ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE MICROBIOLÓGICA DA LAGOA VÁRZEA DAS FLORES

AUTORES: ANDERSON FERNANDES DOS SANTOS1, ANDREIA EVANGELISTA DOS SANTOS1, FáTIMA DE CáSSIA OLIVEIRA GOMES1, CLAUSYMARA LARA SANGIORGE1, FELIPE COLARES DE OLIVEIRA1, MARIA ELENA WALTER1, REGIANE APARECIDA NASCIMENTO BAPTISTA1, VINíCIUS GONçALVES MOREIRA1.

RESUMO: Este trabalho visou avaliar a qualidade da lagoa Várzea das Flores, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, responsável por cerca de 15% do abastecimento da região, e utilizado também em atividades de recreação, pesca e aqüicultura. Os testes microbiológicos realizados foram o de contagem de bactérias aeróbias mesófilas e o de determinação do número mais provável de coliformes totais e termotolerantes. Os valores encontrados estavam dentro dos padrões (Resolução nº 274 de 29 de novembro, 2000). Dentre os testes de determinação de turbidez, cor, pH, acidez, cloreto, fosfato, fósforo, demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO), íon amônio e nitrito, apenas os resultados dos dois últimos apresentaram-se fora dos padrões (Portaria nº 518 de 25 de março, 2004).

PALAVRAS CHAVES: análise de água; recursos hídricos; balneabilidade

INTRODUÇÃO: Devido à grande preocupação com o manuseio dos recursos hídricos, torna-se importante a avaliação da qualidade da água, tanto microbiológica quanto físico-química. Estes parâmetros são de grande utilidade na determinação das condições higiênico-sanitárias dos corpos d’água, em especial daqueles cuja relevância social ou econômica é apreciável. Este fato se explica pelo grande número de doenças transmitidas à população por meio dos recursos hídricos, que nem sempre oferecem segurança para as comunidades que se beneficiam destes, tanto para consumo quanto para recreação e desenvolvimento de atividades como pesca e aqüicultura. Localizada entre os municípios de Betim e Contagem, na região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), a lagoa Várzea das Flores é responsável por 15% do abastecimento de água da região. Com uma área de 5,2 km2 e 54 km de orla e construída para ser uma estação de captação e fornecer água para parte da população, a lagoa é também largamente utilizada para práticas esportivas e recreação. Assim, torna-se importante a realização de um estudo que exponha as características que indiquem a qualidade desta água.

MATERIAL E MÉTODOS: Determinação de Turbidez: determinou-se a turbidez através do método nefelométrico, utilizando-se o turbidímetro.

Determinação de Cor: determinou-se a cor da amostra através da comparação visual, utilizando-se o comparador Hellige.

Determinação de pH: determinou-se o pH das amostras utilizando um potenciômetro.

Determinação de Acidez: a acidez foi determinada por titulação com hidróxido de sódio.

Determinação de Cloreto: determinou-se a quantidade de cloreto presente por titulação com nitrato de prata.

Determinação do Íon Amônio: esta foi realizada a partir da titulação com cloreto de amônio.

Determinação do Nitrito: foi realizada a partir da titulação com de tiossulfato de sódio

Determinação de Fosfato e Fósforo: esta foi realizada a partir da titulação com fosfato biácido de potássio.

Determinação de Oxigênio Dissolvido (OD): esta foi realizada a partir da titulação com tiossulfato de sódio.

Determinação da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5): esta foi determinada a partir da diferença entre os valores inicial e final de OD.

Determinação da Demanda Química de Oxigênio (DQO): esta foi determinada por titulação pelo método iodométrico.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados obtidos durante as análises microbiológicas para as quatro amostragens coletadas em diferentes pontos ao longo da lagoa apresentaram valores aceitos pela legislação (CONAMA, Resolução nº 274 de 29 de novembro, 2000). Os números encontrados para coliformes totais e termotolerantes apontam para uma apreciável qualidade microbiológica da água analisada, já que estes são utilizados como indicadores de contaminação fecal. Embora propícia à recreação, a lagoa pode ser considerada imprópria para fornecer água para consumo humano sem tratamento prévio.
Quanto aos resultados obtidos para as análises físico-químicas, pode-se perceber que estes não apresentaram indicadores relevantes de poluição, tanto industrial quanto doméstica. Dentre os testes realizados, os únicos que apresentaram resultados acima do permitido foram os de nitrito e íon amônio. Embora os valores para coliformes tenham sido considerados razoáveis, a presença de nitrito e íon amônio em concentrações elevadas indicam uma possível contaminação por esgoto doméstico.





CONCLUSÕES: Tendo em vista a importância que reservatórios de água possuem devido aos seus diversificados usos, tais como o abastecimento e atividades como recreação, pesca e aqüicultura, verificou-se que a lagoa analisada apresentou qualidade de água excelente, superando as expectativas para uma lagoa localizada em uma região metropolitana de uma grande cidade. No entanto, medidas que possibilitem a manutenção de níveis de qualidade satisfatórios são necessárias que a lagoa continue a ser utilizada para fornecer água e ser local de atividades exercidas pela população.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:FEEMA, Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente. Manual do Meio Ambiente, volume 2. Rio de Janeiro, 1983.

MACÊDO, JORGE ANTÔNIO BARROS DE, Métodos Laboratoriais de Análises Físico-químicas e microbiológicas, 2ª edição, Belo Horizonte, Minas Gerais, 2003.

MISSAGIA, Beatriz de Souza, Avaliação da qualidade microbiológica do lago Dom Helvécio, Parque Estadual do rio Doce – MG, utilizando bactérias de interesse higiênico-sanitário e determinação da susceptibilidade a antimicrobianos de Staphylococcus spp., Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Minas Gerais, 2006.

CONAMA, Resolução nº 274 de 29 de novembro de 2000

Portaria nº 518 de 25 de março de 2004