ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: DETERMINAÇÃO DE CAFEÍNA, SACARINA E BENZOATO EM REFRIGERANTES COLA POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA.

AUTORES: MAGALHãES, K. C. A.1; VERDE, J. L. N. V.1; Sá, A.2; OLIVEIRA, S. B.1
1CENTRO FEDERAL DE EDUCAçãO TECNOLóGICA DE GOIáS (KERYLAINE@HOTMAIL.COM); 2UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIáS


RESUMO: Devido ao grande consumo, houve a necessidade de um maior controle da qualidade dos refrigerantes pelo Ministério da Agricultura, a fim de garantir a segurança dos consumidores. Logo, as análises laboratoriais com metodologias adequadas fazem-se necessárias. Neste estudo utilizou-se como amostras os refrigerantes cola fabricados na região Centro Oeste do Brasil. Analisou-se de acordo com o Manual de Métodos de Análises de Bebidas e Vinagres do Ministério da Agricultura a presença e a concentração de cafeína, sacarina e benzoato de sódio, pois seus teores são controlados. Os resultados obtidos pela Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE), mostraram que apesar da variedade de concentrações dos compostos estudados constatou-se que todos os analitos encontram-se dentro das normas.

PALAVRAS CHAVES: cafeína, sacarina e clae.

INTRODUÇÃO: Townseed Speakman, em 1870, preparou o primeiro refrigerante com a adição de flavorizantes e sucos de frutas em água carbonatada. No Brasil, a primeira grande fábrica foi montada pela Companhia Antártica Paulista, em 1921 (AZEVEDO, 2006). Devido ao grande consumo destas bebidas e a grande variedade de fabricantes, tornou-se necessário um controle mais eficiente pelos órgãos de fiscalização do Governo Federal, pois são adicionadas às formulações substâncias como: cafeína, sacarina e benzoato de sódio. Para uma maior segura e avaliação dessas substâncias que possuem limites de concentração controlados foi desenvolvida uma nova metodologia aplicada ao Ministério da Agricultura, de acordo com a Normativa n° 24, de 08 de setembro de 2005, substituindo a Portaria nº 76, de 20 de novembro de 1986 onde anteriormente as análises eram realizadas por espectrofotometria, cujos testes foram realizados por este grupo em julho de 2005. Diante dessa problemática, o objetivo deste trabalho foi testar a nova metodologia aplicada ao Ministério da Agricultura de determinação destas substâncias, investigar e traçar um perfil quanto à concentração e presença das mesmas para cumprimento da Legislação.

MATERIAL E MÉTODOS: Utilizaram-se amostras dos seguintes refrigerantes cola: Coca Cola, Coca Cola Light, Pepsi Cola, Pepsi Cola Light, RC Cola, RC Cola Light, American Cola e Schin Cola. Todas as amostras passaram por um processo de degaseificação. As soluções padrões foram preparadas com três concentrações diferentes, utilizando reagentes de alta pureza adquiridos no Ministério da Agricultura diluídos em água ultrapura, a fim de se traçar uma curva de calibração. Para a análise das amostras utilizou-se um CLAE PerkinElmer Serie 200 equipado com uma bomba isocrática, um detector UV e amostrador automático. Foi usada como fase móvel uma solução de 50% de água ultrapura, 50% de metanol e 0,1% de ácido acético. Empregou-se uma coluna de separação TECHSPHERE ODS 5-C18, tamanho 250 mm, diâmetro interno de 4,6 mm e fluxo de fase móvel de 1,5 mL/min, cujo período de retenção foi de 10 minutos. Os padrões foram colocados em vials de 2mL, e fracionados para o equivalente a 10µL em cada injeção. Em cada vial foram realizadas análises em triplicata para validar a confiabilidade dos resultados. A análise quantitativa dos componentes da amostra foi feita pelo mesmo procedimento usando o detector UV/VIS a 254 nm.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Comparando os cromatogramas obtidos a partir da solução padrão da mistura de cafeína, sacarina e benzoato (Fig. 01) e das amostras de refrigerantes, por exemplo, Coca Cola (Fig. 02) e Coca Cola ligth (Fig. 03); pode-se verificar que a separação cromatográfica foi eficiente e que os picos obtidos na solução padrão possuem tempos de retenção similares aos dos picos obtidos nas amostras de refrigerantes, sendo possível identificarem e quantificar as substâncias em estudo. De acordo com os resultados alcançados (Fig. 04, 05 e 06) das análises dos refrigerantes, pode-se visualizar que a Coca-Cola light e Pepsi Cola light são os refrigerantes com maior concentração de cafeína. E que em apenas nas amostras de refrigerantes light foram encontrada a sacarina. Também se pode evidenciar que o RC Cola light, diferentemente dos demais refrigerantes light, não apresentou benzoato em sua formulação. Após constatar diferentes formulações e concentrações dos compostos nos refrigerantes estudados, pode-se notar que devido a estas características, dentre outros fatores, cada refrigerante possui um sabor diverso, que pode ser evidenciado pela presença ou não e concentração de algum destes compostos.




CONCLUSÕES: Constatou-se que o método desenvolvido via CLAE é bastante apropriado para determinação da cafeína, benzoato e sacarina utilizados na fabricação de refrigerantes cola. Apesar da necessidade de operadores especializados e ser uma técnica onerosa, a CLAE foi adotada pelo Ministério da Agricultura pela normativa n° 24 de 08 de setembro de 2005, substituindo a metodologia anterior, onde às análises eram realizadas por espectrofotometria de absorção molecular. Embora os analitos possuírem formulações diferentes, os mesmos se encontram dentro dos limites estabelecidos pelo Ministério da Agricultura.

AGRADECIMENTOS:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:AZEVEDO, A. A História dos refrigerantes. Disponível em http://orbita.starmedia.com/~andre.azevedo/page7.html. Acesso em: 15 de Março de 2006 às 16:37 h.
BRASIL, Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Portaria nº 544, de 16 de novembro de 1998, Brasília.