ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO CUBATÃO - SP

AUTORES: PADILHA, P.M.1, ROXO, G.C.2, NEVES, R.C.F1., SILVA, F.A.1, OLIVEIRA, J.D.3, FLORENTINO, A.O.1 E VALENTE, J.P.S.1

1.UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA – UNESP – IB-DEPARTAMENTO DE QUíMICA E BIOQUíMICA
BOTUCATU – SP, 18600-000, CP 510 - E-MAIL:JPEDRO@IBB.UNESP.BR
2.UNIVERSIDADE SANTA CECíLIA, SANTOS-SP.
3.IQ/UNESP – ARARAQUARA-SP


RESUMO: É avaliada a qualidade da água do rio Cubatão, que atravessa a cidade, visto que este é um importante compartimento receptor de poluentes de um dos mais importantes pólos industriais do Brasil. Foram coletadas amostras em seis pontos para realizações de determinações físico-químicos e coliformes totais e fecais. Além disso, foi determinada a concentração do íon Cd2+ na água, sedimento, água intersticial e organismo vivo. Os resultados iniciais indicam, considerando os parâmetros determinados, que houve de um modo geral uma recuperação do rio, que está de acordo com uma análise de percepção. O rio atualmente tem capacidade de assimilar a atual carga de resíduos lançados pela cidade e os problemas são mais pontuais e intermitentes.

PALAVRAS CHAVES: rio cubatão, qualidade da água, parâmetros físico-químicos

INTRODUÇÃO: O município de Cubatão, SP, é um importante pólo industrial do Brasil e já foi considerado um dos mais poluídos do mundo. Os seus problemas têm visibilidade nacional e internacional, sendo frequentemente citados como mau exemplo. A partir de 1984 se deu início um intensivo programa de controle da poluição neste pólo (CETESB, 2001). A recuperação foi lenta, e na década de 90 a região ainda permanecia muito impactada (CETESB,1990; EYSINK et al, 1991). Com o surgimento de leis ambientais mais rígidas, e fiscalização mais visível, a continuidade da implantação e aperfeiçoamento dos sistemas de controle da poluição, o processo de recuperação foi, a princípio, acelerado. Desta forma, este trabalho tem o objetivo de avaliar a qualidade da água do rio Cubatão sendo este um importante compartimento receptor de poluentes. Foram determinados parâmetros físico-químicos, coliformes e o íon Cd2+ na água, sedimento, água intersticial e organismo vivo. Os resultados iniciais indicam, considerando os parâmetros avaliados, que houve de um modo geral uma recuperação do rio, que estão de acordo com uma análise de percepção.

MATERIAL E MÉTODOS: Foram coletadas amostras em seis pontos: duas nascentes (padrão); uma na foz do canal de fuga (para avaliar a contribuição da represa Billings) e três em pontos ao longo do rio (entrada, meio e saída da cidade). As amostras coletadas e preservadas (AGUDO, 1987) foram encaminhadas para análise no Laboratório de Química Ambiental da Unesp - Dep. Química – Botucatu-SP). Os parâmetros físico-químicos mais comuns foram determinados de acordo com os métodos do Standard Methods (APHA-1996). As amostras de sedimento para determinação de íons Cd2+ foram secas em estufa a 60oC, trituradas e fracionadas em peneiras de 0,35 mm. Uma parte do material fracionado foi submetido à digestão ácida para determinação da concentração total e outra parte tratada com HCl 0,10 mol L-1 para extração de metais biodisponível (ESTEVES, 1998) e determinado por GFAAS. Os coliformes total e fecal foram determinadas no Departamento de Microbiologia, IB-Unesp, Botucatu-SP.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: A concentração do íon Cl- aumentou de 3,5 mg L-1 na nascente, 17,5 mg L-1 na entrada da cidade, para 206 mg L-1 na saída da cidade, indicando introdução antropogênica de resíduos neste compartimento, visto que o Cl- é uma espécie conservativa, não participa significativamente de ciclos bio-geo-químicos. Ocorreu também um aumento geral das espécies iônicas, a condutividade elétrica subiu de 33 μS/cm (nascente), 38 μS/cm (entrada da cidade), para 699 μS/cm na saída da cidade. Outras espécies químicas estabilizadas, como NO3-, SO42-, dureza (Ca,Mg,etc) aumentaram significativamente. O indicador mais importante para avaliação das condições de um rio, concentração de OD, indicou níveis de saturação em todos os pontos coletados, oxigenação justificada pela baixa concentração de TOC, DBO e existência de peixes. O índice de coliformes total aumentou no sentido nascente –foz, 9 NMP (nascente) para mais de 2400 NMP/mL. Em relação ao íon Cd2+ (Tabela 1), no ponto 4, as concentrações na fração total e biodisponível, estão próxima ao maior limite considerado adverso para os organismos aquáticos (PEL)(STIGLIANI, 1993), recomenda-se um monitoramento mais contínuo.




CONCLUSÕES: A qualidade da água em relação as nascentes foi alterada, na maioria dos parâmetros físico-químicos avaliados houve um aumento gradativo da concentração, no sentido nascente–foz, apesar disso os resultados estão dentro da faixa de boa qualidade. Considerando os parâmetros analisados concluímos que a qualidade da água do rio é boa e justificam a análise por percepção em que se verifica a existência de peixes, que podem ser vistos a olho nu, além de pescadores em sua margem, dentro do perímetro urbano. O rio atualmente tem capacidade de assimilar a atual carga de resíduos lançados pela cidade.

AGRADECIMENTOS:Fapesp e Fundibio

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:AGUDO, E.G. Guia de Coletas e Preservação de Amostras de Águas. São Paulo: Cetesb, 1987.
APHA – American Public Health Association. Standard Methods for the Examination of water and wastewater, Washington, AWWA-WPCF, 19ª ed.,1995.
CETESB - COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Contaminantes na bacia do rio Cubatão e seus reflexos na biota aquática. Relatório Técnico, 1990. 81p.
CETESB - COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. Sistema Estuarino de Santos e São Vicente. Relatório Técnico, 2001. 137p.
ESTEVES, F.A. Fundamentos de Limnologia. 2.ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1998, 192p.
EYSINK, G.G.J; LAMPARELLI, M.C.; VARGAS-BOLDRINNI,C.; MARTINS, M.C. Contaminants in the Cubatão Riverbastin and its Estuary, relating to the Aquatic Biota. Heavy metals, arsenic and cyanide. 11th Biennial International Estuarine Reasearch Conferece, San Francisco-USA, 1991.
STIGLIANI, W. M., JAFFE, P. R.; ANDERBERG, S. Environ. Sci. Tecnol., 27 (1993), 786