ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: CARACETRIZAÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS DAS SEMENTES DE ACEROLA, MELANCIA E TANGERINA.

AUTORES: CORRÊA, C.G.-UECE; LEITE, J.J.G -UECE; CASTRO, R.A.O -UECE; MORAIS, S.M-UECE



RESUMO: A finalidade deste estudo foi caracterizar os óleos extraídos das sementes de acerola, melancia e tangerina. Os óleos foram extraídos em um extrator Soxhlet, utilizando como solvente hexano, e a caracterização dos mesmos foi realizada por cromatografia gasosa acoplada espectrometria de massa. Os ácidos graxos caracterizados foram: ácido palmítico, linoléico, oléico esteárico e eicosanóico. As análises realizadas indicaram que esses óleos possuem uma composição de ácidos graxos semelhantes a alguns óleos comestíveis, podendo ser uma nova fonte de óleo para o consumo humano.



PALAVRAS CHAVES: Ácidos graxos, sementes de frutas

INTRODUÇÃO: O Ceará possui excelentes condições naturais de produção de frutas, com isso permite maior velocidade no desenvolvimento dos cultivos, melhor qualidade dos produtos, maior produtividade e menor ataque de pragas e doenças. As sementes são consideradas como boa fonte de óleo que pode ser utilizado nas indústrias alimentícia e farmacêutica. Os ácidos graxos essenciais (AGE) têm papel importante no transporte e metabolismo de gorduras e na manutenção da função e integridade das membranas celulares. São também precursores de um grupo de componentes semelhantes a hormônios, prostaglandinas, tromboxanes e prostaciclinas, que participam na regulação da pressão sanguínea, nos batimentos cardíacos, da dilatação vascular, da lipólise e do sistema nervoso central. Há indícios que os AGE diminui os teores de colesterol sérico, no entanto seu mecanismo não é inteiramente claro. A partir destas evidências este trabalho tem como objetivo determinar o teor de óleo fixo e caracterizar os ácidos graxos presentes nas sementes de acerola, melancia e tangerina para descobrir o potencial de utilização deste material descartado pelas indústrias de polpas e sucos.



MATERIAL E MÉTODOS: As sementes foram moídas e submetidas em soxlet, utilizando como solvente hexano. Após 6 horas de extração o óleo foi concentrado em evaporador rotativo, e seu rendimento calculado. Para determinação do perfil de ácidos graxos, 500mg de cada óleo fixo foi submetido à reação de transesterificação, utilizando 5 mL de KOH em metanol 0,1M em aquecimento por 1 hora. Após resfriamento foram adicionados 5 mL de hexano e 15 mL de HCl 5%. A fração hexânica foi seca em sulfato de sódio anidro e guardada em refrigerador até a análise elaborada por cromatografia gasosa acoplada a espectrômetro de massa (CG/EM).
Utilizou-se um cromatógrafo de gás SHIMADZU GCMS QP5050. Nas as seguintes condições: coluna capilar medindo 30m e 0,25mm de diâmetro e contendo DB-1-dimetylpolysiloxane como fase estacionária, gás de corrida: He (1mL/mim); temperatura do injetor: 250ºC. A identificação dos constituintes foi conduzida pela comparação dos espectros de massa dos compostos com dados contidos nos arquivos do computador do espectrômetro, por comparação visual dos espectros de massa com os de catálogos e observação dos índices de retenção.


RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os teores de óleo fixo das sementes foram: acerola (18,15%), melancia (16,31%) e tangerina (50,64%). O rendimento dos óleos foram satisfatórios, destacando-se o da tangerina, que apresentou matéria seca constituída por 50,64% de óleo, apresentando valor acima do citado por Kobori e Jorge.(2005), que encontrou teores de óleo para sementes de citros variando de 28-35%.
Os constituintes dos óleos fixos das sementes identificados através de CG/EM estão listados na tabela 1. Os valores foram expressos em percentagem por ácidos graxos totais.
Os óleos das sementes de melancia, tangerina e acerola mostram em sua composição altos teores dos ácidos linoléico e oléico. Estes dois ácidos, também são denominados essenciais (AGE) oferecendo vantagens nutricionais, e se misturados com outros óleos comestíveis, de alta saturação, podem resultar em óleo com valores nutricionais modificados.
O ácido palmítico que constitui 40% do óleo da tangerina é um dos ácidos graxos mais utilizados na fabricação de cremes de barbear, pois proporciona com ótima detergência e poder espumante.





CONCLUSÕES:
As análises realizadas nos óleos brutos de acerola, melancia e goiaba indicam semelhanças na constituição de ácidos graxos, podendo ser uma nova fonte de óleos para a indústria alimentícia e cosmética conforma já relata a literatura. As sementes de acerola e tangerina são descartadas em indústrias de processamentos de alimentos, assim com a extração de óleos destas, poderia aumentar a renda sobre a matéria prima e, ao mesmo tempo, ajudar a minimizar o problema que a deposição destes resíduos podem causar, tendo em vista os elevados volumes gerados de resíduos nas indústrias.


AGRADECIMENTOS:CNPq, Funcap e UECE

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:KARBORI,N; JORGE,N.Caracterização dos óleos de algumas sementes de frutas como aproveitamento de resíduos industriais. Ciencias Agrotécnica, Lavras, v.29,n.5,p.1008-1014,2005.