ÁREA: Química Analítica
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DE MANGANÊS EM SUSPENSÕES DE FEZES E RAÇÕES DE PEIXES POR GFAAS
AUTORES: NEVES, R.C.F. - PROGRAMA DE PóS-GRADUAçãO EM ZOOTECNIA – FACULDADE DE MEDICINA VETERINáRIA E ZOOTECNIA – DEPARTAMENTO DE MELHORAMENTO E NUTRIçãO ANIMAL/UNESP, BOTUCATU-SP (NEVES@IBB.UNESP.BR);
SILVA,F.A. - PROGRAMA DE PóS-GRADUAçãO EM ZOOTECNIA – FACULDADE DE MEDICINA VETERINáRIA E ZOOTECNIA – DEPARTAMENTO DE MELHORAMENTO E NUTRIçãO ANIMAL/UNESP, BOTUCATU-SP;
LOUREIRO, V.R. - INSTITUTO DE BIOCIêNCIAS/UNESP - DEPARTAMENTO DE QUíMICA E BIOQUíMICA, BOTUCATU/SP;
MORAES, P.M.- INSTITUTO DE BIOCIêNCIAS/UNESP - DEPARTAMENTO DE QUíMICA E BIOQUíMICA, BOTUCATU/SP;
PADILHA, C.C.F.- INSTITUTO DE BIOCIêNCIAS/UNESP - DEPARTAMENTO DE FíSICA E BIOFíSICA, BOTUCATU/SP;
PEZZATO, L.E. - PROGRAMA DE PóS-GRADUAçãO EM ZOOTECNIA – FACULDADE DE MEDICINA VETERINáRIA E ZOOTECNIA – DEPARTAMENTO DE MELHORAMENTO E NUTRIçãO ANIMAL/UNESP, BOTUCATU-SP;
PADILHA, P.M.- INSTITUTO DE BIOCIêNCIAS/UNESP - DEPARTAMENTO DE QUíMICA E BIOQUíMICA, BOTUCATU/SP.
RESUMO: Neste presente trabalho um método simples, rápido e sensível é proposto para determinação de manganês em amostras de fezes e rações de peixes por GFAAS utilizando-se a introdução direta de suspensões das amostras no tubo de grafite do espectrômetro. Os limites de detecção (LOD) e quantificação (LOQ) calculados em relação a 20 leituras do branco das suspensões (0,50 % m/v de fezes ou ração isentas de manganês) foram de 71 e 365 ng L-1 para as suspensões padrão de fezes e de 78 e 401 ng L-1 para as suspensões padrão de ração. O método proposto foi aplicado em estudos de biodisponibilidade de manganês em diferentes amostras de rações de peixes e mostraram-se de acordo com os resultados obtidos utilizando-se amostras mineralizadas por digestões ácidas em forno de microondas.
PALAVRAS CHAVES: suspensões de rações e fezes de peixe; gfaas; modificador químico
INTRODUÇÃO: Os tecidos animais possuem minerais em proporções e quantidades variáveis, os quais são componentes essenciais ao metabolismo, refletindo na maior ou menor produtividade do animal. Nos estudos de biodisponibilidade dos minerais na nutrição animal é necessário a determinação das concentrações desses nutrientes nas rações utilizadas na dieta e nas fezes do animal e da concentração de um marcador biológico que não é absorvido pelo animal (geralmente Cr2O3). A quantificação dos microminerais apresenta dificuldades nos procedimentos de mineralização das amostras, que é feita por aquecimento lento (60-80oC) em blocos digestores, utilizando-se mistura nítrica-perclórica. Os extratos ácidos gerados contêm íons dicromato, espécie altamente tóxica (SULLIVAN & REIGH, 1995). Considerando o exposto, este trabalho descreve o desenvolvimento de um método para determinação de manganês em suspensões de amostras de rações e fezes de peixes por espectrometria de absorção atômica em forno de grafite (GFAAS), de modo a eliminar a etapa de mineralização das amostras e permitir a estimativa da biodisponibilidade desse micronutriente metálico em amostras de rações utilizadas na nutrição de peixes.
