ÁREA: Química Analítica
TÍTULO: AVALIAÇÃO POR ICP - OES DA COMPOSIÇÃO ELEMENTAR DE COMPONENTES DE CAFETEIRAS ELÉTRICAS QUE UTILIZAM ÁGUA EM CONTATO DIRETO COM A RESISTÊNCIA
AUTORES: MONTEIRO, R. W. – UFPA (PQ), SARAIVA, A. C. F. – ELN (PQ), DE LIMA, M. A. – ELN (PG), BEZERRA, C. S. – ELN , KIKUCHI, A. N. S. – UFPA (PG), CASTRO, E. M. – UFPA (IC), LEITãO, R. L. – UFPA (IC)
CENTRO DE TECNOLOGIA DA ELETRONORTE - ELN (SARAIVA@ELN.GOV.BR), 2DEPARTAMENTO DE QUíMICA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARá UFPA (RWANGHON@ODLANIGER.PRO.BR).
RESUMO: Análises das partes internas de cafeteiras elétricas (tipo Coffee Bar), revelaram a presença de chumbo na composição de componentes que ficam em contato direto com a água. Na abertura das amostras metálicas foi utilizado 5 mL de uma mistura 3:1 ácido clorídrico/ácido nítrico para cerca de 0,3 g de amostra, já as soldas utilizou-se 4 mL de ácido clorídrico e 0,1 mL de ácido nítrico para cerca de 0,1 g de amostra. A digestão foi feita por microondas onde o programa de aquecimento foi: 03 min a 400 W e 03 min a 0 W, o sistema foi resfriado e aferido para o volume de 50 mL. Nas análises por ICP - OES verificou-se que a solda usada na fixação das partes internas da cafeteira era constituída em 26,60% de chumbo.
PALAVRAS CHAVES: cafeteira, chumbo, água.
INTRODUÇÃO: Nos últimos anos a demanda de chumbo tem sofrido uma mudança quanto ao tipo de sua utilização. Seu emprego como antidetonante na gasolina e em tintas tem diminuído bastante, porém seu emprego em outras áreas da indústria tem aumentado significantemente. Usa-se chumbo na fabricação de canos, na fabricação de revestimento, etc. A contaminação da água pelo chumbo tem sido objeto de várias pesquisas (Suzuki et. al, 1984). Água potável com baixo pH e baixas concentrações de sais dissolvidos podem carrear quantidades de chumbo vindas de soldas, encanamentos e ferragens, cisternas e reservatórios. O valor de tolerância para chumbo em água potável que era de 50 µg/L em 1984 (WHO, 1984) foi revisto em 1993, passando para 10 µg/L (WHO, 1993). A necessidade de realizar – se uma avaliação dos componentes internos das cafeteiras, se deu ao fato de análises anteriores nas águas das mesmas para avaliação da eficiência dos filtros, revelarem presença de chumbo na ordem de 7500 µg/L, visto o contato direto dos componentes metálicos com a água (água mineral pH baixo 4,5). Valores desta ordem podem acarretar em problemas sérios a saúde humana visto o chumbo ser um agente cancerígeno.
MATERIAL E MÉTODOS: As amostras foram retiradas de cafeteiras distribuídas nas dependências da Eletronorte – Pa (blocos C e D). Selecionou – se as amostras que possuíam contato direto com a água aquecida, sendo que pequenas quantidades foram retiradas da resistência, da base, do parafuso de sustentação, do termostato e de sua sustentação e do parafuso da parte interna da cafeteira. Verificou – se que algumas cafeteiras do mesmo modelo possuíam a resistência sustentada por uma base plástica e outras por uma base com solda. Na dissolução das amostras metálicas coletadas das cafeteiras utilizou-se 5 mL de uma mistura 3:1 HCl/ HNO3 para 0,3 g de material coletado. Para análise das soldas utilizou-se o procedimento descrito no MANUAL DE MÉTODOS DGT 100, o procedimento para as soldas foi: 0,1 g de amostra, 4 mL de ácido clorídrico 37%, 0,1 mL de ácido nítrico 65 %. Em seguida levaram-se a amostra para o digestor de amostras por microondas DGT 100 onde esta sofreu o seguinte programa de aquecimento: 03 minutos a 400 W, 03 minutos a 0 W. O sistema foi resfriado e aferido para o volume de 50 mL, em seguida analisado em um Espectrofotômetro de Emissão Atômica por Plasma Induzido Vista Pro VARIAN.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Ao contrário do que ocorre no bloco D, onde a resistência da cafeteira é sustentada por uma base metálica e através de soldas, no bloco C essa sustentação é de plástico, não necessitando, portanto de soldas para sua fixação. Neste caso não foi detectado chumbo na água aquecida nem na água do reservatório da mesma.
Nas análises foi encontrado um elevado teor de chumbo na solda feita na base de sustentação da resistência de 26,60 % e um teor menor no parafuso de sustentação do termostato, 2,82 %. A liberação do chumbo para água aquecida pode ter ocorrido devido processo de corrosão da liga de solda, visto o teor elevado do metal analisado. Tabela 1.
CONCLUSÕES: A liberação do chumbo para água ocorrera pelo processo de corrosão da liga de solda associada ao uso de água mineral pH=4,5. O teor de chumbo encontrado no parafuso interno da cafeteira não colabora para o chumbo presente na água, pois, trata-se de uma liga mais resistente em relação à liga da solda, fato confirmado nas análises da água da cafeteira do bloco C, cuja resistência não era sustentada por uma base metálica. Conclui-se que as soldas localizadas na base de sustentação da resistência são responsáveis pela presença de elevado teor de chumbo encontrado na água da cafeteira.
AGRADECIMENTOS:A Eletronorte pela infraestrutura e ao Dr. Augusto Cesar Fonseca Saraiva pelo apoio, suporte no decorrer do trabalho realizado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:T. Suzuki, K. Ishigaki, M. Miyake, J. Chem. Soc. Faraday Trans.I, 80 (1984), 3157-3165.
World Health Organization, Guidelines for drinking-water quality.V. 1, Geneva, p. 55-56.1984.
World Health Organization, Guidelines for drinking-water quality.2ª Ed., V. 1, Geneva, p 188, 1993.