ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: ANÁLISE DOS PONTOS DE FULGOR E PONTOS DE COMBUSTÃO DE ÓLEOS, BIODIESEL E DIESEL PRODUZIDOS OU COMERCIALIZADOS NO RN

AUTORES: SANTOS, ANNE GABRIELLA DIAS1-UERN; NUNES, ALBINO OLIVEIRA1 -UERN; SOUZA,LUIZ DI2 -UERN E BARROS NETO, EDUARDO LINS -UERN.2
1-ALUNO(A) DE INICIAçãO CINETíFICA - ANNE_GABRIELLA_DIAS@YAHOO.COM.BR
2-PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE QUíMICA DA UERN


RESUMO: Este trabalho visa caracterizar óleos (comerciais e de mamona), diesel mineral e biodiesel produzidos no RN, a partir da determinação dos pontos de fulgor e pontos de combustão-, comparando-os, em seguida, com os valores constantes da norma da ANP. As medidas foram realizadas em um aparelho específico para medição de ponto de fulgor e ponto de combustão. O objetivo do trabalho é padronizar os óleos de mamona, diesel e biodisel produzidos no estado, comparando sua qualidade com a das normas ANP e com a qualidade de óleos fabricados, comercializados e aceitos como de qualidade, no Estado.

PALAVRAS CHAVES: biodisel, fulgor e combustão.

INTRODUÇÃO: Nos últimos anos, houve no Brasil um aumento no interesse sobre o biodiesel. A lei federal nº 11.097 determina a adição de 5% de biodiesel ao óleo diesel, até o ano de 2012. Contudo, essa adição só é possível se o biodiesel a ser adicionado estiver dentro dos padrões de qualidade exigidos. Dentre as propriedades a serem padronizadas encontram-se o Ponto de Fulgor e o Ponto de Combustão. O Ponto de Fulgor é a menor temperatura na qual o biodiesel, sendo aquecido na presença de uma pequena chama, gera uma quantidade de vapores que se inflama. Ele indica os procedimentos de segurança a serem tomados durante o transporte e armazenamento do biodiesel. O ponto de combustão é a temperatura na qual o combustível na presença de uma faísca inicia e mantém a combustão. Ele está diretamente ligado ao rendimento do motor, e deve estar em determinada faixa para que não haja pré-ignição nem dificuldades de queima. No presente trabalho foram medidas estas propriedades no biodiesel e comparadas com as do diesel, de óleos de mamona, de outros óleos comerciais e com os valores padrões estabelecidos na portaria 255/2003 da ANP e com os dados da literatura.( Souza e colaboradores, 2005 e 2006).

MATERIAL E MÉTODOS: O Ponto de Fulgor e o Ponto de Combustão foram determinados em equipamento adequado da marca Quimis, modelo Q-292-2, usando as quantidade recomendadas pelo aparelho. Para as medições foi colocado na cuba cerca de 0,07 L da substância a ser analisada, depois ligou-se o aquecimento e abriu-se o registro de gás para acender a chama; esta foi controlada para ter aproximadamente 0,003 m de comprimento. A amostra foi aquecida via resistência elétrica, sendo a temperatura controlada por um termômetro nela imerso.Fez-se a leitura do Ponto de Fulgor no termômetro, no momento em que houve o primeiro lampejo de chama saída do combustível. A seguir prosseguiu-se o aquecimento e fez-se a leitura do Ponto de Combustão no momento em que esse lampejo se espalhou para toda a amostra mantendo-a em chama contínua. Os experimentos foram feitos em triplicata para o biodiesel , diesel e óleos comerciais, e cinco vezes para os óleos de mamona, adotando-se a média aritmética como resultado. Foram analisados 2 óleos comerciais comestíveis (algodão e soja), 2 óleos de mamona provenientes de diferentes localidades do RN, um biodiesel e um diesel mineral.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os resultados mostram Pontos de Fulgor e de Combustão na seguinte ordem crescente: diesel, biodiesel, óleos de mamona, algodão e soja. Esse aumento possivelmente se deve à estrutura dos constituintes dos materiais e às atrações intermoleculares existentes nos mesmos. Como se sabe, a presença de pontes de hidrogênio torna mais fortes essas interações e aumenta os valores das propriedades medidas. As medidas dos óleos de mamona e biodiesel estão dentro dos valores especificados nas normas, o que nos informa que o transporte e armazenamento destes são seguros. Pode-se também perceber que o acréscimo de 2% de biodiesel ao diesel aumenta o Ponto de Fulgor em 7 graus Celsius contribuindo para o manejo mais seguro deste. O biodiesel apresenta um valor de Ponto de Combustão menor que o óleo de mamona, de onde infere-se que a transesterificação diminui a temperatura desse parâmetro, devido à diminuição do tamanho da cadeia. Podemos, ainda perceber que os óleos de algodão e soja possuem Ponto de Fulgor e Ponto de Combustão maiores que os dos óleos de mamona analisados, o que pode ser explicado em função dos fatores já citados e também a em função da existência de aditivos.




CONCLUSÕES: Os resultados permitem concluir que: - a reação de transesterificação diminui o ponto de fulgor dos óleos de mamona; - que não existe diferença significativa nos valores das propriedades examinadas dos dois óleos de mamona; - que a adição de biodiesel ao diesel aumenta a segurança do combustível; - o ponto de fulgor dos óleos comerciais são maiores que os do óleo de mamona, provavelmente devido à sua estrutura e à existência de aditivos nos mesmos, o que pode indicar que o biodiesel produzido com estes óleos terá valores maiores para os parâmetros discutidos.

AGRADECIMENTOS:FAPERN,FINEP E CNPq pelo financiamento do projeto ref. FINEP3769/04 e pelas bolsas de iniciação concedida aos bolsistas.
Ao DQ pelo uso dos laboratórios.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:GABINETE DA CASA CIVIL Lei Federal 11.097, 2005, disponível no site www.presidencia.gov.br/ccivil/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11097.htm
BRASIL MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA.ANP.Portaria da ANP N°. 255 de 2003 disponível no site www.anp.gov.br/doc/anuario2004/Q6.1.pdf
Souza, L.D. ; Barros Neto, E.L.; Barbosa, J.B.,Santos; A.G.D.,Oliveira,E.R.- AVALIAÇÃO DA FAIXA DE DESTILAÇÃO DE ÓLEO E BIODIESEL PRODUZIDOS NO ESTADO DO RN, Anais da ABQ, Belém, 2005
Souza, L.D; Barros Neto, E.L.; Santos, A.G.D e Nunes, A.O. - AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DE ÓLEO DE MAMONA E BIODISEL FABRICADO COM ESTE ÓLEO , Anais do ENCOPE, Mossoró, 2006
Souza, L.D; Barros Neto, E.L.; Santos, A.G.D e Nunes, A.O. - DETERMINAÇÃO DO PONTO DE FULGOR E COMBUSTÃO DE ÓLEO DE MAMONA E BIODISEL PRODUZIDOS A PARTIR DESTE ÓLEO, Anais do ENCOPE, Mossoró, 2006