ÁREA: Química Analítica

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO CROMATOGRÁFICO DO HIDROXIMETILFURFURAL EM DIVERSAS COLUNAS CAPILARES

AUTORES: MACHADO, A M. R.; SILVA, J.E. O. – CENTO FEDERAL DE EDUCAçãO TECNOLóGICA DE MINAS GERAIS ANAMARIA.MACHADO@IG.COM.BR

RESUMO: O mel da abelha recém-colhido contém pequenas quantidades de hidroximetilfurfural (HMF), que em valores elevados podem indicar alterações provocadas por armazenamento prolongado, superaquecimento, ou adulterações por adição de xaropes. Torna-se necessário realizar análises para comprovar a sua qualidade. Este trabalho tem o objetivo de avaliar o comportamento cromatográfico do HMF utilizando diferentes colunas capilares. De início, efetuou-se a extração do HMF do mel com éter etílico. Para purificação, o extrato etéreo foi fracionado em coluna e as frações, avaliadas por cromatografia em camada delgada (CCD), agrupadas de acordo com sua pureza. Procedeu-se, então, a análise dessas frações por cromatografia gasosa. Os melhores resultados foram obtidos com as colunas capilares HP1 e HP5.

PALAVRAS CHAVES: hidroximetilfurfural, mel, cromatografia gasosa.

INTRODUÇÃO: O mel é uma substância viscosa, aromática e açucarada obtida a partir do néctar das flores que as abelhas melíficas produzem. Seu aroma, paladar, coloração, viscosidade e propriedades medicinais estão diretamente relacionados com a fonte de néctar que o originou e também com a espécie de abelha que o produziu. Sua composição média pode ser resumida em três componentes principais: açúcares, água e diversos. Por detrás dessa aparente simplicidade, esconde-se um dos produtos biológicos mais complexos (PEREIRA et al., 2003). O mel é um produto muito apreciado, sendo, no entanto, de fácil adulteração, apresentando valores elevados de hidroximetilfurfural devidos à adição de açúcar comercial, estocagem inadequada ou superaquecimento. Caso isso ocorra terá seu valor nutricional alterado. A Legislação Vigente estabelece um máximo de 40mg de HMF/kg de mel (BRASIL, 2000). O hidroximetilfurfural é utilizado como indicador de qualidade, uma vez que tem origem na degradação de enzimas presentes no mel e apenas uma pequena quantidade de enzima é encontrada em amostra de mel maduro.

MATERIAL E MÉTODOS: As amostras de mel foram submetidas ao teste qualitativo de HMF com resorcina clorídrica. Aquelas que apresentaram testes positivos foram submetidas à extração do mesmo com éter etílico. O extrato etéreo foi fracionado em coluna cromatográfica usando sílica gel como fase estacionária e eluentes de polaridades crescentes. Os solventes foram evaporados e as frações monitoradas por cromatografia em camada delgada de sílica e agrupadas de acordo com a sua pureza. Selecionadas as frações, realizou-se a análise por cromatografia gasosa em três colunas diferentes: HP-1 (30 m x 0,2 mm x 0,33 µm - metil siloxano), HP-5 (15 m x 0,53 mm x 1 µm - 5% fenil, 95% metil siloxano) e HP-Innowax (30 m x 0,32 mm x 0,3 µm – polietilenoglicol). As seguintes programações foram testadas com as três colunas: 60°C, 3°C/min até 100°C; 80°, 10°C/min até 200°C, 5°C/min até 230°C; 100°C, 10°C/min até 230°C; 150°C, 10°C/min até 230°C; 200°C 2’, 10°C/min até 230°C e por último uma isotérmica a 230°C. O cromatógrafo utilizado foi o HP 6890 com detector por ionização em chama; temperaturas do injetor a 230 ºC e do detector a 250 ºC; injeção de 1,0mL da amostra no modo "split" na razão de 1/20.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: As frações de mel foram analisadas por cromatografia gasosa em três colunas com polaridades diferentes e em diversas programações de análise. A análise das frações na coluna polar (Innowax), nas diversas programações, não mostrou nenhum resultado, ou seja, o cromatograma não apresentou o pico referente ao HMF. A fase estacionária da coluna Innowax é o polietilenoglicol, cuja temperatura máxima de trabalho é 260°C. Mesmo trabalhando quase no limite de temperatura da coluna 230°C, não houve resposta do hidroximetilfurfural, ou seja, esta substância tem uma forte interação com a fase estacionária ficando retida na coluna. A análise cromatográfica das frações do mel nas colunas HP1 e HP5 mostraram comportamento bastante semelhante. Somente a partir da programação de 100°C, 10°C/min até 230°C é que o pico referente ao HMF começa a aparecer no cromatograma, porém a melhor resposta do HMF é com a programação de 200°C 2’, 10°C/min até 230°C. O hidroximetilfurfural tem um tempo de retenção menor na coluna HP1 ( 1,467 minutos) quando comparado com a análise realizada na coluna HP5 (tempo de retenção de 2,364 minutos), porém seu pico é menor, ou seja não apresenta uma boa resposta.




CONCLUSÕES: Neste trabalho avaliou-se o comportamento do HMF frente às colunas capilares, as diversas programações de análises e fez-se o tratamento prévio da amostra. Das colunas testadas, a Innowax mostrou-se inadequada. Já nas colunas HP1 e HP5 o pico referente ao HMF, mostrado nos cromatogramas, apareceu alargado com cauda e pouco proeminente. O HMF interagiu mais fortemente com a fase estacionária da HP5, do que com a fase da HP1. As colunas HP1 e HP5 são indicadas para a análise do HMF, porém a coluna HP1 é a mais indicada, pois apresenta um menor tempo de análise e conseqüentemente um menor custo.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:1.BRASIL. Instrução Normativa nº 11, de 20 de outubro de 2000. Estabelece o regulamento técnico de identidade e qualidade do mel. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 23 out. 2000. Seção 1, p.16-17.
2 PEREIRA, F. M.; LOPES, M.T.R.; CAMARGO, R.C.R.; VILELA, S.L.O. Produção de Mel. Embrapa Meio-Norte. Sistema de Produção, 3 ISSN 1678-8818 Versão Eletrônica
Jul/2003.