ÁREA: IC-Iniciação Científica
TÍTULO: AVALIAçãO DA CONCENTRAçãO INIBITóRIA MíNIMA (MIC) DO MEROPENEM PARA CEPAS DE KLEBSIELLA PENEUMONIAE PRODUTORAS DE B-LACTAMASES DE ESPECTRO EXPANDIDO, K.P (ESBL ( +)), ISOLADAS NA CIDADE DE FORTALEZA-CEARá.
AUTORES: NASCIMENTO, K.M. – UECE, LIMA NETO, J.G. - UECE, SOARES, K.P. – UECE, AMORIM, L.N. - UECE, MALLMANN, E.J.J. – UECE, , SOUZA, G.C -UFC, CUNHA, F.A. - UFC MENEZES, E.A. – UFC
RESUMO: O meropenem é uma droga ativa contra betalactamases. Nesse estudo foram avaliadas concentrações inibitórias mínimas (MIC) do meropenem. As cepas de Klebsiella pneumoniae produtoras de betalactamases (K.P (ESBL (+)) foram isoladas de pacientes do Hospital Geral de Fortaleza. Foi realizado o MIC do meropenem em caldo Muller Hinton e em ágar MH com discos de antibióticos. A variação de concentração da droga foi de 0,06 a 64mg/mL. Os resultados foram: as cepas KP6, KP36, KP51, KP120, KP129 e KP131 apresentaram MIC de < 0,06mg/mL, cepas KP7, KP30, KP42, apresentaram MIC de 0,12 mg/mL, cepas KP11, KP17, KP18, KP39, KP126 apresentaram MIC de 0,25mg/mL. A cepas apresentaram halo com diâmetro que variou de 24 a 30 mm. Todas as cepas se mostraram sensíveis ao meropenem.
PALAVRAS CHAVES: klebsiella pneumoniae. betalactamases. meropenem.
INTRODUÇÃO: O tratamento de infecções causadas por cepas de Klebsiella pneumoniae tem se tornado difícil pela existência de cepas carregando plasmidios, que codificam enzimas conhecidas como betalactamases, conferindo resistência a drogas betalactâmicas. Esta situação tem aumentado e causado sérios problemas a nível mundial com taxas de incidência variando de 5% nos Estados Unidos4 e 16% na Europa12, incidências maiores tem sido observadas em surtos epidêmicos hospitalares2. Adicionalmente tem se observado que cepas produtoras de betalactamases também apresentam resistência a outras classes de drogas antimicrobianas como as fluoroquinolonas1. K. pneumoniae é conhecida por muitos médicos como causa de pneumonia comunitária, ocorrendo principalmente em pacientes imunocomprometidos9. O meropenem é uma droga da classe das carbapenemas apresentando amplo espectro bacteriano. O meropenem apresenta uma considerável estabilidade frente à ESBLs, sendo portanto, uma das escolhas nas infecções causadas por cepas produtoras de ESBLs11.O objetivo desse estudo foi avaliar a atividade in vitro do meropenem frente as cepas de K. pneumoniae produtoras de betalactamases.
MATERIAL E MÉTODOS: Foram avaliadas cepas de K. pneumoniae oriundas de amostras colhidas de pacientes internados no Hospital Geral de Fortaleza no ano de 2005 e mantidas em uma coleção no Laboratório de Microbiologia do Departamento de Análises Clínicas. As cepas foram identificadas por provas bioquímicas tradicionais8. As cepas identificadas como K. pneumoniae foram inoculadas em meio MacConkey modificado contendo ceftazidima 2 mg/L13. As cepas que apresentaram crescimento nesse meio eram sugestivas de produtoras de ESBLs. O teste confirmatório foi realizado com o duplo disco de ceftazidima e amoxacilina+ácido clavulânico em meio Mueller-Hinton ágar5. As cepas positivas para ESBLs foram submetidas a determinação do MIC com o meropenem. Foi realizado o teste de difusão com discos de meropenem de 10 µg em ágar Mueller-Hinton. O MIC foi determinado utilizando a microdiluição em caldo no meio Muller-Hinton suplementado com cátions5 6 A faixa testada de meropenem variou de 0,06 a 64 µg/mL. O meropenem foi gentilmente doado pela Astra-Zeneca. Como controle foi utilizado a cepa de Escherichia coli ATCC 25922 não produtora de ESBLs.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Das 14 cepas avaliadas foram observados os seguintes resultados: as cepas KP6, KP36, KP51, KP120, KP129, KP131 e cepa controle apresentaram MIC < 0,06 ug/mL. Cepas KP7, KP30 e KP42 apresentaram MIC de 0,12 ug/mL Cepas KP11, KP17, KP18, KP39 e KP126 apresentaram MIC de 0,25 ug/mL Quanto ao diâmetro dos halos: cepas KP51, 24 mm. KP17, KP30 e KP36, 26 mm. KP11 e KP129 halo de 27 mm. KP18 halo 28 mm. As cepas KP6, KP7, KP39, KP42, KP120, KP126, KP131 e cepa controle apresentaram halo de 30 mm. Todas as cepas mostraram-se sensíveis ao meropenem. Em um estudo realizado com 25 hospitais europeus no qual foram avaliadas 215 cepas de K .pneumoniae ficou evidenciado uma sensibilidade de 99,5% dessas cepas para o meropenem7.Em um estudo realizado na Turquia com 54 cepas de K. pneumoniae produtoras de ESBls ficou evidenciado uma sensibilidade de 100% dessas cepas para o meropenem3. Em um estudo reunindo 15 hospitais americanos, foram analisadas 281 cepas de K. pneumoniae produtoras de ESBLs, entre essas cepas foi encontrado 99,6% de sensibilidade ao meropenem10,2. As ESBLs produzidas por K. pneumoniae são as principais causas de aumento da resistência às cefalosporinas1,4,11,12.
CONCLUSÕES: De acordo com os resultados mostrados em nosso estudo é possível concluir que o meropenem apresenta boa atividade in vitro contra cepas de K. pneumoniae produtoras de ESBLs.
AGRADECIMENTOS:
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