ÁREA: IC-Iniciação Científica
TÍTULO: DETERMINAÇÃO DE ALUMÍNIO POR ESPECTROMETRIA DE ABSORÇÃO ATÔMICA EM FORNO DE GRAFITE EM AMOSTRAS NÃO MINERALIZADAS DE REFRIGERANTES
AUTORES: GOMES, M. S. S. O.;SOUSA, F. D. V.; COELHO, A. G.; MELO, M. P. R.;
MOITA NETO, J. M. E MOITA, G. C.
DEPARTAMENTO DE QUíMICA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUí (GRAZIELLA@UFPI.BR)
RESUMO: Determinou-se o teor de alumínio em amostras de refrigerantes não mineralizadas por espectrometria de absorção atômica em forno de grafite. A desgaseificação prévia dos refrigerantes e adição de peróxido de hidrogênio às soluções das amostras levou a resultados reprodutíveis. Foram analisadas 19 amostras, sendo que as acondicionadas em embalagens de alumínio apresentaram maior teor deste metal que as embaladas em vidro ou plástico.
PALAVRAS CHAVES: refrigerante, alumínio, absorção atômica em forno de grafite
INTRODUÇÃO: O alumínio está amplamente distribuído no meio ambiente, e assim encontra-se presente na atmosfera e em toda cadeia alimentar (CAMPEBELL et al., 2001) além de produtos industrializados como alimentos, refrigerantes e sucos, especialmente os acondicionados em latas de alumínio (NARIN et al., 2002). Atualmente o alumínio está sendo bastante empregado como matéria prima para indústrias de embalagens, incluindo alimentos, pois estas, principalmente quando associada a papel e plástico, têm boas propriedades físicas, porque esse metal forma barreira efetiva contra gases, umidade, aromas, gorduras, óleo, luz e não se degenera com facilidade (MANDIC et al., 1995). Espectrofotometria de absorção atômica em forno de grafite é a técnica mais usada para determinação de baixas concentrações de alumínio em vários tipos de amostras, como águas e bebidas (LÓPEZ et al., 2002). Exceto para análise de água, em todos esses trabalhos, as amostras foram previamente mineralizadas. Este trabalho tem como objetivo determinar o teor de alumínio em refrigerantes consumidos na cidade de Teresina-PI, sem prévia mineralização das amostras, por espectrometria de absorção atômica em forno de grafite.
MATERIAL E MÉTODOS: O alumínio foi determinado por espectrometria de absorção atômica em forno de grafite. As medidas foram realizadas a 309 nm , e temperaturas de pirólise e atomização iguais a 1450 e 2450 ºC, respectivamente, com nitrato de magnésio como modificador químico. A análise quantitativa foi realizada pelo método da adição de padrão. Imediatamente antes das determinações, as amostras de refrigerantes foram homogeneizadas, e desgaseificadas em recipientes semi-abertos, em banho de ultra-som por 30 minutos. Em um balão volumétrico de 50 mL foram colocados 1 mL da amostra desgaseificada, 500 μL de HNO3 concentrado e 50 μL de H2O2 a 30 %, e o volume foi completado com água purificada pelo sistema de Milli-Q. Em seguida as amostras foram analisadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A desgaseificação dos refrigerantes mostrou-se uma etapa fundamental para a obtenção de reprodutibilidade nos volumes das amostras e conseqüentemente nas medidas de absorbância. Para evitar a prévia mineralização das amostras, e para promover a queima completa da matriz na etapa de pirólise, sem perda de analito, foi adicionada peróxido de hidrogênio à solução da amostra antes de introduzi-la ao tubo de grafite. Os resultados obtidos desta forma foram mais reprodutíveis, minimizando efeito de memória no tubo de grafite. Foram analisadas 19 amostras acondicionadas em embalagens de alumínio, vidro ou plástico. Os refrigerantes embalados em latas de alumínio apresentaram maior teor do metal que os acondicionados em vidro e plástico. Por exemplo, para uma marca de refrigerante tipo guaraná os resultados foram os seguintes: 417,7, 297,8 e 244,5 μg L-1, respectivamente para embalagem de alumínio, vidro e plástico. Para as três amostras existe o alumínio naturalmente presente, porém para refrigerante embalado em recipiente de alumínio ocorre lixiviação do metal da lata para o líquido, favorecido pelo pH ácido (3,15) da amostra (BOHRER, D., 2004).
CONCLUSÕES: Para a análise de alumínio em amostras de refrigerantes é preciso prévia remoção do gás e adição de peróxido de hidrogênio para auxiliar na remoção da matriz. Refrigerantes acondicionados em latas de alumínio tem o teor deste metal aumentado devido a lixiviação do metal favorecida em pH ácido.
AGRADECIMENTOS:Ao PIBC/CNPq, ao PBIC/UFPI, à FAPEPI à CAPES.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:
BOHRER, D. Alumínio em diálise – Uma visão analítica. J. Bras. Nefrol., v. 19, n. 3, p. 264-270, 1997.
CAMPEBELL, A.; HAMAI, D.; BONDY, S.C. Differential toxicity of aluminum salts in human cell lines of neural origin: implications for neurodegeneration. Neurotoxicology, v. 22, p. 63 – 71, 2001.
LÓPEZ, F. F.; CABRERA, C.; LORENZO, M. L.; LÓPEZ, M. C. Aluminum content of drinking waters, fruit juice and soft drinks: contribution to dietary intake. Sci Total Environ, v. 292, p. 205-213, 2002.
MANDIC, M. L.; GRGIC, J.; GRGIC, Z.; SERUGA, M.; HASENAY, D. Aluminium levels in human milk. Sci. Total Environ., v. 170, p. 165-170, 1995.
NARIN, I.; TUZEN.; M.; SOYLAK, M. Aluminium determination in enviromental samples by graphite furnace atomic absorption spectrometry after solid phase extraction on Amberlite XAD –1180 / pyrocatechol violet chelating resin. Talanta, v. 63, p. 411- 418, 2004.