ÁREA: Química dos Alimentos
TÍTULO: AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DOS FRUTOS DO MANDACARU (CEREUS JAMACARU)E XIQUE-XIQUE (CEREUS GOUNELLEI).
AUTORES: BARBOSA A. S. - U.E.P.B.
ARAúJO A.P. - U.E.P.B.
CANUTO T.M. –U.E.P.B.
FRANçA V.C. – U.E.P.B.
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo a avaliação preliminar dos frutos do mandacaru e xique-xique, nos estádios de maturação de vez e maduro. As determinações física e físico-química foram realizadas em triplicata. Os dados obtidos evidenciam que os frutos do mandacaru apresentam maior biometria que os do xique-xique. Ambos os frutos apresentam bons teores de proteína (5,4% para xique-xique e 4,8% mandacaru), entretanto o teor de pectina é maior no xique-xique (1,13%) e insignificante no mandacaru (0,07%). O trabalho ainda está sendo concluído e outras determinações ainda estão em andamento.
PALAVRAS CHAVES: mandacaru, xique-xique, cactáceas.
INTRODUÇÃO: A caatinga é a vegetação predominante do semi-árido nordestino, apresentando uma das vegetações mais heterogêneas e dotadas de elevada resistência à seca. Entre esta diversidade destacam-se duas cactáceas: mandacaru (Cereus jamacaru) e xique-xique (Cereus gounellei). Estas plantas são amplamente cultivadas para o consumo alimentar de animais, entretanto possui frutos atrativos em cor e sabor, sendo também consumidos in natura pela população (LIMA, 1989; BARBOSA, 1998). A ausência de dados na literatura sobre a composição físico-química desses frutos mostra a falta de caracterização e informações nutricionais que permitam a recomendação desses alimentos de uma forma mais ampla. O objetivo desse trabalho é a análise preliminar da composição desses frutos.
MATERIAL E MÉTODOS: Os frutos foram avaliados nos dois estádios de maturação: de vez e maduro. As análises foram feitas em triplicata e os frutos foram separados em lotes e submetidos às determinações físicas: diâmetro, altura e peso. Após processamento em centrífuga doméstica, as polpas foram envasadas, codificadas e mantidas sob refrigeração (-40˚C) até as determinações físico-químicas. As medidas da altura e do diâmetro foram tomadas com o uso de um paquímetro. As pesagens foram realizadas em balança analítica e pH foi determinado com o uso de potenciômetro. As análises de acidez titulável, umidade, proteína, cinzas e cálcio foram determinadas segundo metodologia descrita em INSTITUTO ADOLFO LUTZ (1985). O teor de pectina foi determinado como percentual de pectato de cálcio segundo metodologia descrita em RANGANNA (1991).
RESULTADOS E DISCUSSÃO: A tabela 1 mostra dados biometricos obtidos para os frutos.A tabela 2 mostra dados fisico-químicos e evidencia o teor de acidez(xique-xique3,0-2,5%e mandacaru 3,4-3,0%),valores estes inferior ao do maracujá ácido 5,1-4,6%(VERAS et al.,2000)
TABELA 1Determinação física(xique-xique e mandacaru)
Frutos Diâmetro(mm) Altura(mm) Peso(g)
1 46,14 27,96 36,11
xique-xique 2 54,26 40,76 60,86
1 50,88 79,56 115,16
Mandacaru 2 79,23 82,78 280,42
TABELA 2Média dos valores de pH e acidez(xique-xique e mandacaru)
Frutos pH Acidez titulável(%)
xique-xique 1 5,56 3,0
2 4,80 2,5
mandacaru 1 4,71 3,4
2 4,97 3,0
A tabela 3 apresenta teores de proteína de acordo com BARBOSA(1998),entre 5%.O teor de pectina no xique-xique(0,30-1,13%)apresentou valores semelhantes ao da acerola1,14%(SOARES et al.,2001)e 0,87-1,37%(FRANÇA & NARAIN,2003).Os dados de cálcio são insignificantes quando comparado com caju(0,77%)[MORGANO et al.,1999].
TABELA 3Determinações físico-químicas(xique-xique e mandacaru)
Frutos Umidade(%) Proteína(%) Pectina(%) Cinzas(%) Ca(%)
Xique-xique 1 85,36 2,63 0,3 0,81 0,11
2 86,44 5,47 1,13 0,76 0,09
Mandacaru 1 84,09 3,72 0,05 0,67 0,11
2 86,78 4,81 0,07 0,46 0,05
CONCLUSÕES: Os resultados das análises evidenciam que o xique-xique apresenta-se mais rico em pectina que o mandacaru, enquanto que nos teores de cálcio são equivalentes e relativamente pobres.
AGRADECIMENTOS:
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA:BARBOSA, H. P., 1998. Tabela da composição de Alimentos do Estado da Paraíba “Setor Agropecuário”. 2ª ed. FAPEP – UFPB. 221 p.
FRANÇA, V. C.; NARAIN, N., 2003. Caracterização química dos frutos de três matrizes de acerola (Malpighia emarginata D.C.). Ciência e Tecnologia de Alimentos, 23 (2).
INSTITUTO ADOLFO LUTZ - Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Métodos Químicos e Físicos para Análise de Alimentos, 1985. São Paulo: 1.
LIMA, D. A., 1989. Plantas da Caatinga. Academia Brasileira de Ciências.
MORGANO, M. A.; QUEIROZ, S. C. N.; FERREIRA, M. C., 1999. Determinação dos teores de minerais em sucos de frutas por espectrometria de emissão óptica em plasma indutivamente acoplado (ICP-OES). Ciência e Tecnologia de Alimentos, 19 (3).
RANGANNA, S., 1991. Analysis and Quality Control for Fruit and Vegetable Products. Tata McGraw-Hill Publishing Company limited. 1112p.
SOARES, E. C.; OLIVEIRA, G.S.F.; MAIA, G. A.; MONTEIRO, J. C. S.; SILVA Jr., A.; FILHO, M. S. S., 2001. Desidratação da polpa de acerola (Malpighia Emarginata D.C.) pelo processo \\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\"foam-mat\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\\". Ciência e Tecnologia de Alimentos, 21(2).
VERAS, M. C. M.; PINTO, A. C. Q.; MENESES, J. B., 2000. Influência de época de produção e dos estádios de maturação nos maracujás doce e ácido nas condições de cerrado. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 35 (5).