ÁREA: IC-Iniciação Científica
TÍTULO: LIMITES E POSSIBILIDADES DE UTILIZAÇÃO DA CARQUEJA (BACCHARIS TRIMERA) NO ENSINO DE QUÍMICA
AUTORES: CORREA, T.H.B.
RESUMO: O projeto propõe investigar alguns métodos de extração e identificação de substâncias presentes na carqueja, estudando a possibilidade de uso do procedimento para o ensino de Química. Os resultados apontam a necessidade de aperfeiçoamento desses métodos, evidenciando, também, a adequação e a viabilidade para o ensino de Ciências/Química.
PALAVRAS CHAVES: carqueja;cromatografia; ensino de química
INTRODUÇÃO: A carqueja amarga (Baccharis trimera) é muito indicada na área da medicina pelas suas propriedades, dos quais podemos citar a hepato-estimulante, lipocatabólica, hipoglicemiante, além de favorecer os processos de emagrecimento. É uma planta da flora brasileira, composta, dióica, sub-arbustiva (até 80 cm), erecta, ramosa com ramos tri-alados e de flores amarelas. De acordo com o índice de amargor conclui-se ser mais amarga, a planta feminina (1:6500) e menos amarga a planta masculina (1:5000).
Na área tecnológica, observa-se pelas suas propriedades amargas a utilização do fármaco na terapêutica, na forma de tintura e extrato fluido. Os óleos essenciais e as substâncias resinosas justificam a planta utilizada como aromatizante. Na química apresentada pela planta encontra-se a isomeria geométrica dos derivados etilênicos.
O objetivo deste trabalho é investigar alguns métodos de extração e identificação de substâncias presentes na carqueja, buscando desenvolver método de extração e armazenamento dessas substâncias. Além disso, a pesquisa propõe estudar a possibilidade de uso do procedimento para o ensino de Química.
MATERIAL E MÉTODOS: O desenvolvimento do trabalho envolveu intensa revisão bibliográfica supervisionada pelo orientador e pelo Núcleo de Educação em Ciências da UNIMEP. Os procedimentos experimentais foram construídos a partir de adequações de procedimentos citados pela literatura.
Para os procedimentos de extração de substâncias utiliza-se a planta toda. A obtenção de óleo essencial foi realizada por hidrodestilação utilizando o aparelho de Clevenger modificado e, também, por destilação por arraste a vapor. A extração dos pigmentos do cloroplasto foi realizada por extração alcoólica e por aprimoramento da técnica, utilizando-se uma mistura benzo-alcoólica. Finalmente, realizou-se as extração e identificação dos pigmentos do cloroplasto por cromatografia.
Na separação de pigmentos fotossintéticos utiliza-se a técnica de cromatografia em papel que vai separar os pigmentos atendendo às diferentes velocidades (relacionadas com as suas características físico-químicas e respectiva afinidade com o eluente) dos mesmos num meio poroso (fase estacionária) ao serem arrastados por um eluente (fase móvel) apresentando-se no final no papel um gradiente horizontal de cores, denominado de cromatograma.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na extração do óleo essencial utilizando-se o aparelho de Clevenger modificado, obtém-se quantidade mínima de uma substância volátil e imiscível em água, não apresentando a predominância de um único composto, o que impossibilitou a identificação e seu princípio ativo, o carquejol, por meio dos procedimentos adotados.
O processo de destilação por arraste a vapor possibilita-nos ratificar tais percepções, evidenciando, o que já era esperado, a concentração de óleo essencial extremamente baixa. na planta carqueja.
A extração alcoólica possibilitou a obtenção de um extrato bruto com pigmentação e odor característico da carqueja. Podendo ser aproveitada com grande utilidade em diversas áreas da ciência.
A extração de clorofila pelo processo de maceração com benzina possibilita uma adequada separação da clorofila (verde), da xantofila (amarelo), possibilitando, por cromatografia, a identificação da clorofila A e B e da xantofila.
CONCLUSÕES: A carqueja possui óleos essenciais em baixa porcentagem, apenas 0,1%. Os resultados apontam a necessidade de aperfeiçoamento dos métodos e procedimentos utilizados. Também, evidenciam a possibilidade e importância do diálogo com outras áreas do saber, desfraldando um contexto mais complexo no qual teorias, experimentos e interpretações não são de forma alguma, produto de um pensamento isolado.
A análise dos dados denota que a maioria das atividades condizem com a realidade cotidiana em sala de aula - materiais disponíveis nas escolas públicas -, ilustrando os aspectos teóricos envolvidos.
AGRADECIMENTOS:Agradecemos ao apoio da Profa. Roberta Angelini Sfalcin e ao Prof. James Rogado do Núcleo de Educação em Ciências da UNIMEP.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:COSTA, A.F. Farmacognosia. 2. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1987. v. 3.
DEGANI, A.L.; CASS, Q.B.; VIEIRA, P.C. Cromatografia, um breve ensaio. Química Nova na Escola, 7, p. 21-25, 1998.
ROGADO, J. ; SFALCIN, Roberta Angelini ; BRIENZA, Sandra Maria Boscolo . Extratos Vegetais Brutos da Flora Brasileira e sua Utilizacão no Ensino de Química. Tea Tecne Episteme y Didaxis, Bogotá, Colômbia, v. extra, p. 170-172, 2005.