ÁREA: Química Analítica
TÍTULO: ZINCO EM ALGUNS SOLOS MATO-GROSSENSES
AUTORES: SILVA1, D. A.- UFMT; SILVA1, E. C.- UFMT; WEBER2, O. L. S.- UFMT; OLIVEIRA1, E. F.- UFMT
1UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO-UFMT, DEPT° DE QUíMICA, LABORATóRIO DE METAIS PESADOS. (ARRUDA_DIRCE@YAHOO.COM.BR); 2DEPT° DE SOLOS E ENGENHARIA RURAL/UFMT.
RESUMO: A análise química dos solos é uma das alternativas mais utilizadas para diagnosticar a deficiência ou não de zinco nos solos, e a sua avaliação é realizada por meio de uma extração utilizando-se de uma solução extratora. Várias soluções extratoras são utilizadas.Neste contexto fez-se este estudo preliminar através da comparação dos teores de zinco extraídos pelo extratores Mehlich-1, HCl 0.1 N, Mehlich-3 e DTPA, e extração seqüencial em solos mato-grossenses, com o intuito de verificar a quanti-dade de zinco nos solos em relação a cada solução extratora utilizada. Através dos resultados obtidos verificou-se que a ação dos extratores não depende exclusiva-mente de suas propriedades, mas, das características e das forças que governam as interações do zinco às frações do solo.
PALAVRAS CHAVES: zinco disponível, extratores químicos, extração seqüencial.
INTRODUÇÃO: O zinco é um micronutriente essencial ao crescimento e ao desenvolvimento de vegetais e animais. Há relatos de que este micronutriente é decisivo na produti-vidade de culturas, como o milho e a soja (SOARES, 2003; GALRÃO, 1993). Os solos dos cerrados, geralmente, são deficientes em zinco. O conhecimento do teor de zinco disponível para as plantas em solos é indispensável na decisão de adicioná-lo ou não ao sistema de produção por meio de insumos agrícolas.A análise química dos solos é a alternativa mais utilizada para diagnosticar a deficiência de zinco. A avaliação do zinco disponível no solo envolve sua extração, seguida da determinação de seu teor por técnicas como a espectrofotometria de absorção atômica. Vários extratores químicos foram propostos pela pesquisa agronômica e utilizados em laboratórios de análise de solos. A proximidade entre o valor obtido e a quantidade de zinco realmente disponível depende de vários fatores.Neste estudo, visando compreender a eficiência de diferentes extratores químicos fez-se a determinação dos teores de zinco nas diferentes frações do solo, através de extrações seqüenciais, e também a determinação de zinco disponível por quatro extratores.
MATERIAL E MÉTODOS: Os nove solos estudados fazem parte da soloteca do Laboratório de Análise de Solos do Departamento de Solos e Engenharia Rural da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e foram classificados segundo a Embrapa (1999). As amostras de TFSA analisadas, representando a camada superficial (0-20 cm) e provenientes de vários municípios do Estado de Mato Grosso. O zinco disponível nas amostras de solo foi extraído por: Mehlich-1 (M-1), HCl 0,1 N e Mehich-3 (M-3), segundo Oliveira (1998), e DTPA-TEA, segundo Lindsay e Norvell (1978). Essas extrações foram feitas em triplicata. O zinco ligado às frações trocável, matéria orgânica, óxidos de manganês, óxidos de ferro mal cristalizados ou amorfos óxidos de ferro cristalizados foi determinado, em quintuplicata, segundo o método de Shuman (1985), para esta especiação foram selecionados três solos. As determinações de zinco foram realizadas em Espectrofotômetro de Absorção Atômica com chama (VARIAN, SpectrAA 220, com corretor de fundo de deutério).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Analisando a Tabela 1, observa-se que o HCl 0,1 N extraiu maior quantidade de zinco em todos os solos estudados, com exceção do LVd2. Observa-se também que para o LA2, LA3, LVA1 e LVA2, os extratores ácidos, HCl 0,1 N e M-1, foram mais“eficientes” e apresentaram médias estatisticamente iguais. Por outro lado, observa-se que os extratores complexantes M-3 e DTPA-TEA apresentaram resultados inferiores, porém, estatisticamente iguais entre si, para os solos LA1, LA2, LVA1, LVA2, NLd e RQo.As diferenças nos resultados obtidos para os quatros extratores são atribuídas às características químicas e físicas do solo (BORGES & COUTI-NHO, 2004; CONSOLINI, 2003; NASCIMENTO & FONTES, 2004) e aos diferentes meca-nismos de extração(OLIVEIRA, 1998).Para os três solos especiados, o compartimento óxidos de ferro mal cristalizados (Fea) apresentou maior teor e percentagem de zinco (Tabela 2 e fig. 1), devido a sua maior capacidade de adsorver metais em relação aos óxidos de ferro cristalizados (Fec)(MOREIRA, 2004). A comparação estatística das médias revelou que os somatórios dos resultados obtidos para as frações Zn-Troc, Zn-mo, Zn-Mn e Zn-Fea,foram iguais pelos com HCl 0,1 N e M-1.
CONCLUSÕES: Os extratores HCl 0,1 n, M-1, M-3 e DTPA-TEA, de maneira geral, extraíram quantidade diferentes de zinco disponível dos nove solos em estudo. O HCl 0,1 N extraiu maior quantidade de zinco dos solos, exceto no lvd2. O DTPA-TEA extraiu menor quantidade de zinco em relação aos extratores testados. Os extratores ácidos HCl 0,1 N e M-1 foram igualmente eficientes na extração do zinco contido nas frações Zn-Troc, Zn-mo, Zn-Mn e Zn-Fea. A ação dos extratores não depende exclusivamente de suas propriedades, mas também, das características do solo e das forças que governam as interações do zinco.
AGRADECIMENTOS:Ao Instituto de Pesquisa Matogrossemse - IPEM, pela bolsa concedida e a Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:BORGES, M. R; COUTINHO, E. L. M. 2004. Metais pesados do solo após aplicação de biossólido. II – Disponibilidade. Revista Brasileira de Ciências do Solo. n. 28, p. 557-568.
CONSOLINI, F. 2003. Efeito do pH na disponibilidade e distribuição de zinco nas frações do solo. Jaboticabal: UNESP, 2003. Tese (Doutorado em Agronomia), Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista,
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GALRÃO, E. Z. 1993. Níveis críticos de zinco em Latossolo Vermelho-Amarelo argiloso sob cerrado para a soja. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 17, n. 1, p. 83-87.
LINDSAY, W. L.; NORVELL, W. A. 1978. Development of a DTPA soil test for zinc, iron, manganese and copper. Soil Sci. Soc. Am. J., vol. 42, p. 421-428.
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SHUMAN, L. M. 1985. Fractionation method for soil microelements. Soil Sci., n. 140, p. 11-22.