MATERIAL E MÉTODOS: Após a moagem criogênica, 5 mg de amostras de ração ou fezes de peixes, isentas de Mn, foram transferidas para os copos do autoamostrador do espectrômetro de absorção atômica Shimadzu AA 6800. Em seguida, volumes de 3, 6, 12, 16, 20 e 30 uL de solução padrão contendo 500 ug L-1 de Mn, 5uL de HNO3 concentrado suprapuro, 50 uL de Triton X-100 e 100 uL de solução 1000 mg L-1 de Pd(II) foram transferidos para os copos do autoamostrador. O volume final foi acertado para 1000 uL com água ultrapura, de modo que a concentração de Mn nas suspensões ficassem na faixa de 0,75 a 7,50 ug L-1. Após agitação durante 40 s por sonificação, alíquotas de 20 uL foram injetados para dentro do tubo de grafite recoberto com W0. Os Parâmetros avaliados no processo de atomização do Mn foram: temperatura de pirólise e de atomização, sinais de absorção atômica (AA) e fundo (BG).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: As temperaturas de pirólise e atomização que apresentaram as menores massas características (mo= 43 pg, para suspensão padrão de fezes e mo=52 pg, para suspensão padrão de rações) e os menores sinais de fundo, foram de 1400 e 2300 oC respectivamente, sendo as utilizadas para dar continuidade ao trabalho. Curvas analíticas foram construídas utilizando-se suspensões padrão de fezes e ração de peixe contendo Mn na faixa de concentração de 0,75 – 7,50 ug L-1 (Eq. Reta – Padrão Fezes, A= 0,0013 + 0,0022CMn, r = 0,99952; Padrão Ração, A =0,0026 + 0,0021CMn, r = 0,99931). Os limites de detecção e de quantificação calculados foram de 71 e 365 ng L-1 de Mn para as suspensões padrão de fezes e de 78 e 401 ng L-1 de Mn para as suspensões padrão de ração (ROSA et. al., 2002). O tempo de vida útil do tubo de grafite foi equivalente a 572 queimas. O método desenvolvido foi aplicado na determinação da biodisponibilidade manganês de quatro amostras de suplementos alimentares utilizadas na dieta de alevinos de Tilápia do Nilo (COMBS et. al., 1984). Os resultados obtidos mostraram-se concordantes com os resultados obtidos utilizando mineralização das amostras em forno de microondas (Tabela 1).
CONCLUSÕES: O método proposto para determinação da biodisponibilidade de Mn amostras de rações de peixes, utilizando-se amostragem na forma de suspensões, obteve resultados equivalentes ao método utilizando a mineralização das amostras em forno de microondas como etapa inicial. No entanto apresenta a vantagem de não gerar resíduos tóxicos que podem comprometer a saúde da analista e contaminar o meio ambiente. Além disso, como não exige a necessidade da mineralização das amostras, o tempo das determinações analíticas, é reduzido consideravelmente.
AGRADECIMENTOS:Os autores agradecem a FAPESP pelo suporte financeiro (Processo 03/13362-6) e bolsas de iniciação científica das alunas Paula M. Moraes e Vanessa R. Loureiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:ROSA, C.R.; MORAES, M.; NETO, J.A.G.; NÓBREGA, J.A; NOGUEIRA, A.R.A. Effect of modifiers on thermal behaviour of Se in acid digestates and slurries of vegetables by graphite furnace atomic absorption spectrometry. Food Chem, v.79, p.517-523,2002.
COMBS, G.F.; LIU, C.H.; LU, Z.H.; SU Q. Uncomplicated selenium deficiency produced in chicks fed a corn-soy-based diet. J. Nutr, v.114, p.964-976,1984.
SULLIVAN, J.A.; REIGH, R.C. Apparent digestibility of selected feedstuffs in diets for hybrid striped bass (Morone saxatilis x Morone chrysops). Aquaculture, v.138, p.313-322,1995.