem adequados com as normas da legislação.




CONCLUSÕES: Os resultados obtidos para os teores de ferro não corresponderam aos valores pré-estabelecidos pela ANVISA. Assim, constatou-se a importância da espectroscopia para a realização dessa análise, como controle de qualidade nas farinhas de trigo, no que diz respeito à sua fortificação com o ferro.

AGRADECIMENTOS:Ao Departamento de Química da UFRN.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:BRASIL. Resolução nº 344, de 13 de dezembro de 2002. Regulamento Técnico para a fortificação das Farinhas de Trigo e das Farinhas de Milho com Ferro e Ácido Fólico. Diário Oficial da União, Brasília, 18 de dezembro de 2002.
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