ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: DETERMINÇAO DE CAFEINA EM ERVA MATE (ILEX PARAGUARIENSIS) DA REGIÃO DE DOURADOS – MS ATRAVÉS DE ESPECTROFOTOMETRIA

AUTORES: ROCHA, R.F. - UEMS
BENEDETTI FILHO, E. - UEMS
FIORUCCI, A. R. - UEMS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL - UEMS (RAFAELFREIREROCHA@HOTMAIL.COM)

RESUMO: A erva-mate é uma planta muito consumida na região de Dourados e que apresenta elevados teores de cafeína em sua constituição, porém a quantificação tradicional de cafeína ocorre com extração com H2SO4 concentrado direto da planta, não relacionando com o disponível, extraída com água gelada comumente ingerida pela população. Assim, foi proposto um método para se extrair a cafeína da erva-mate com água gelada, visando obter um valor determinado mais próximo da realidade de consumo. Usando o método proposto obteve-se 0,33% de cafeína extraída com água gelada, ao invés de 1,23% usando o método proposto para as 3 amostras realizadas, que são as mais consumidas na região, demonstrando assim, que a quantidade ingerida é inferior a quantidade determinada pelo método tradicional de quantificação.

PALAVRAS CHAVES: espectrofotometria, cafeína, alimentos.

INTRODUÇÃO: A cafeína é um alcalóide que pertence ao grupo de metil–xantinas, sendo o estimulante mais antigo conhecido e um dos mais potentes. Em sua forma pura é uma substancia cristalina de gosto amargo, seu ponto de fusão é de 238 ºC e apresenta alta estabilidade térmica (DART & OHIOKPEHAI, 1985). Com relação ao organismo humano não possui nenhum valor nutricional, possuindo apenas um efeito excitante, sendo considerada como bebida energética. A quantidade de cafeína presente nas folhas está relacionada com a idade, característica do solo e o clima. Pode ser encontrada em cerca de 60 espécies de plantas em todo o mundo, sendo distribuídas em várias regiões geográficas (SPILLER, 1998). O objetivo do trabalho foi determinar a porcentagem de cafeína na erva mate através de extração com água gelada, diferente do convencional que usa acido sulfúrico concentrado para fazer a abertura da amostra e a quantificação da mesma. Assim, foi proposto um método que quantifique realmente a porcentagem de cafeína que pode ser absorvida pelo organismo humano quando se consome a bebida.

MATERIAL E MÉTODOS: Os reagentes utilizados foram de grau analítico. Utilizaram-se os espectrofotômetros Femto modelos 800X e 700Plus, evaporador rotativo Quimis modelo Q344B. As vidrarias foram Pyrex classe A. Foi adquirido 3 marcas de erva-mate (tereré) mais consumidas na região de Dourados. Primeiramente, determinou-se a quantificação de cafeína conforme normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz (PREGNOLATTO, 1985). Posteriormente, procedeu a extração através de dois kitassatos acoplados a uma bomba a vácuo, onde uma quantidade de 50,00g de erva-mate foi adicionada em um béquer contendo a “bomba de tereré”, e este acoplado a um kitassato. A esta amostra foi adicionado-se lentamente 4.00L de água gelada, sendo sugada e armazenada no kitassato para posterior extração. Extraiu-se com clorofórmio a cafeína do extrato, seco em rotaevaporador e mediu sua absorbância, em solução aquosa, em 262nm, utilizando um espectrofotômetro Femto modelo 700Plus.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Inicialmente realizaram-se espectros de varredura de uma solução padrão de cafeína, para determinar o melhor comprimento de onda a ser empregado. Conforme método proposto (PREGNOLATTO, 1985) a absorbância era de 274nm, porém, as análises demonstraram que em 262nm ocorrem as maiores absorbâncias. Em seguida, montou-se um sistema de extração de cafeína utilizando água gelada como solvente, aproximando-se muito da realidade de consumo da bebida pela população. A curva analítica apresentou um desvio padrão de 0,001 (r= 0,99991, n=7). As amostras extraída com água gelada apresentaram 0,267; 0,310 e 0,422%, respectivamente, de teor de cafeína em massa para as 3 amostras analisadas, com um desvio padrão médio de 0,002%. As mesmas amostras foram analisadas através da extração com H2SO4 concentrado e apresentaram 0,981; 1,387 e 1,325%, respectivamente, de teor de cafeína em massa, com um desvio padrão de 0,004%. Observa-se que a extração com H2SO4 determina-se uma maior quantidade de cafeína, porém, a quantidade realmente disponível ao consumo humano é bem inferior, independente de qual amostra a ser analisada.




CONCLUSÕES: Visto que na literatura a % de cafeína na erva-mate varia de 0,97-2,2%, podemos concluir que o método de extração a base de ácido concentrado proposto pelo Instituto Adolfo Lutz coincide com a % existente na literatura. Porém, o método de extração com água gelada não apresenta resultado comparado à literatura, todavia indica quanto realmente uma pessoa consome de cafeína através da erva-mate, evidenciando que a quantidade em que os órgãos oficiais divulgam não corresponde com os realmente ingeridos pela população.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:DART, S. K. & OHIOKPEHAI, O. Coffee Chemistry. Editora Elsevier Applied Science Publischers, Londres, 1985.

SPILLER, G. A. Caffeine. CRC Press, New York, 1998.

PREGNOLATTO, W. & PREGNOLATO, N. P. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. 3ª edição. Editora Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, 1985.