ÁREA: IC-Iniciação Científica

TÍTULO: AVALIAçãO DO POTENCIAL BIOATIVO DA ESPéCIE MOURIRIA CEARENSIS.

AUTORES: MAGALHãES, D.V.-UECE, MORAIS, S.M.-UECE, CAVALCANTI, E.S.B.-UECE, BRASIL, N.V.G.P.S.-UFC, BERTINI, L.M.-UECE, LIMA, K.B.S.-UECE

RESUMO: O estudo biomonitorado, tem por objetivo contribuir com o conhecimento químico e biológico da espécie. O extrato hidroalcoólica das folhas de Mouriria cearencis preparado foi avaliado em ensaios de atividades: antioxidante, teor de fenólicos totais, antimicrobiana, larvicida contra larvas do Aedes aegypti e toxicidade sobre Artemia salina. Na atividade antioxidante e teor de fenólicos totais o extrato foi fracionado com solventes orgânicos e os melhores resultados estiveram presentes nas frações etanólicas e metanólicas. Na atividade de toxicidade a provável CL50 encontra-se entre 10 e 100ppm. Em relação à atividade antimicrobiana o extrato apresentou apenas resultados contra as bactérias P. aeruginosa e S. aureus. Frente às larvas do A. aegypti não se obteve nenhum resultado favorável.

PALAVRAS CHAVES: mouriria, bioativos, antioxidante

INTRODUÇÃO: No organismo existem danos causados por processos oxidativos que envolvem patologias graves como: câncer, enfisema, cirrose, aterosclerose, artrite, além de processos de envelhecimento. Uma forma de prevenir essas doenças causadas por radicais livres seria a utilização de substâncias antioxidantes ou alimentos que as contem. O teste de toxicidade, por ser um ensaio biológico rápido, de baixo custo e simples tem sido amplamente utilizado e demonstrando uma boa correlação com a atividade antitumoral, sendo então indicado na avaliação preliminar de extratos vegetais. Mouriria cearensis é uma planta conhecida popularmente por Manipuçá pertence à família das Melastomatáceas. Visto que não existem relatos na literatura, o estudo químico biomonitorado desta planta tem por objetivo contribuir com o conhecimento químico-biológico da espécie, dando subsídios para sua utilização na medicina popular.

MATERIAL E MÉTODOS: O extrato hidroalcoolico de Mouriria cearensis (EHMc) obtido foi avaliado por ensaios de atividades: antioxidante, antimicrobiana, larvicida contra Aedes aegypti, bem como toxicidade sobre Artemia salina. A atividade antioxidante do extrato foi realizada pelo método DPPH (1,1-difenil-2-picril-hidrazil). A atividade antimicrobiana foi determinada pelo método de cavidade de placa em ágar. A atividade larvicida contra a larva A. aegypti foi realizado em triplicata e em diferentes concentrações, as larvas foram cedidas pelo NUEND (Núcleo de Endemias) da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará. A atividade de toxicidade sobre Artemia salina (TAS) foi realizada em triplicata com soluções de 10ppm, 100ppm e 1000ppm. Todos os testes foram realizados com total segurança.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: O índice de varredura do radical livre DPPH e os teores de fenólicos totais na fração metanólica e etanólica do EHMc foram respectivamente: IV = 88% e 9,07; IV = 90% e 4,58. Nas frações do EHMc obtiveram-se os seguintes índices de varredura do radical livre DPPH: 1) Com a concentração de 3mg/mL: a fração metanólica (IV = 88%); etanólica (IV = 90%); éter etílico (IV = 25%); extrato bruto (IV = 75%), 2)Com a concentração de 5mg/mL: a fração metanólica (IV = 88%); etanólica (IV = 89%); extrato bruto (IV = 87%); éter etílico (IV = 20%), 3)Com a concentração 10mg/mL: a fração metanólica (IV = 83%); etanólica (IV = 86%); éter etílico (IV = 49%) e o extrato bruto (IV = 44%). O ensaio de TAS do EHMc, apresentou que a provável CL50 esteja entre 10 e 100ppm. O EHMc apresentou atividade antimicrobiana apenas contra as bactérias: P. aeruginosa e S. aureus, cujas zonas de inibição foram 11mm e 15mm, respectivamente. O EHMc de M. cearensis, mostrou-se inativo no combate às larvas do A. aegypti.




CONCLUSÕES: A atividade antioxidante foi considerável, tendo como classe de compostos principais os taninos e flavonóides, no entanto outras classes de compostos podem influenciar na atividade dos extratos. O EHMc apresentou atividades significativas, principalmente frente a P. aeruginosa, por ser uma cepa resistente inclusive a ceftazidima, o seu antibiótico de referência. A planta M. cearensis foi selecionada para investigação de seu potencial biológico, visto que não há relatos na literatura de estudos nas áreas descritas para a espécie neste trabalho.

AGRADECIMENTOS:A FUNCAP e ao Cnpq pelo apoio financeiro. Ao Parque Botânico do Ceará por ceder à espécie em estudo. Ao Nuend por ceder as larvas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:Siqueira, J. M. de; Pereira, N. F.; Bomm, M. D.; Garcez, W. S.; Boaventura, M. A. D.; Quim. Nova, 21, 557,1998.
YEPEZ, B., ESPINOSA, M., LÓPEZ, S., BOLAÑOS, G. Producing antioxidant fractions from herbaceous matrices by supercritical fluid extraction, Fluid Phase Equilibria, 194-197, 879-884, 2002.