ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: PARÂMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DE QUALIDADE DE ÁGUAS SANITÁRIAS COMERCIALIZADAS NO MUNICÍPIO DE CUIABÁ, MATO GROSSO.

AUTORES: MIRANDA, M. V. B. - CEFETMT; CORINGA, E. A. O. - CEFETMT; SILVA, L. B. - CEFETMT; CORINGA, J. E. S. - CEFETMT.

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo determinar os parâmetros físico-químicos de qualidade de águas sanitárias comercializadas no município de Cuiabá, comparando-os com padrões previstos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Foram selecionadas seis marcas comerciais de água sanitária comercializada no município de Cuiabá, totalizando 08 (oito) amostras de cada marca. Os parâmetros físico-químicos determinados foram o pH pelo método potenciométrico e o teor de cloro ativo pelo método iodométrico. Das 6 marcas analisadas, somente as amostras das marcas A e E obtiveram mais de 50% de conformidade para o teor de cloro ativo. Todas as amostras apresentaram valores de pH inferiores a 13,5, estando portanto, em conformidade com a legislação sanitária para este parâmetro.

PALAVRAS CHAVES: água sanitária, cloro ativo, ph

INTRODUÇÃO: As águas sanitárias são produtos comerciais de grande aceitação no mercado consumidor por sua eficácia, praticidade, baixo preço e facilidade de uso. Possui ação bactericida, alvejante e desodorizante, devido ao seu princípio ativo clorado, o hipoclorito de sódio (Macêdo, 2004). De acordo com a Portaria nº 89/1994 (ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária), água sanitária é uma “solução aquosa à base de hipoclorito de sódio ou cálcio com o teor de cloro ativo entre 2,0% p/p a 2,5% p/p, durante o prazo de validade (máximo de seis meses)”. A ação sanificante da água sanitária é controlada pelo ácido hipocloroso (HClO) que em solução aquosa se dissocia em íon hidrogênio e íon hipoclorito, denominados de cloro residual livre (DYCHDALA, 1991). A análise química da água sanitária é necessária por ser um produto muito consumido, e seu uso de forma diversa à indicada no rótulo ou com características alteradas pode oferecer risco à saúde e à segurança do consumidor. Este estudo tem por objetivo determinar parâmetros físico-químicos de águas sanitárias comercializadas no município de Cuiabá e compará-los com padrões previstos na legislação sanitária vigente.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram selecionadas 6 marcas comerciais de água sanitária (3 marcas regionais e 3 nacionais), adquiridas em supermercados da capital, totalizando 8 amostras de cada marca. A seleção foi feita com base em critérios que envolvem a participação no mercado e a regionalização quanto à venda e fabricação dos produtos, e a unidade amostral foi composta por marcas consideradas tradicionais e líderes de mercado, assim como outras de menor participação, fabricadas por empresas de médio e pequeno porte. Os parâmetros físico-químicos determinados foram o pH pelo método potenciométrico e o teor de cloro ativo pelo método iodométrico. As análises seguiram a metodologia oficial (ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR 9425, 2004), e os resultados foram comparados com padrões estabelecidos pela legislação (Portaria n° 89/1994, ANVISA). As determinações foram feitas em triplicata. Após a determinação dos parâmetros físico-químicos da água sanitária, foram determinados a média e o desvio padrão dos resultados. Os resultados médios das amostras foram comparados pelo teste de Tukey ao nível de significância de 5%.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Segundo a ANVISA, para fins de fiscalização, é utilizado o intervalo entre 1,75% e 2,75 % (RDC nº 184/2001). Dos resultados obtidos (Tabela 1), foi calculado o índice de conformidade em relação ao teor de cloro ativo das amostras, e somente as marcas A e E apresentaram mais de 50% de conformidade (Figura 1), sendo observado baixo teor de cloro ativo (< 1,75%) em 87,5% das amostras da marca F e 75% da marca D, ambas regionais, consideradas inadequadas para o consumo como alvejante e bactericida. Todas as amostras apresentaram valores altos de pH devido à natureza básica do hipoclorito de sódio e à adição de alcalinizantes ao produto, para prolongar o tempo de validade. A ANVISA especifica o valor máximo do pH da água sanitária pura igual a 13,5 e, neste estudo, todas as marcas apresentaram pH < 13,5, em conformidade com a legislação(Tabela 2). As médias dos valores de pH das marcas A, D, E e F diferem significativamente das marcas B e C (Tabela 3) e, com relação ao teor de cloro, as médias das marcas A, B, C e E diferem estatisticamente das marcas D e F. As amostras das marcas D e F apresentaram valores médios de cloro ativo significativamente menores (p < 0,05).




CONCLUSÕES: Os dados obtidos destinam-se a avaliar a tendência da qualidade do produto exposto à venda. Os resultados encontrados demonstraram que todas as marcas analisadas apresentaram algum tipo de irregularidade com relação ao teor de cloro ativo, o que demonstra a tendência do produto em não atender aos requisitos das normas técnicas. As amostras das marcas D e F apresentaram valores médios de cloro ativo significativamente menores que o valor padrão (p < 0,05). Com relação ao pH, todas as amostras apresentaram-se em conformidade com a legislação sanitária.

AGRADECIMENTOS:FAPEMAT - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (fonte financiadora Bolsa PIBIC-Jr)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2004. NBR 9425 - Solução de Hipoclorito de Sódio Comercial - Determinação do Teor de Cloro Ativo pelo Método Volumétrico.

BRASIL, Resolução RDC nº 184 do Ministério da Saúde. 2001. Diário Oficial da União, Brasília, 22 de outubro de 2001.

BRASIL. Portaria no 89 do Ministério da Saúde. 1994. Diário Oficial da União, Brasília, 25 de agosto de 1994.

DYCHDALA, G. R. 1991. Chlorine and chlorine compounds. In: BLOCH, S. S. (Ed.) Disinfection, sterilization and preservation. Philadelfia: Lea & Febiger:131-151.

MACÊDO, J. A. B. 2004. Águas & Águas. Belo Horizonte: CRQ-MG, 977p.